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sábado, 1 de março de 2025

Curtas

 Li esses dias que há milhares de vagas de emprego no setor supermercadista de São Paulo, mas existe uma dificuldade gigantesca em suprir essas vagas, pois, considerando a remuneração baixa que é ofertada, o trabalhador em potencial desse ramo de atividade prefere manter-se na informalidade, juntando a grana que faz com bicos com o dinheiro que o governo lhe dá, via Bolsa Família. Eis ai um exemplo vivo de como a interferência do estado na economia é, quase sempre, fonte da criação de distorções piores do que a sua inação geraria. Estamos diante de uma geração de gente que se acostumou a comer das mãos do governo, a esperar que tudo venha do estado, que o poder público onipresente resolva todos os problemas da sua vida, seja a cura de um câncer, uma unha encravada ou a educação de sua prole. Não tardará e surgirá um vale ou bolsa cabeleireiro, bolsa manicure, bolsa cílios e sobrancelhas, etc. E o povo continuará esperando sempre mais e mais benefícios estatais. Horda de inúteis. Precisamos voltar ao darwinismo social. 

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Tenho a mente inquieta com a criação de projetos. Projetos com os quais eu não tenho nenhuma relação ou ligação direta. Planejo cidades, bairros, linhas de ônibus, projetos de infraestrutura industrial, reformas de igrejas, criação de empresas e comércios. Nada do que planejei nesses campos, desde a infância até a presente meia-idade jamais esteve perto de se realizar e, fatalmente, até o findar do meu labor nesta vida, jamais estarão. Sou tão maluco que planejo uma reorientação geopolítica da América do Sul, pregando a dissolução do Brasil enquanto estado nacional e a criação de novas repúblicas independentes menores, se bem que neste caso particular, há um enorme grupo de pessoas que também planeja isso e se articula para que um dia a realidade geopolítica sul-americana e mundial assista o nascimento das novas repúblicas soberanas da América Portuguesa. Essas ideias jamais me causaram qualquer prejuízo. Entendo que são positivas. São o resultado da fertilidade da minha imaginação. Tolkien criou o mundo do Senhor dos Aneis. Eu tenho um mundo novo criado todos os dias na minha cabeça, que, invariavelmente, se passa na cidade de São Paulo. Ao menos, está na porta de casa.

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Lutero deu o exemplo. Estando em uma igreja, não sendo possível reformá-la, como era seu intento original, é melhor apartar-se dela. Os protestantes, no geral, entendem bem essa lógica. Não todos. Na Congregação tem existido um fenômeno desde os anos 2000, que é a saída ou afastamento compulsório de pessoas da comunhão da igreja, mas, por rancor, essas pessoas fazem de sua profissão de fé o maldizer da antiga denominação. Tivessem sabedoria sairiam e buscariam alguma outra denominação, onde a sua visão de cristianismo estivesse mais bem acolhida, ou ainda, caso fosse, que criassem uma nova denominação. Mas, nem uma coisa nem outra. A fé dessa gente é malhar a velha casa. Agora, um sujeito recentemente expulso, por negar disciplina e o código de ética do corpo ministerial, está se vendendo como vítima. Tem método, não humano, mas do adversário nisso aí. Colocar é fácil, difícil é tirar do ministério.

Fui enganado pela cientologia.

 Em 2009 publiquei aqui neste blog um comentário sobre um material de divulgação da cientologia, crença esdrúxula do movimento da Nova Era, sem saber que se tratava de material da cientologia. Na época, com 19 anos, eu já sabia o que era essa religião, pois na tv já havia visto reportagens e documentários, provavelmente na tv a cabo, Discovery Chanell, na época, um excelente canal (hoje, não sei nem se o canal ainda existe, deve existir).

LUSOSP: Doutrinação automática

Mas, o que penso aqui, 16 anos depois, é o quanto nós podemos ser facilmente enganados por uma "embalagem" cristã das coisas. É mais ou menos como ser enganado pelo espiritismo. 

domingo, 30 de abril de 2023

Comentários sobre a obra VRIL - O poder da raça futura, de Bulwer-Lytton.

 A literatura está repleta de livros que dão asas à imaginação prodigiosa de autores que pensaram sociedades alternativas e utópicas, visões muitas vezes propositivas de seus ideários, mas ocultados e disfarçados sob o véu de obras de ficção. Reputo, por exemplo, A Máquina do Tempo, de H.G. Wells como um livro que se enquadra perfeitamente nesta categoria. São conhecidas as ligações do senhor Wells com sociedades políticas secretas socialistas, no caso a malfalada Sociedade Fabiana, que propunha um socialista reformista, lento e gradual. O símbolo dessa sociedade política era, aliás, uma tartaruga, para ilustrar que os seus membros não tinham pressa em alcançar os seus fins. Todo esse projeto de poder mundialista e globalista, que hoje é tema de discussões e chamado pela imprensa hegemônica de teoria da conspiração da ultra direita, no fundo, é a continuação das discussões iniciadas ainda no século XIX sobre alternativas socialistas para a construção de um mundo perfeito, que suplantasse a luta de classes por meio de reformas sociais-democratas.

