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segunda-feira, 14 de julho de 2025

O paulistano eterno

 Me identifico com o paulistano que mora na casa que restou numa rua em dissolução.

É como o velho morador de Pinheiros, que habitava uma casa ou sobrado, hoje cercado de comércios, prédios envidraçados e milhares de transeuntes. 

É como alguém que resiste em morar numa casinha na Vila Olímpia. 

Ou mora no Largo 13.

Na avenida São João ainda resta uma casa.

Na mente tenho essas imagens. Desde sempre reparei nuns tipos assim. Um velho que envelhece com o imóvel. Ambos dois resistentes.

Eu sou também um resistente e minha casa também. Resistimos, pois somos eternos. 

A última casa da Avenida São João

Um desses resistentes, venceu a morte pela memória.


sábado, 3 de maio de 2025

A ladeira da minha memória

 Eu nunca conversei com um urbanista. Arquitetos sim, aqueles que ao que conste se dedicam ao planejamento de construções. Um urbanista que pense em problemas urbanos eu nunca conversei. Sei que existem. Até acompanho alguns por aí nas redes, mas nunca tive a chance de sentar com um desses raros profissionais para prosear. Será que eles são tarados por questões urbanas como eu ou como vários busólogos ou entusiastas de transporte costumam ser?

Só sei que eu, desde os onze anos, sou um apaixonado pelo caótico da cidade. A coisa começou com um guia de ruas Mapograf de 1997, que guardo com carinho até hoje. Ali, época em que eu cursava a quinta série do ensino fundamental, eu comecei decorando nomes de bairros, ruas, ceps, distritos. No mesmo ano um rapaz da minha turma, chamado Tiago e sobre o qual eu não tenho mais nenhuma informação do seu paradeiro, que já era mais avançado, sabia de cor linhas de ônibus, itinerários e códigos delas. Esse menino tinha o pai marreteiro na feira. Era um menino bonzinho. Eu espero que Deus tenha tido misericórdia de sua vida. Ele na época já era office boy, isso com onze, doze, treze anos, que foi a última vez que eu tive notícia dele, pois passei a estudar em outra escola, um pouco afastada de casa, coisa de um quilômetro de lonjura. 

A primeira vez que andei de ônibus sozinho foi no ano 2000. Eu tinha 10 anos. Peguei um ônibus na Avenida Um, imagino ter feito uma baldeação no Rio Bonito e ter pego outro que passasse pela então nominada Avenida Robert Kennedy, hoje Avenida Atlântica. Havíamos mudado de bairro no segundo semestre daquele ano e meus pais estavam preocupados com a minha mudança de escola naquela altura do ano letivo. Se a memória não me trai, fiquei entre agosto e outubro fazendo esse trajeto, não sem muito custo para os meus país, custo em preocupação por pensar no gordinho andando sozinho de ônibus por ai. 

Recordo-me que em agosto de 2000 eu voltando para casa desci um ponto antes e decidi fazer um outro caminho para casa à pé. O suficiente para dar uns vinte minutos de atraso do horário de chegada habitual. Foi o suficiente para causar pânico na família. Meu irmão mais velho do meio e pai começaram e me procurar pelo bairro, foram nos comércios, avisaram a viatura da rádio patrulha. Daqui a pouco chego em casa, com a mochila nas costas. Acho que não apanhei, só levei um esporro qualquer. Mais tarde no mesmo dia já estavam me mandando na padaria ir comprar cigarro. 

