Dois exemplos: como uma metrópole, tal como São Paulo, poderia abrir mão de uma companhia que pense e organize o seu transporte público por ônibus, como é a SPTrans? Poderia ser discutido se ela poderia ser mais eficiente, se a sua gestão deveria ser compartilhada com outros municípios circunvizinhos, se uma fusão com a EMTU, Metrô e CPTM seria benéfica (duvido muito). Essas empresas públicas precisam gerar dados da operação do serviço público prestado, para que haja mais eficiência naquilo que é oferecido ao usuário. Se simplesmente essas empresas públicas urbanas fossem extintas, o caos urbano seria ainda maior. O gigantismo de mais de 20 milhões de pessoas em uma região metropolitana, igual a Grande São Paulo, exige a existência de empresas gerenciem certos ramos de atividade, porém sem oferecer o produto ou serviço final, como já é hoje.
O outro exemplo é a saúde pública. Defendo a tese que o Brasil é um país que não saiu totalmente do estado de natureza. Essa terra e os povos que aqui habitam ainda precisam ser civilizados. Não há ética. Possa o funcionário lesar o patrão ou vice-versa, isso será feito. A máxima definição do ser brasileiro é a lei de Gérson. Na saúde é preciso assegurar que uma pessoa, se puder ser salva ou ter a sua dor minimizada, isso deve ser garantido. Pode haver lucro na saúde, na educação ou na exploração da água potável. O que se deve combater é a ideia de que quem não possua dinheiro não possa ter acesso a isso. Sobretudo a saúde, que é no fim a própria existência. É a vida com abundância. Se pode viver sem escola, mas por essência, sem saúde só existe a morte.
Um sistema de saúde privado complementar como existe hoje no Brasil é bom. E o SUS, como conceito é bom, embora a execução seja a pior possível. Quando se liga a tv no Datena e vemos uma mulher agonizar até a morte, implorando por um atendimento simples, não há outro sentimento possível senão o ódio contra essa falta de sensibilidade e de respeito com uma pessoa. E esse desrespeito é provindo de um sistema, de uma burocracia pública e financeira. É inaceitável. Melhorar a gestão e a eficiência de todo o serviço público deveria ser a meta essencial de todo político, mas a próxima eleição ou o tráfico de influência está aí, na cara do gol. A rixa entre o público e o privado é falsa. Precisamos salvar as pessoas.
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