Há literatura utópica que propõe um mundo, como um diagrama a ser seguido, como já citei "A Máquina do Tempo", mas poderia citar a Utopia, de Tomás Moro, livro ainda do século XVI, ou A Cidade do Sol, de Tomaso de Campanella. Há também livros que denunciam a degeneração da utopia, quando realizada, como é o famosíssimo caso de 1984, de George Orwell, que, sendo um socialista um pouco arrependido, após ver os caminhos que o socialismo real estava trilhando, denunciou a escravidão absoluta que o homem poderia estar submetido em um estado socialista totalitário. Precisamos reforçar sempre que todo estado totalitário moderno é sempre um estado socialista, por mais que venha a ter matizes diferentes. Há versões nacionais de socialismos. Há socialismos de empresários monopolistas, como é aquele proposto por grupos globalistas, que até apelidaram seu ideário mais recentemente de capitalismo (sic) de stakeholders. Aproveito para lembrar que a Revolução Russa foi totalmente financiada por banqueiros judeus americanos de Wall Street. Lembro também que todo desenvolvimento tecnológico feito pela União Soviética e pela China somente foi possível com a entrega de tecnologia por parte de países capitalistas ou o simples roubo dessas tecnologias. O socialismo não é criador nem multiplicador de riquezas e de tecnologias. Vejam a Cuba do século XXI, em que tal miséria vive, absolutamente isolada em seu socialismo autárquico, que mantém uma população completamente miserável e famélica. Cuba sem recursos doados pela URSS nunca conseguiu deixar de ser uma ilha-favela, pior e mais pobre do que muitas favelas brasileiras.

Contudo, me chamou a atenção uma obra de utopia não tão conhecida nem tão lida no Brasil, do autor esotérico Edward Bulwer-Lytton. Inglês do século XIX, lançou VRIL - O poder da raça futura sete anos após o livro mais famoso de Júlio Verne, Viagem ao Centro da Terra. Vril também se passa no centro do planeta Terra, que seria oco, fazendo referências claras à tradições religiosas e místicas orientais, como no budismo tibetano, que prega a existência de Agartha, uma cidade secreta no centro do planeta, somente acessada por pessoas especiais, a partir de caminhos ocultos e preservados por mestres tibetanos. Sobre Agartha, posso recomendar o livro do jornalista e escritor polaco Ferdynand Antoni Ossendovsky, Bestas, Homens e Deuses (traduzido e publicado em português). Ossendovsky nasceu em uma família polonesa abastada, tendo vivido na comunidade evangélica reformada polonesa (país majoritariamente católico) e viveu viajando pelo Oriente, onde entrou em contato com diversas narrativas e tradições religiosas e místicas. É considerado um dos grandes nomes da literatura de viagem. 

O personagem central da história, um humano que em algum local incerto e não sabido, no século XIX, adentrou uma antiga mina e perscrutando aquele ambiente acaba descobrindo uma fonte de luz muito incomum, nunca vista por ele, que lhe desperta a atenção, junto com um seu companheiro. Sendo atraídos pela curiosidade, atravessam em direção a essa luz dentro da caverna da mina e entram em um mundo novo, subterrâneo, mas iluminado e composto de paisagens naturais que, embora distintas das terráqueas, ainda assim lembram a superfície. Ao entrar em contato com os seres desse mundo, o personagem central descobre uma sociedade avançada, humanóide, que migrou para o centro da Terra após alguma catástrofe natural antediluviana, que fez com que progredissem muito e em ritmo diferente dos povos da superfície. (A imaginação do leitor que tem referências bíblicas não pode deixar de pensar que tais habitantes, bonitos, mais altos e alvos do que os homens da superfície, seriam néfilins, supostos híbridos entre as filhas dos homens e anjos caídos, como é citado no Antigo Testamento.)

Uma obra utópica serve precipuamente, ou deveria servir, para questionar a sociedade vigente. Pode servir como tema para discussão de qual caminho aquela sociedade pretende tomar e seguir ou ainda de quais decisões abortar, como é mais característicos em obras que denunciam o caráter totalitário de sociedades utópicas (as distopias, como 1984). No caso de Vril, a sociedade subterrânea é muito avançada tecnologicamente e também socialmente. É uma monarquia eletiva que elege um magistrado ilustrado que governo temporariamente aquela comunidade. A civilização subterrânea não padece de problemas sociais de nenhuma natureza. Não há problemas de natalidade, de desabastecimento de comida, de violência, de ocupação do território. Todas as comunidades são pequenas e quando o número de população de uma delas cresce em demasia, há um fluxo migratório para outras comunidades, de modo que as cidades são pequenas e perfeitamente se mantém em equilíbrio. Não há trabalho manual, no geral, pois as atividades do dia são realizadas por robôs autômatos. O próprio trabalho intelectual é basicamente desprezível, pois não há muito o que ser questionado ou repensado, já que há o domínio da energia do Vril, mais forte nas crianças e nas mulheres - em especial nas mulheres - afinal, essa sociedade perfeita do submundo é uma ginecocracia. Até a religião está pacificada. Todos creem em um ser supremo, uma divindade que dá a vida e a retira quando quer. Toda a crença religiosa é uniforme e pacificada. Não há discussão dogmática ou de natureza teológica, por absoluta falta de necessidade. Todo ordenamento socialmente está plenamente pacificado. Não há, essencialmente, discórdia.  Há ali paz e felicidades perpétuas. A compreensão e o entendimento são plenos, inclusive em temas como a morte ou o casamento e a reprodução. Entendo essa sociedade apresentada como uma representação idealizada do paraíso. É uma sociedade sem escassez. A economia é um detalhe administrativo, pois a energia do Vril e a tecnologia dão jeito de cuidar de tudo. Papéis etários e de gênero são diferentes. O casamento é no começo da adolescência e são as moças que escolhem os seus pares. Depois de casados, quando atingem a maturidade, a vida é só paciência e pacificação, na esperança do fim dos dias. O enrosco do personagem central se dá quando a jovem mais poderosa daquele reino decide escolher o forasteiro como o seu parceiro de casamento, algo que geraria um cruzamento genético espúrio e indesejado. 