Essa aventura de meia milha parece ter sido o fato derradeiro para que meus pais me mudassem imediatamente para uma nova escola, que fica em frente de casa até hoje. Nesse meu período da juventude comecei a andar mais de ônibus. Meu pai não dirigia mais desde fins do ano 2000, já que não tinha carro e enxergava com cerca de 20% da visão, apenas. O ônibus passou a ser indispensável. Era um período em que aqui onde moramos não havia nenhum grande mercado ou atacarejo próximo. Precisávamos nos deslocar de ônibus cerca de 4 quilômetros para a Cidade Dutra (onde havia um Sonda) ou para Santo Amaro, que contava com quatro supermercados na época (Sonda, do Shopping Center Sul - hoje Shopping Boa Vista, o Barateiro, o Futurama e o Sé). Meu pai ainda não totalmente combalido pelas enfermidades buscava trabalhos de pintor ou cuidador de imóveis (espécie de corretor que fica sentado em frente a grandes casas que estejam a venda em bairros finos, a espera de clientes que quisessem visitar a moradia). Nesse período andei bastante a cidade com ele: Pinheiros, Santo Amaro, Santa Cecília, Luz, Sé, Bela Vista, Paulista, Jabaquara, Vila Mariana. É onde me lembro de ter passado com mais atenção na época. As razões eram por trabalho dele, poucas, mas, sobretudo, para ir em médicos (o que aconteceu muitas vezes) e também por passeio ou para ir até a igreja. Foi um período de muita pobreza em casa. Embora não pagássemos aluguel, o dinheiro era pouco e contado. Meu pai era aposentado por invalidez, tinha pouca disposição de saúde para voltar a trabalhar e não tinha muitos ofícios disponíveis. Meu pai foi muita coisa, da miséria à riqueza. Foi bedel, guarda civil, motorista, vendedor, concessionário de veículos, dono de autopeças, político e por fim, aposentado. Não me consta que fosse vagabundo. Era nervoso, antigo, rústico, grosseiro. O seu casamento com a minha mãe me deixou um precioso ensinamento prático sobre a ideia de jugo desigual, onde ele era 18 anos mais velho, de origem geográfica distinta, cultura distinta da minha mãe. Um paulistano comum de pais interioranos e italianos e minha mãe nordestina. Choque de culturas que fizeram com que eu e meus irmãos presenciassem infindáveis discussões. Minha mãe parece ter sido muito triste e guardar muito arrependimento pelo que passou. Não sei se ela consegue compreender a coisa com o necessário fatalismo. Me parece que ainda tem a ideia de que tudo podia ter sido diferente. É uma inconformista. 

As minhas memórias são muitas e tenho pensado com mais frequência em deixar elas registradas. Evidentemente, para ninguém. Quem teria interesse nelas, quando eu estiver sem mente ou morto? Quem poderá se interessar pelas memórias de um sujeito ordinário como sou, que nada de espetacular fez na história? Talvez os historiadores da micro-história ou da história do imaginário ou das mentalidades. Quem sabe, por pouco tempo, algum ex-colega de faculdade ou do trabalho, ou ainda algum ex-aluno. Eu me interessaria por breves memórias biográficas de alguns deles. O homem é essencialmente um fofoqueiro. O historiador ainda mais. 

As memórias do ambiente, ou seja, da cidade são sempre muito vívidas, pois são objeto da minha preocupação desde essa época. A minha defesa da independência do estado de São Paulo é parcialmente filha dessa preocupação urbana, juntada com a formação de identidade regional. Eu sou eu em Santo Amaro, na Zona Sul e em São Paulo. O máximo da extensão geográfica da minha identidade é o estado. Além disso, não sou ligado à nada e pouco me importa um venezuelano ou um carioca, são iguais, ambos distantes da minha vista e do meu povo. Eu pego o carro e vou para Santos e vejo o paulista, que fala como eu. Vou para Campinas e ali quem vive é um paulista. Além das fronteiras do estado bandeirante nada me importa. São todos iguais ali. 

Terminei de ler essa semana um livro da coleção de livros, há muitos anos publicada pelo Arquivo Histórico de São Paulo. Trata-se do volume de 2019 que conta a história de um bairro que não transito habitualmente, a Vila Missionária. Bairro pobríssimo da zona sul paulistana, que no passado era famoso pela criminalidade e hoje, além da criminalidade é famoso também por ser o local de onde saiu a deputada federal Tábata do Amaral. 

