sábado, 23 de julho de 2022

A opção pela espada, de Pedro Marangoni.

 Ao ler o livro de Pedro Marangoni eu fiquei, não sei por quanto tempo, mais anticomunista. Nesta obra acompanhamos o relato de um homem que procurou viver a aventura de um cavaleiro andante na segunda metade do século XX, seu entusiasmo e coragem em enfrentar dois demônios, a decadência da civilização incompleta levada pelo europeu para a África e o imperialismo comunista de soviéticos e cubanos. 

Essa coragem só se vê como iniciativa particular. Não há governo sobre esta terra que incentive ou viva para defender a sua honra com a coragem que este bravo soldado demonstrou nas selvas de Moçambique, Angola e Rodésia. 

Aliás, foi a falta de coragem e a alta traição dentro dos países ocidentais que fizeram com que a África fosse entregue para os negros e comunistas. Portugal foi quem mais bravamente resistiu, junto com a África do Sul. A Inglaterra e a França perderam o brio do tempo em que realmente eram impérios globais. Comidos vivos pelos socialistas dentro de seus quintais, não podiam querer que os comunistas não tomassem as suas possessões ultramarinas. O mesmo ocorreu com Portugal, embora pouco mais tardiamente. 

Quantos milhões de europeus que construíam a civilização na África foram aniquilados em suas propriedades e vidas, em razão da dubieza dos governos de suas metrópoles? Conheço quem foi obrigado a emigrar de Moçambique, quando a revolução dos comunistas tomou o poder em Lourenço Marques. Pessoas que vivem aqui em São Paulo até hoje, mas, parecem que não aprenderam as lições da sedição vermelha, pois aqui votam fervorosamente no PT!

O Comunismo é a encarnação máxima do mal na política. O totalitarismo até pode ser o fenômeno, mas, decisivamente, é um fenômeno que só um agente pode provocar, o comunismo internacional. Sem ele, nenhuma outra manifestação reacionária ou responsiva de autoritarismo se faz necessária. O fogo se combate com fogo, é assim que se diz. 

Os poucos comunistas honestos são ignorantes. Essas pessoas que creem na descentralização, no controle do capitalismo e da exploração da miséria do homem, deveriam buscar uma nova filosofia de vida. Eu lhes aconselharia, primeiramente, uma revisão geral de valores à partir da ótica do Cristianismo social. Sem o Cristianismo não poderíamos estar falando sobre direitos humanos e liberdades civis. Sem o cristianismo, toda a liberdade é ceifada por completo. Ainda digo, como sistema econômico, essas pessoas poderiam se voltar ao ordoliberalismo, à democracia cristã, ao distributismo, de Hillaire Belloc e a doutrina social da Igreja Católica. Encontrarão muito mais solidariedade e irmandade nesse meio do que no demônio sedutor do comunismo.

Já com a esquerda puramente pragmática, que somente busca o poder pelo poder, maquiavélica, sádica, essa precisa ser dizimada e não pode haver com eles nenhum diálogo. No Brasil, a quase totalidade da esquerda se encontra nesse campo. Quem não cerra fileiras com eles, acaba no ostracismo. Alguém se lembra da meteórica senadora Heloísa Helena? Foi colocada de lado pela esquerda. De certa forma isso também é observado com Marina Silva. Elas abandonaram o que entendem ser a esquerda? Não creio, mas ainda assim hoje são inúteis ao bloco lulopetista que hegemoniza e hipinotiza a esquerda brazuca, já fazem muitas décadas.

Pedro Marangoni, que não sei se vive e como vive, o que pensará do que vê do mundo de hoje? Me parece que nos campos e selvas africanas o inimigo era mais nítido. Na vida em que temos hoje, no ocidente, o inimigo é turvo e difícil de ser identificado. É a Rússia e a China, o Islã ou o decadente moralmente Ocidente? Não sei se ele tem uma resposta mais decisiva para isso, pois eu não tenho.

quarta-feira, 20 de julho de 2022

Conciliar esquerda e direita na política urbana.

 A esquerda contemporânea, essencialmente urbana, concorda com tais políticas públicas, como elenco abaixo:

  • Plante-se árvores.
  • Se construam bibliotecas públicas.
  • Invista-se na preservação e restauração do meio-ambiente.
  • Invista-se em música clássica.
  • Invista-se em museus.
  • Leis como a "Cidade Limpa" devem ser aplicadas com rigor.
  • Que se controle a construção de novos arranha-céus em bairros antigos.
  • Que regiões decadentes, como o Centro de São Paulo, sejam revitalizadas.
  • Que os prédios construídos hoje possam ser mais altos.
  • Que os novos edifícios "conversem" com o passeio público, tendo comércio no térreo.
  • Criem-se jardins verticais.
  • Criem-se parques e praças públicas.
  • Se ensine ecologia e agricultura nas escolas.
  • Apoie-se hortas e pomares urbanos.
  • Deixem a cidade bela.
Essas medidas não deveriam ser de esquerda ou de direita, porém, que fique registrado, esses temas são pautas que a direita não toca, não leva em consideração e sequer reflete sobre elas. É um erro completo. Deixam a pauta urbanística nas mãos dos meta-capitalistas das grandes construtoras, que lucram horrores com a destruição da cidade (para que eles possam reconstrui-la sempre). A direita deveria (como já fez antes) defender e cultuar o passado, mas não liga para o patrimônio histórico e arquitetônico. Fala de preservar a civilização ocidental, mas não move uma palha para propor projetos que ampliem o acesso das pessoas à cultura clássica. Para a direita que aí está mais vale Gustavo Lima do que Mozart. Depois não reclamem que está tudo perdido. A esquerda e a direita se parecem mais do que gostam de admitir. Stálin construiu as mais belas estações metroferroviárias do mundo. Aqui o regime militar construiu estações de metrô parecidas com enormes galerias de esgoto. 