Há como perceber na obra influências de ideias e correntes de pensamento da época, como do darwinismo (evolucionismo), diria eu também do positivismo comteano, conforme observamos essa sociedade harmoniosa, liderada por um magistrado absolutista e ilustrado, baseada em compreensão e em amor. Confesso que percebi menos referências esotéricas e ocultistas do que estava esperando, pela fama do livro e do autor. Sabemos que a palavra VRIL, entendida como uma energia vital, será tratada no decorrer do século XIX e começos do século XX com um sentido objetivo e real, não como fantasia. Max Heindel, um dos mais destacados líderes do Rosacrucianismo, enxergava o domínio da energia VRIL (ou desse-se a ela o nome que fosse) como a mais nova revolução científica que estaria no limiar. Suplantaria a revolução da energia mecânica, da máquina a vapor, da energia elétrica e do éter. 

Não pode deixar de comentar como a temática do VRIL me lembra de William Reich e do orgônio, suposta energia (de origem sexual) que ele conseguiria controlar por meio de técnicas e aparelhagem específica (caixas de Reich). Devo também lembrar que a canalização de energia sexual é tema recorrente em sociedades esotéricas, em círculos maçônicos e druídicos. Supostamente isso esteve presente nos círculos fechados do III Reich. Supostamente também Hitler teria lido esse livro de Bulwer-Lytton e se inspirado nela para pensar e formular determinados aspectos e políticas do estado alemão para o Reich de mil anos. Me parece bastante nebuloso determinar quais são os reais limites disso no campo real e no campo da fantasia e das ilações livres. Demandará uma pesquisa que talvez eu possa fazer futuramente, indo direto em fontes bibliográficas pouco exploradas no Brasil, traduzindo textos do alemão, sobretudo. 

A conclusão que chego é que muito ainda pode ser escrito sobre as utopias e as sociedades secretas e esotéricas. Considere-se sempre que toda a rápida mudança que nossa civilização tem atravessado desde o fim da II Guerra Mundial é o resultado de uma guerra oculta travada entre sociedades secretas e grupos de poder, no centro do capitalismo financeiro e do socialismo. A hibridização entre financeirismo, monopolismo e socialismo é o Godzilla que está para destruir o mundo. Há ainda o aspecto do milenarismo que deve sempre estar presente em todas as discussões e debates acerca desses temas. Acredito que as crenças heréticas milenaristas podem estar no centro do movimento histórico reformista e revolucionário, com uma matização nem sempre tão clara e nem sempre tão definitiva, mas, ainda que de maneira assessória, é um elemento que precisa sempre ser considerado na história dos movimentos políticos do Ocidente, desde a Baixa Idade Média, pelo menos.

Edward Bulwer-Lytton


quarta-feira, 12 de outubro de 2022

Família disfuncionais

 Uma palavra tem me chamado a atenção no último ano: disfuncionalidade. É aquilo que funciona mal, onde não é cumprida a função pré-determinada. Há um conceito, o de famílias disfuncionais. Acho que a minha família é disfuncional. E cogito a hipótese de que essa disfuncionalidade familiar decorra daquilo que a Bíblia chama de "jugo desigual". Onde há o jugo desigual nas possíveis variações que ele pode ser manifestado, aí se cria a disfuncionalidade no seio familiar. Nesse sentido, o homem não pode exercer com plenitude a sua vocação celeste de cabeça da casa. A mulher se torna insubmissa, rebelde. Daí em diante tudo perde a função regular. Filhos se tornam disfuncionais e desobedientes. Mais uma vez eu vejo que a única saída é se voltar para a divinal lei de Deus. Nós a transgredimos. Precisamos alcançar a misericórdia e a reconciliação com a lei. Eu, contudo, não sei se alcançarei tal graça e mercê divina de ter uma família funcional.

domingo, 16 de setembro de 2018

O dia do Senhor

Talvez tenha sido até hoje Max Weber o pensador que mais tenha me marcado. Não digo apenas pela densidade e pela clareza com que enfrentou a análise de problemas sociais, mas a sua visão permeada pela religião me ajudou a conhecer melhor os fundamentos de minha própria fé cristã protestante.