A enormidade de São Paulo nos faz conhecer pouco a própria cidade. Eu devo ter passado de carro, mais tardar, meia dúzia de vezes pela Vila Missionária, indo para alguma igreja nas proximidades do bairro. Mas, quem conhece uma periferia de São Paulo pode dizer que conhece todas. Elas são todas idênticas. São compostas pelo mesmo substrato humano e social. São constituídas de ruas com má divisão no loteamento, com lotes pequenos, muitas vezes mal acabadas, por trechos que ainda intercalam vielas e escadões que levam para as favelas, que costumam, muitas vezes, ficarem nos fundos da área dos terrenos que foram minimamente loteadas (e que, comumente, dão para a avenida ou rua principal). Quem andou no Jardim Iporanga ou no Grajaú, ou ainda no Jardim São Luís já conhece a Vila Missionária, ainda que jamais soubesse da existência de lugar.

O livro escrito sobre tal bairro traz algumas informações bastante interessantes, ainda que o enfoque dado pelo autor, Aquiles Coelho Silva, seja o sociológico e não o memorial. A parte da memória, ainda que sempre presente, serve para levantar a bola para a análise da formação social e econômica da Vila Missionária. O nome do bairro, por exemplo, é em razão do loteamento ter sido feito por uma obra missionária da Igreja Católica, liderado por um padre chamado Aldo. O padre e sua obra missionária pretendiam criar um loteamento modelo, mas, pela forças das circunstâncias, aos poucos foram cedendo às necessidades da população pobre que foi se estabelecendo ali. 

Nas décadas de 1970 até 1990 se tratava de bairro em formação, com ruas de terra, barracos de madeira aos montes, ausência de luz nas ruas, sem coleta e tratamento de esgoto pela Sabesp, com poucas vagas em creches para que as mães pobres que tivessem que ir trabalhar em outros bairros tivessem onde deixar os seus rebentos. Essa realidade não é diferente de inúmeras periferias paulistanas e da grande São Paulo até os dias de hoje. Talvez alguns dessas defasagens públicas tenham sido minimizadas pela ação social do governo, mas, o grossos dos problemas permanecem. A atuação do poder público para os bairros pobres é sempre atrasadas e pouca. O pobre sempre está lascado várias vezes ao dia: trabalha em serviços ruins e de baixa remuneração, recebe pouco, corre mais risco de ser assaltado, se alimenta mal, cuida mal da saúde, é relaxado com a educação dos seus filhos. É um círculo vicioso. 

Eu defendo que a sociedade e o poder público não podem mais ignorar essa situação da pobreza urbana, achando que ela será resolvida com transferência de renda. A transferência de renda pura e simples é nociva. Se você for um revolucionário marxista irá achar que ela é um instrumento de cooptação das classes trabalhadoras ou do lumpemproletariado, que perderá assim a sua capacidade de ação revolucionária direta. Se for um liberal irá achar que essas pessoas tenderão a se acomodar e não buscar sair daquele estado de coisas que se encontram. Eu tendo a concordar com os dois lados da moeda. As políticas de transferência de renda precisam ser passageiras e totalmente atreladas com outras ações de maior porte do estado, como planejamento familiar, oferta de ensino adequado, garantia de segurança pública e transporte, reurbanização, oferta de cultura de qualidade que possa elevar e integrar essas comunidades pobres, tirando-as da cultura de gueto que muitas vezes estão enfurnadas. 

Minha visão de problemas urbanos como esse é muito distinta daquela que o autor do livro tem. Assim como ele eu também sempre fui pobre, mas meus pais tinham cultura e souberam me transmitir alguma dessa cultura. Ainda que as revistas que eu pudesse ler não fossem novas, a leitura sempre enriqueceu e trouxe parâmetros novos. A cultura musical rica dos meus pais não me levou para nenhum gueto. 