Diante de tudo, apelo aos membros da esquerda sensata, lutem para fazer conservadores e liberais a adotarem uma pauta urbanística humana e restauradora. E a direita, que se esforce em trazer a esquerda sensata para o centro político, para que ela possa apoiar uma pauta pró vida, anti-ludopatia (lobby da legalização da jogatina) e descentralizadora. No mais, o que não puder se conciliado, que baste.

Esses dois outros textos me parecem que se relacionam que este aqui.


A beleza do Órgão

 O órgão é o instrumento mais completo que há. Nenhum outro chega aos seus pés, mesmo o acordeom, sua versão portátil e, portanto, mais limitada.

Veja que maravilha de gravação. A registração perfeita. 

Tanto o órgão de tubos como os valvulados são maravilhosos. Hoje, com toda a tecnologia e os microchips, ainda assim um Hammond tem um som incomparável.

If i had words é o tema da Sinfonia "With Organ", de Camille Saint-Saëns.


Aqui uma música mais profana, mas ainda assim muito formosa.





segunda-feira, 18 de abril de 2022

Paulo Mercadante

 "Ao invés de considerar a sociedade e o Estado como resultante de relações contratuais, o romantismo os vê como unidade espiritual; prefere as mudanças imperceptíveis que se acumulam silenciosamente, repelindo as transformações violentas, provocadas pelas rebeliões; coloca a superioridade dos costumes como sedimentação da consciência à jurídica de um povo e em lugar de um Direito Natural comum a todas as épocas e a todas as latitudes estatui que todas as normas de comportamento se vinculam necessária e historicamente a cada nação". 
                                                                        Paulo Mercadante, A Coerência das Incertezas.

sexta-feira, 15 de abril de 2022

Simone Weil

 A superstição do progresso é o veneno que corroi nosso tempo.

                                                                                Simone Weil

quarta-feira, 16 de março de 2022

A ditadura dos dias futuros.


"Vivemos uma crise manifesta e contínua: o homem não está mais no rumo da cidadania, mas sim no caminho de se tornar um novo tipo de sujeito passivo, numa servidão do estado social e industrial moderno, com sua perfeição técnica. E perfeição técnica logicamente significa governo autoritário. Em vista dessa hierarquia tecnocrata, todo sistema ideológico experimenta sua impotência".

(Tage Lindbom)

terça-feira, 1 de março de 2022

Ao templo.

 Quando levei o Vinícius no Brás nós vimos algum mendigo, ou pessoa desvalida, em alguma situação na igreja. Não lembro se entrando na portaria da Rua Visconde de Parnaíba ou lavando-se no banheiro. Eu comentei que isso não era algo comum, coisa que fosse vista com regularidade em uma igreja Protestante, em especial na Congregação. Fui redarguido que se tratava de coisa corriqueira em igrejas Católicas. Fizemos alguma rápida digressão à la Max Weber sobre o Calvinismo e o instituto das esmolas no protestantismo. Entramos.

Uma vez congregando a tarde em um certo bairro, vi um doido sentado no chão do páteo da igreja e me lembrei da conversa do Brás.

Ontem, em uma outra congregação, todos os elementos estavam presentes. Ao entrar na igreja um vendedor de balas (o comércio em frente as congregações está desaparecendo). No pórtico do átrio, um gordo bêbado sentado num degrau. Sento-me num banco dos fundos, tendo ao meu lado um irmão Jeca Tatú, estereótipo perfeito do caipira de terninho surrado e camisa xadrez, que desembarcava do interior na Estação da Luz, com sua sacola simples de pertences. Ao lado, ou melhor, na frente, dois velhos irmãos, fiscais de quem entra e sai do templo, fiscais de quem usa ou não usa corretamente a máscara sobre o focinho. Tempos modernos, mas os personagens perenes continuam a povoar a casa de Deus. Alguém mais dado às letras poderia transformar essas memórias em uma bela crônica. Não eu.