Li, creio que em 2011, o livro "A ética protestante e o espírito do capitalismo". Li depois disso mais algumas obras dele. Todas me impressionaram sobremaneira. 


Max Weber


Em A ética protestante quando é tratado sobre a ideia de vocação dentro do cristianismo reformado tive a nítida compreensão do tema com relação às Sagradas Escrituras. A ideia do trabalho como um castigo pelo pecado original e a ideia de que fazendo bem o nosso trabalho estamos assim louvando à Deus.

Cito aqui um pensamento do doutor Martinho Lutero:


Um sapateiro convertido perguntou a Lutero o que deveria fazer para servir bem a Deus. Ele talvez esperasse o conselho de fechar o seu negócio e tornar-se pregador do Evangelho. Lutero respondeu: "Faça um bom sapato e venda-o por um preço justo". Ele serviria a Deus sendo um profissional competente e honesto (Michael Horton – O Cristão e a Cultura [Fonte]).


O trabalho nos é razão do enfado, do cansaço, por vezes de tristeza e tribulação mas nos será muito mais leve se não insistirmos em estarmos fora de nossa vocação. O cristão, em obediência à vontade de Deus, deve procurar conhecer a sua real vocação. Eu tive consciência da minha direção vocacional no final do Ensino Médio, quando percebi a minha inclinação clara para a comunicação, para o falar e para o explicar. O intento, mais de dez anos atrás era o de ser jornalista, mas os caminhos se voltaram para a educação e desde então sou professor. Passaria toda a minha vida feliz com minha profissão se as condições de trabalho fossem menos aviltantes. Lidar com crianças e adolescentes de hoje é muito próximo à ter que lidar com criminosos ou internados de um hospício, mesmo assim, sigo naquilo que é a preparação de Deus. Prosperar na carreira é parte da compreensão da vontade divina.


Avanço esse texto noutra direção. O dia, historicamente, que os cristãos reservaram para buscar maior intimidade com a sua fé foi o domingo. O primeiro dia da semana começa não como descanso, mas como tempo especial para dedicação exclusiva ao Senhor. Hodiernamente, a maior parte dos cristãos não observa essa dinâmica.


O domingo, sem que se volte o rosto e o coração à Deus é o mais triste e melancólico dos dias da semana. Quando estamos inclinados, totalmente, à religião nesse dia, obtemos refrigério para poder iniciar mais uma semana de labor. O labor é mais leve se o domingo é passado na igreja. É o tempo de limpeza. É o tempo de renovo. É o tempo de depositar com força as nossas assolações nas mãos de Deus e Dele obter uma resposta que nos permita seguir adiante.


Melhor seria se pudéssemos estar todos os dias dentro da casa de Deus:


1. Quão amáveis são os teus tabernáculos, SENHOR dos Exércitos!
2. A minha alma está desejosa, e desfalece pelos átrios do Senhor; o meu coração e a minha carne clamam pelo Deus vivo.
3. Até o pardal encontrou casa, e a andorinha ninho para si, onde ponha seus filhos, até mesmo nos teus altares, Senhor dos Exércitos, Rei meu e Deus meu.
4. Bem-aventurados os que habitam em tua casa; louvar-te-ão continuamente. (Selá.)
5. Bem-aventurado o homem cuja força está em ti, em cujo coração estão os caminhos aplanados.
6. Que, passando pelo vale de Baca, faz dele uma fonte; a chuva também enche os tanques.
7. Vão indo de força em força; cada um deles em Sião aparece perante Deus.
8. Senhor Deus dos Exércitos, escuta a minha oração; inclina os ouvidos, ó Deus de Jacó! (Selá.)
9. Olha, ó Deus, escudo nosso, e contempla o rosto do teu ungido.
10. Porque vale mais um dia nos teus átrios do que mil. Preferiria estar à porta da casa do meu Deus, a habitar nas tendas dos ímpios.
11. Porque o Senhor Deus é um sol e escudo; o Senhor dará graça e glória; não retirará bem algum aos que andam na retidão.
12. Senhor dos Exércitos, bem-aventurado o homem que em ti põe a sua confiança.


Salmos 84:1-12

Se não for possível estar todos os dias dentro dos átrios da Casa de Deus, o cristão deve fazer todos os esforços para estar no domingo dentro da igreja, em plena comunhão com a Esposa de Cristo. Um domingo de louvor ao Altíssimo é a promessa renovada de que o labor será menos pesado. 

domingo, 26 de agosto de 2018

Divagações sobre o passado recente do Oriente Médio

Como praticamente ninguém lê este blogue me permito aqui publicar algum pensamento que não resultará em ações práticas jamais.

Me veio a cabeça: após a segunda guerra mundial, por que não se conseguiu chegar a uma pacificação do mundo, muito em especial da região do Oriente Médio? Minhas convicções apontam para o papel negativo que o Estado de Israel desempenhou nisso. 

Primeiramente, desempenhou por meio do lobby e do controle que suas elites tinham sobre as elites políticas e econômicas dos países do Ocidente e também da URSS, que fez com que essa ideia tosca do sionismo político fosse plenamente executada como foi, com a ocupação da Palestina pelos judeus.

