quinta-feira, 9 de setembro de 2021

Ser súdito de si mesmo

 Não existiu na história do Ocidente sistema político social mais estável que o feudalismo. Tudo o que veio depois foi o mais completo caos, resultado de crenças religiosas espúrias, milenaristas e messiânicas. As pessoas buscam líderes políticos capazes de resolver tudo com um toque mágico. Líderes políticos que vão criar uma terra sem males. O líder político não é mais um homem, mas uma divindade com um séquito de fieis que espera ver milagres ocorrendo como nos tempos bíblicos. O messianismo político é uma doença social gravíssima. Há países de terceiro mundo que foram além e conseguiram superar uma política baseada apenas em tiranos e tiranetes, mas que permaneceram igualmente corruptos, talvez até mais do que outros países que seguiram líderes populistas. O México é o melhor exemplo. Entra presidente, sai presidente o Partido Revolucionário Institucional (partido maçônico) continua no poder. Nenhum presidente mexicano, por mais carisma que tenha, acabou por se tornar figura política maior do que o partido. Nem quando o presidente foi de outras legendas como na época de Fox (PAN) e agora do López - Obrador (MORENA), O PRI foi desalojado do poder. 

Vejam o caso desse malfadado país reconhecido por Brasil. Vários atores chamam para si o peso de ser o poder moderador da república, os militares, o judiciário, o senado, a imprensa, a sociedade, mas, sabemos que quando é chegada aquela hora amarga, de trazer as coisas para o velho balanço que não desagrade as nossas elites dominantes, o poder moderador é exercido pelo estamento burocrático, composto por representantes de todos os setores de nossas elites. É o MDB em ação. Ele é a condensação de toda a elite do Brasil. Essa elite não espera outra coisa senão conservar os seus privilégios, suas boquinhas, suas condições de poder. É a elite do funcionalismo, a elite da Faria Lima e Berrini e a elite do agro. Todos são pop e tech! O Brasil, lamentavelmente, indo além dos males que assombram o México, compartilha não só a característica de ter se tornado um narcoestado e de ser controlado por uma elite absolutamente predatória e cretina, temos o privilégio de termos uma abundância de candidatos ao posto de líder messiânico da nação. Bolsonaro, Moro, Joaquim Barbosa, Lula, Collor, Jânio, Getúlio, Conde D'eu, todos tiveram suas (ou ainda tem) pretensões messiânicas e redentoras, de liderar esse quinto império que é a América Portuguesa. Todos fracassados pela natureza do próprio país e de sua própria sociedade, que espera um líder que represente e simbolize um grande sentimento de esperança, de libertação do povo e desenvolvimento do país, ao mesmo tempo em que deixe todos os caminhos do estado abertos e livres para que os donos do poder possam continuar tendo as suas aberturas majoritárias ao erário público.

Por favor, você pobre atormentado que agora lê esse texto, se você é brasileiro, abandone já essa ideia. Seja cidadão de sua própria pátria e súdito de si mesmo. 

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