Quando levei o Vinícius no Brás nós vimos algum mendigo, ou pessoa desvalida, em alguma situação na igreja. Não lembro se entrando na portaria da Rua Visconde de Parnaíba ou lavando-se no banheiro. Eu comentei que isso não era algo comum, coisa que fosse vista com regularidade em uma igreja Protestante, em especial na Congregação. Fui redarguido que se tratava de coisa corriqueira em igrejas Católicas. Fizemos alguma rápida digressão à la Max Weber sobre o Calvinismo e o instituto das esmolas no protestantismo. Entramos.
Uma vez congregando a tarde em um certo bairro, vi um doido sentado no chão do páteo da igreja e me lembrei da conversa do Brás.
Ontem, em uma outra congregação, todos os elementos estavam presentes. Ao entrar na igreja um vendedor de balas (o comércio em frente as congregações está desaparecendo). No pórtico do átrio, um gordo bêbado sentado num degrau. Sento-me num banco dos fundos, tendo ao meu lado um irmão Jeca Tatú, estereótipo perfeito do caipira de terninho surrado e camisa xadrez, que desembarcava do interior na Estação da Luz, com sua sacola simples de pertences. Ao lado, ou melhor, na frente, dois velhos irmãos, fiscais de quem entra e sai do templo, fiscais de quem usa ou não usa corretamente a máscara sobre o focinho. Tempos modernos, mas os personagens perenes continuam a povoar a casa de Deus. Alguém mais dado às letras poderia transformar essas memórias em uma bela crônica. Não eu.
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