Segundo, essa mesma elite judaica trabalha contra o avanço do cristianismo pelo mundo, inclusive nos dias de hoje, dentro de Israel. Há mais liberdade para os cristãos no Egito ou até mesmo na Síria do que Israel. Em matéria de hostilidade ao cristianismo, o Estado de Israel é praticamente tão hostil quanto o Irã (que só reconhece os cristãos históricos de seu país e não missões evangelizadoras protestantes) e, sem dúvida, a Arábia Saudita, país wahhabita que é, curiosamente, o principal aliado israelense naquela região.

Pensem, o que teria sido da Líbia, ou do Iraque, se as lideranças que saíram para o domínio desses países, após a II Guerra tivessem sido convertidas ao cristianismo? Pensem no processo maciço de abertura desses países para que a liberdade e a tolerância religiosa total ali fosse implantada! O exemplo da Turquia aqui nos cabe: foi preciso um líder forte ocidentalizado, Atatürk, para que a Turquia saísse do decadente período Otomano e virasse um país mais livre e secular. Atatürk, contudo, fez esse processo não sob a influência do cristianismo, mas da maçonaria, da qual era um membro iniciado.

Pensem que o coronel Gaddafi e Saddam Hussein poderiam ter sido evitados, se as monarquias tradicionais ali estabelecidas após a II Guerra tivessem permanecido no poder com o apoio de uma crescente população cristã (no caso iraquiano isso seria ainda mais fácil, dada a grande presença de cristãos caldeus e assírios que ali até hoje existem).

A pacificação total não seria, algo certamente, alcançada , diante de um cenário como esse, até por que alguma hostilidade partindo de certas autoridades islâmicas, provavelmente, se levantariam contra a desislamização daquela região, mas, mesmo assim, teríamos um ambiente muito menos hostil, ainda mais se pensarmos na inexistência de um estado confessional e etnicamente uno como é o Estado de Israel.

Precisamos, enquanto cristãos, entender o que é Israel na prática, para além de visões teológicas que são amplamente discutíveis. Entender que o judaísmo não é aliado do cristianismo, por que a fé cristã, EM TUDO SUPERA AO JUDAÍSMO, por que o próprio Deus se fez carne e habitou entre nós para a salvação de todo aquele que Nele cresse, fosse judeu ou gentio. Ai foi abolida toda a distinção e todo o privilégio que os hebreus tiveram enquanto etnia desde Abraão. A Igreja (o corpo invisível de todos os eleitos) é o novo Israel! O martírio e o triunfo de Cristo nos fez todos iguais perante Deus.

Um judeu ortodoxo e um muçulmano fundamentalista podem chegar mais facilmente a um acordo teológico do que com um cristão, por que a nossa crença e fé se fundamenta na superação do judaísmo (e o Islã nada mais é do que uma perversão da fé judaica, associada com elementos marginais do cristianismo oriental e de fés pagãs de povos do deserto) e também do maometanismo. Se nós, cristãos, há 2000 anos já superamos o judaísmo EM TODOS OS ASPECTOS, por que achar que aqueles que se julgam descendentes de Abraão nos serão amigos e co-promotores de nossa fé? O judeu, enquanto fiel religioso da lei mosaica, dos profetas e sobretudo do perverso Talmude, jamais poderá ser, verdadeiramente, amigo do cristianismo. A barafunda que é o Médio Oriente tem por base esses problemas que aqui explicitei.

Precisamos fazer a lição de casa e reconverter primeiro as nossas próprias nações, entregues ao ateísmo e, na sequência, avançar para a expansão da fé cristã por meio de novas cruzadas evangelísticas.

Sugiro que assistam o documentário Marcha para Sião, que esclarece mais o porque o Estado de Israel é nocivo e por que o Talmud é a total perversão de uma religião superada.

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

Casa do Pai

A cada dia em que passo em casa, podendo ir à igreja e não indo, acabo me sentindo vazio, devedor.

Estando na igreja não me sinto no tribunal, mas em casa. A casa do Pai é lugar de amor. De juízo e correção, mas esse é o juízo que vem de um juiz que ama aquele que julga, diferente do magistrado terreno.

Ter essa alegria de estar sempre na casa de Deus é um dom, um privilégio imerecido. 

quinta-feira, 13 de abril de 2017

Quem ganha com a Guerra da Síria?



Dois são os indicados ao prêmio de maiores interessados na completa aniquilação da Síria: a Turquia e Israel.

Breve panorama do Oriente Médio

Turquia

Quem governa a Turquia hoje é Recep Tayyp Erdogan. Erdogan vem tentando e obtendo êxito em destruir a obra e o legado de Mustafá Kemal Atatürk, líder maçon do país que no começo do século passado transformou o antigo império Otomano em uma democracia liberal, laica e pró Ocidente. Erdogan é contra tudo isso: é islamita, autoritário e não é pró Ocidente (também não é a favor da Rússia por que os russos são os maiores inimigos históricos dos turcos). 