quinta-feira, 9 de setembro de 2021

Ser súdito de si mesmo

 Não existiu na história do Ocidente sistema político social mais estável que o feudalismo. Tudo o que veio depois foi o mais completo caos, resultado de crenças religiosas espúrias, milenaristas e messiânicas. As pessoas buscam líderes políticos capazes de resolver tudo com um toque mágico. Líderes políticos que vão criar uma terra sem males. O líder político não é mais um homem, mas uma divindade com um séquito de fieis que espera ver milagres ocorrendo como nos tempos bíblicos. O messianismo político é uma doença social gravíssima. Há países de terceiro mundo que foram além e conseguiram superar uma política baseada apenas em tiranos e tiranetes, mas que permaneceram igualmente corruptos, talvez até mais do que outros países que seguiram líderes populistas. O México é o melhor exemplo. Entra presidente, sai presidente o Partido Revolucionário Institucional (partido maçônico) continua no poder. Nenhum presidente mexicano, por mais carisma que tenha, acabou por se tornar figura política maior do que o partido. Nem quando o presidente foi de outras legendas como na época de Fox (PAN) e agora do López - Obrador (MORENA), O PRI foi desalojado do poder. 

Vejam o caso desse malfadado país reconhecido por Brasil. Vários atores chamam para si o peso de ser o poder moderador da república, os militares, o judiciário, o senado, a imprensa, a sociedade, mas, sabemos que quando é chegada aquela hora amarga, de trazer as coisas para o velho balanço que não desagrade as nossas elites dominantes, o poder moderador é exercido pelo estamento burocrático, composto por representantes de todos os setores de nossas elites. É o MDB em ação. Ele é a condensação de toda a elite do Brasil. Essa elite não espera outra coisa senão conservar os seus privilégios, suas boquinhas, suas condições de poder. É a elite do funcionalismo, a elite da Faria Lima e Berrini e a elite do agro. Todos são pop e tech! O Brasil, lamentavelmente, indo além dos males que assombram o México, compartilha não só a característica de ter se tornado um narcoestado e de ser controlado por uma elite absolutamente predatória e cretina, temos o privilégio de termos uma abundância de candidatos ao posto de líder messiânico da nação. Bolsonaro, Moro, Joaquim Barbosa, Lula, Collor, Jânio, Getúlio, Conde D'eu, todos tiveram suas (ou ainda tem) pretensões messiânicas e redentoras, de liderar esse quinto império que é a América Portuguesa. Todos fracassados pela natureza do próprio país e de sua própria sociedade, que espera um líder que represente e simbolize um grande sentimento de esperança, de libertação do povo e desenvolvimento do país, ao mesmo tempo em que deixe todos os caminhos do estado abertos e livres para que os donos do poder possam continuar tendo as suas aberturas majoritárias ao erário público.

Por favor, você pobre atormentado que agora lê esse texto, se você é brasileiro, abandone já essa ideia. Seja cidadão de sua própria pátria e súdito de si mesmo. 

quarta-feira, 21 de julho de 2021

Martinho Lutero e os animais

Conta-se uma história onde uma garotinha chamada Tekla, que fez a Lutero a mais perturbadora questão teológica:
"O meu cachorrinho Nix vai ressuscitar no último dia?"

"Vão existir cachorrinhos no outro mundo?"

Essa pergunta veio dos lábios de uma criança que não percebia a diferença entre um amigo de duas pernas e um amigo de quatro patas.

Lutero sorriu diante da garotinha em luto e respondeu:

"Nós sabemos tão pouco sobre como é o outro mundo, quanto os cachorrinhos sabem dos impérios e poderes deste mundo aqui. Mas uma coisa nós temos certeza: o novo mundo não será vazio e sem vida.. Deus fará um novo Céu e uma nova Terra. Toda as criaturas maliciosas, venenosas, perigosas e tudo que o nosso pecado arruinou serão banidos de lá. Todas as criaturas lá não serão apenas inofensivas, mas também alegres e amorosas e nós poderemos brincar com elas.. Então por que não existiriam cachorrinhos na Nova Terra, com pele lisa como o ouro e os pêlos brilhantes como pedras preciosas?"




*Fonte das falas de Lutero e da Historia: Mary Buddemeyer-Porter. Animals, Immortal Beings (citando Dix Harwood, em seu livro Love for Animals e os volumes 25 e 46 das Luther's Works)


Reprodução da página Lutero Reflexivo

quinta-feira, 24 de junho de 2021

Casas Bahia pode comprar Grupo Pão de Açúcar

 Leio por aí em sites especializados que a Via Varejo (Casas Bahia) estaria de olho em comprar a parte acionária do grupo francês Casino no GPA (Grupo Pão de Açúcar). Seria um negócio bilionário e é o tipo de coisa que essa turma sabe fazer. Agora, o que nunca entendi direito é como a família Diniz abriu mão da marca Pão de Açúcar, criada por eles. E a questão afetiva com a marca? Aparentemente, ela não existe, pois, se houvesse, os Diniz não seriam mandachuvas do Carrefour no Brasil. Vale a grana, vale o dinheiro, não a afetividade pelos comércios. 

A informação dessa fusão está sendo negada, mas, não é de se duvidar que ocorra. Onde há fumaça, há fogo.

O paulistano eterno

 Me identifico com o paulistano que mora na casa que restou numa rua em dissolução. É como o velho morador de Pinheiros, que habitava uma ca...