A Turquia no ano passado viu um golpe de estado, dado pelos militares contra Erdogan ser frustrado, o que só concedeu mais poder e notoriedade para o líder político do Partido da Justiça e do Desenvolvimento. Hoje presidente, acumula amplos poderes. O exército que sempre foi o fiel da balança para guardar o legado institucional de Atatürk hoje está desmoralizado frente ao poder executivo.

O que quer Erdogan nada mais é do que é fazer reviver o antigo Império Turco Otomano, morto com o fim da I Guerra Mundial, em 1918. Seus domínios passam, em um primeiro momento, sobre a Síria, Líbano, Jordânia (território também alvo da cobiço sionista) e Iraque. Um Curdistão independente ou mesmo autônomo não está no radar dos novos otomanos.

Israel

Os judeus que mantém seu estado na região desde o fim da II Guerra Mundial sonham com o dia em que verão o Eretz Israel se cumprir, com domínios estendidos entre os rios Nilo e Eufrates, contemplando todo o chamado Crescente Fértil. É a meta final do movimento sionista do ponto de vista geográfico. Para que isso ocorra é necessário sumir com a Síria, Jordânia e Iraque do mapa. Desses países o Iraque já não é mais um problema e a Síria também está deixando de ser. Quando será a vez da Jordânia se render aos caprichos das tais revoluções coloridas que tem destruído as bases de governos laicos na região para entregar o poder aos radicais islâmicos de linha Wahhabita ou à Irmandade Muçulmana? Hoje a Jordânia é um dos países mais estáveis da região e é uma monarquia islâmica moderada e pró Ocidente.

Os hebreus não tem pressa nesse sentido. Movidos por uma franca convicção de seu papel especial na História, ainda hoje muito viva e divulgada por meio dos ramos ortodoxos do judaísmo, eles tem a certeza de venceram os conflitos finais pelo domínio daquela região, livrando-a das mãos de seus molestadores islâmicos e cristãos. É claro, reconstruir o Templo de Salomão está previsto também.

Rússia, Estados Unidos e Irã

Os russos tem na Síria de Assad o único aliado confiável na região e que lhes garante uma base no Mediterrâneo. Devemos lembrar que Putin é um nacionalista russo e fortemente influenciado pela cosmovisão da Igreja Ortodoxa, que sonha com o dia que retomará Constantinopla das mãos do turcos e, para que isso um dia ocorra, é necessário expandir a influência de Moscou na região e não perder importantes aliados, como é hoje a Síria. Portanto, interessa aos russos uma maior fragmentação geográfica do Oriente Médio.

Americanos são os defensores de Israel. A religião tem papel justificador importante nessa problemática. Importantes setores do protestantismo mundial são sionistas e creem que é dever dos Estados Unidos, como maior país evangélico, defender Israel diante de uma escatológica disputa dos fins dos tempos. Politicamente falando, os judeus são os maiores aliados americanos na região e recebem grande auxílio americano em verbas e tecnologia militar.

O Irã também é interessado direto nesse grande forfé que é a situação geográfica síria. Aliados de Moscou, eles também são inimigos históricos do Império Otomano. Religiosamente são o maior país xiita e veem com preocupação o avanço dos sunitas (e sobretudo do Wahhabismo) na região, o que certamente isolaria a antiga Pérsia ainda mais. Os iranianos ainda extremamente nacionalistas e orgulhosos de seu passado e história imperial, de quando dominavam toda a região, isso antes do nascimento de Cristo.

O fim dos dias

Diante do exposto há uma perigosa perspectiva e um palpite que não pode ser comprovado, a não ser com o tempo seguindo adiante.

Israel e Turquia conseguem cumprir suas metas e se tornam os dois grandes poderes geopolíticos da região. Israel demole a Mesquita de Al Aqsa, no monte em Jerusalém e começam a reconstruir o Templo. Uma nova super guerra na região eclode. É a batalha do vale de Megido, é o Armagedon que então ocorreria. Do lado hebreu estariam americanos e russos, unidos contra uma Turquia forte, com sua bandeira púrpura, anti cristã e anti judaica. É a parúsia.

É uma perspectiva, que dias mais, dia menos, a humanidade terá que enfrentar.

terça-feira, 11 de abril de 2017

A verdade sobre os que abandonam o Evangelho em favor do Catolicismo

Como uma pessoa que foi criada dentro do Protestantismo, acostumado a renegar o uso de ícones de imagens de escultura, a partir do momento em que supostamente se converte ao Catolicismo, se comporta diante da realidade inegavelmente idólatra desta denominação Cristã? Ignorará aquilo que toda vida creu, e não somente creu com as forças da fé mas compreendeu com a sua razão? 

É isso o que ocorre com aqueles Protestantes que se bandeiam para os lados do Catolicismo. Admitem, como não podem negar, a autoridade da Bíblia Sagrada, admitem que a idolatria é grave pecado, mas por força (ou fraqueza) passam a ignorar, fazer de conta de que as imagens de santos não lhe dizem respeito. Não enfrentam esse mal. Não se trata de uma discordância doutrinária ou teológica. Os católicos sinceros e honestos sabem que sua religião é, popularmente, idólatra, mas fazem vistas grossas a este fato em nome de suas doutrinas, de sua tradição e do papado. Não abrem a boca contra esse mal, por que atentar verbalmente contra qualquer dogma da Igreja é motivo para excomunhão, como se qualquer instituição humana tivesse o poder de condenar alguém ao inferno ou mandar alguém para o céu. Isso cabe a Divina Soberania de Deus e à Sua Permissão.

Não querem e não podem admitir os seus erros práticos e doutrinários por que uma tradição diz que apontar os erros do Papa e da Igreja é pecado grave. Se a Igreja disser ao fiel que 2 + 2 são 5 deverá ele acreditar sem questionar, mesmo que isso fira claramente as Sagradas Escrituras. O Protestante neo converso sabe que isso é ilógico, mas ignora para poder se adaptar à sua nova realidade comunitária e mesmo ideológica.

Protestantes que deixam suas denominação ingressam no Catolicismo ou nas igrejas Ortodoxas em busca de tradições de homens, belas, inquestionavelmente, do ponto de vista estético, mas mortas, pois não refletem a imagem de Cristo. A púrpura e o ouro das catedrais, as vestes longas são sinais de uma beleza existente, mas cujo conteúdo interno é muito divergente, sendo composto de pura devassidão e imoralidade, pois, conhecedores da Verdade e da Palavra de Deus, abrem mão para se apegarem aos hábitos, costumes, tradições e vaidades das instituições humanas. A Igreja de Cristo, por ele fundada, é a comunidade invisível de todos os Seus Eleitos, não um prédio, uma instituição humana com regras anti-bíblicas e nem com tradições. Quem deixa o Evangelho por isso não tem o perfil nem as marcas externas de um verdadeiro filho de Deus, mas eis que, o pródigo filho pode ao Seu Pai voltar.

sábado, 23 de outubro de 2010

Lewis, C. S.



“Nestas conversas eu tive que dizer bastante sobre oração. E antes de entrar no meu assunto principal hoje à noite, eu gostaria de lidar com a dificuldade que certas pessoas encontram com toda a idéia de oração. Alguém chegou a mim dizendo: ‘Eu posso acreditar em Deus, mas o que eu não posso engolir é esta idéia de que Ele atenda centenas, milhões de humanos que estão todos se dirigindo a Ele no mesmo momento’. E eu encontro muitas pessoas que sentem essa dificuldade. Bem, a primeira coisa a se notar é que o problema surge com as palavras “no mesmo momento”. Muitos de nós podemos imaginar Deus atendendo a vários peticionários, se somente eles viessem um por um, e se Ele tivesse um tempo infinito para atendê-los. Então o que está realmente por trás da dificuldade é esta idéia de Deus ter de consertar muitas coisas em um único momento. É isso, evidentemente, que acontece conosco. Nossa vida nos vem momento a momento. Um momento desaparece antes que o outro chegue, e em cada um deles cabe pouquíssima coisa. É assim que funciona o tempo. E é claro que você e eu temos como certo que essa série temporal, esse arranjamento entre passado, presente e futuro não é apenas o modo que a vida vem a nós mas o modo como todas as coisas existem.

Nós tendemos a assumir que todo o Universo e até o próprio Deus estão sempre mudando do passado ao futuro, como nós fazemos. Mas muitos homens estudados não concordam com isso. Eu penso que foram os teólogos quem primeiro começaram com a idéia de que algumas coisas não estão submetidas ao tempo. Mais tarde, os filósofos assumiram essa idéia e agora alguns cientistas estão fazendo o mesmo. Quase certamente, Deus não esta no tempo. Sua vida não consiste de momentos seguidos por outros momentos. Se um milhão de pessoas ora para Ele às dez e meia da noite, Ele não precisa ouvi-las todas no pequeno instante que chamamos de dez e meia. Dez e meia, ou qualquer outro momento desde a criação ao fim do mundo, é sempre o presente para Deus. Para dizê-lo de outra maneira, Deus tem toda eternidade para ouvir a brevíssima oração de um piloto cujo avião está prestes a cair em chamas. Isso é difícil, eu sei. Vou tentar dar outro exemplo, não sobre a mesma coisa, mas de algo um pouco parecido. Suponha que eu esteja escrevendo um romance. Eu escrevo: “Mary fechou o livro. No momento seguinte veio uma batida na porta”. Para Mary, que vive no tempo imaginário da minha história, não há intervalo entre fechar o livro e ouvir a batida na porta. Mas eu, o criador dela, entre escrever a primeira sentença e a segunda, posso ter saído por horas para uma caminhada e ficar certo tempo pensando sobre a Mary. Eu sei que não é um exemplo perfeito, mas ele talvez dê uma noção do que eu quero dizer. O ponto em que eu quero chegar é que Deus tem uma atenção infinita, uma medida infinita reservada para cada um de nós. Ele não quer nos tratar como a uma massa. Você esta sozinho na companhia D’Ele como se fosse o único ser que ele tivesse criado. Quando Cristo morreu, Ele morreu por você, individualmente, como se você fosse o único homem na Terra.

Agora vou voltar ao meu objetivo principal. Eu estava mostrando da última vez que a vida cristã é simplesmente um processo de ter o seu caráter natural transformado em um caráter de Cristo e que este é um processo continuo por dentro. Os desejos mais privados, e pontos de vista de alguém são as coisas que tem que ser mudadas. É por isso que incrédulos reclamam que o Cristianismo é uma religião muito egoísta. “Não é muito egoísta, é ate mesmo mórbida”, eles dizem. “Estar sempre pensando apenas no seu próprio umbigo, ao invés de pensar na humanidade.” Agora, o que um Sargento diria a um soldado que tinha um rifle sujo e quando mandaram limpá-lo, respondeu: ‘Mas Sargento, não é muito egoísta, até mesmo mórbido, estar limpando o interior de seu próprio rifle, ao invés de pensar nas Nações Unidas?”Bem, não precisamos nos preocupar com o que o Sargento diria na verdade. Você entende? O homem não será muito útil para as Nações Unidas se seu rifle não estiver pronto para atirar. Da mesma maneira, pessoas que ainda estão agindo pelos seus antigos caracteres naturais não farão um bem real e permanente as outras pessoas. Deixe-me explicar isso. A História não e apenas a história de pessoas más fazendo coisas ruins. É na maior parte uma história de pessoas tentando fazer coisas boas. Mas de alguma maneira algo deu errado. Veja a expressão “tão frio quanto caridoso”. Como assim dizemos isso? Da experiência. Nós aprendemos o quão antipáticas, autoritárias, conceituadas, pessoas caridosas freqüentemente são. E ainda, centenas e milhares delas começaram realmente ansiosas para fazer o bem. E quando elas fizeram isso, de alguma forma não foi tão bom quanto deveria ter sido. Uma macieira que não pode produzir maçãs comestíveis. A velha estória: “O que você é resulta o que você faz.” Enquanto o caráter antigo estiver la, sua mancha estará sobre tudo o que fizermos. Nós tentamos ser religiosos, e nos tornamos Fariseus, tentamos ser agradáveis, e nos tornamos autoritários. Serviço social termina em formalidade burocrática, altruísmo se torna uma forma de se exibir. É claro que eu não quero dizer que nós devemos parar de progredir e tentar ser o melhor que podemos. Se o alimento do soldado é o bastante para entrar na batalha com um rifle sujo, ele não deve fugir. Mas eu quero dizer que a cura real é a mais profunda. Fora de nós mesmos, mas em Cristo, nós devemos ir.

A mudança não acontecerá de repente para a maioria de nós, e eu devo admitir que para a maioria dos cristãos será apenas o começo e continuará ate o fim de nossas vidas presentes. Mas há alguns que vão adiante até mesmo antes destes longe o bastante para que se possa ver isto. Seus rostos e vozes são diferentes. Quando você se encontra com eles você sabe que está competindo com algo que, de certa forma, começa Onde você pára. Algo mais forte, mais calmo, mais feliz, mais vivo que a humanidade comum."

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Vistam-se

Você tem por volta de vinte anos e durante toda a sua vida, em linhas gerais, passou ouvindo ideias e tendo muitas delas como coerentes e aplicáveis em maior ou menor modo em sua vida, entretanto devido a múltiplas condições você não conseguiu alcançar um estágio de percepção da realidade além do imaginário e deturpado pelos seus interesses momentâneos e analíticos do visível, sua percepção transcendental é medíocre, ou até mesmo não. Em alguns casos o sujeito pode ter até alguma experiência, mas por alguns momentos e daí por diante não mais dela lembrar ou fazer o uso correto.

Durante sua vida sempre a religião esteve presente, independente de qual seja, e não aqui me refiro às contribuições inumeráveis que ela dá a organização da vida em comunidade, falo especificamente de ir ao templo, assistir um culto ou missa, sentir algo diferente em relação àquele ambiente e o que ele transmite espiritualmente ao indivíduo. Isso lhe foi agradável e fez você jubilar em diversos momentos. Você gosta da religião e da espiritualidade e de tudo o que ela lhe proporciona.

Chegando a faculdade, toda a atmosfera de alguns mais experimentados e conscientes, plenos materialistas falam, falam, balbuciam louvando a ação humana e o que por ela é produzida, o dinheiro, a boa vida que não se conseguiu e pensa que seguindo estas teorias conseguirá. Tudo isso é jogado em cima das pessoas.

Esse tipo de conversa é jogada e com ela o mais incauto vai assimilando, concordando e defendendo- a. Uma nova consciência toma o lugar daquela antiga e primitiva religiosidade intocada ou como disse, tocada talvez em algum momento.

Será que tudo aquilo que foi vivido não teve valor ? Não merece ser aproveitado e usado ? Mas como negar a reliogiosidade se ela foi quem te pariu ? Fez com que chegasse a faculdade, fez com que a humanidade se civilizasse, não vivesse caçando gatos para o sustento. Será que não perecebem para onde estão indo ?

O paulistano eterno

 Me identifico com o paulistano que mora na casa que restou numa rua em dissolução. É como o velho morador de Pinheiros, que habitava uma ca...