Já escrevi e defendo um amplo plano de reurbanização de favelas e política pública severa de combate às invasões. Vamos ajudar a essa população pobre a ter o ser apartamentozinho da Cohab. É bem mais digno. E quem tenham transporte público na porta, e escola de qualidade para si e para os seus. E quem possam ter emprego e se o governo tiver que transferir renda, que dê como complemento para quem tem já carteira assinada. Você trabalha e ganha um salário mínimo do seu patrão, é arrimo de família? Tome então mais 300 reais para complementar a renda. Dar dinheiro só por dar, para sustentar a vadiagem não é mais possível. Esta é uma grossa generalização, mas é assim porque há muitos casos.


quinta-feira, 2 de janeiro de 2025

Pela cidade

 Pirituba, Jaguaré, Vila dos Remédios, São Domingos, Perús, Taipas, Vila Maria, Vila Medeiros, Tremembé, São Mateus, Cidade Tiradentes, Itaim Paulista, Penha, Vila Formosa, Teotônio Vilela, enfim, cito alguns distritos da cidade de São Paulo onde jamais coloquei os pés para quaisquer fins de natureza econômica ou material. Nunca fui procurar emprego, nunca fui no médico, nunca foi em uma palestra ou curso ou fui em algum comércio necessário nessas localidades. Todas elas ficam dentro da cidade de São Paulo. E mais, excetuando-se a Penha, onde fui algumas vezes nos últimos dez anos na igreja (portanto, um único endereço), de resto, praticamente não piso nesses lugares. Tenho dúvidas, inclusive, se já fui em Taipas ou na Vila Medeiros. 

A cidade de São Paulo é enorme. Está comunicada por uma extensa rede de transporte público, ônibus, trem e metrô. Circula-se livremente ainda em todas as regiões da cidade, inclusive aquelas mais perigosas. Claro, não vai entrando em uma viela qualquer no Jardim Angela, no Suvaco de cobra (Jardim Miriam) ou no Jardim Helena se você não for em um lugar muito específico dentro de alguma dessas favelas. De preferência, já esteja combinado com quem vai te receber. Nesses cantinhos andar em São Paulo talvez seja quase tão perigoso como andar no Rio de Janeiro, quiçá até mesmo em Salvador. Ainda assim, não troco as favelas paulistanas, as quais algumas já tive a necessidade de andar e não me senti intimidado. 

Não me consta que um dia na minha vida eu tenha ido até o Jardim Britânia, onde há um terminal (de quem deve ter sido a brilhante ideia de criar um terminalzinho ali? - Imagem fonte.)



Muitas vezes passeei de ônibus pela cidade. Sai sem um destino exato, pulando de terminal em terminal. Indo do Terminal Santo Amaro até o Terminal Praça Princesa Isabel (aliás, esse terminal será consumido pelas obras do novo palácio do governo que o senhor Tarcísio de Freitas está querendo construir nos Campos Elíseos? Talvez o terminal seja o ambiente mais salubre e civilizado de toda aquela região.) Do Terminal Praça Princesa Isabel pegava um ônibus até o Terminal Cidade Tiradentes e dali pegava o trólebus, passando por todo ABCD até chegar no Jabaquara, passando pelo corredor Diadema - Berrini, descendo na Avenida Santo Amaro ou, do Jabaquara pegando um ônibus de volta para o Terminal Santo Amaro. Já fui no Terminal Cachoeirinha, saindo do Largo do Paissandu, apenas para ver o terminal. Desci lá, fui no banheiro, olhei dois minutos e já embarquei de volta para outro local. Na verdade, terminais de ônibus não tem muita coisa a oferecer. 

Conheço a maioria dos terminais da cidade de São Paulo: Parelheiros, Varginha, Grajaú, Santo Amaro, João Dias, Capelinha, Campo Limpo, Amaral Gurgel, Praça Princesa Isabel, Parque Dom Pedro II, São Mateus, Vila Carrão, Cachoeirinha, Casa Verde, Bandeira, Pirituba, Cidade Tiradentes, Mercado, Pinheiros e Lapa. Há dois terminais bem próximos de onde moro e que passo em frente com alguma regularidade (de carro) e nunca andei neles: o Guido Calói (anexo aos fundos da Estação Santo Amaro do Metrô) e o Guarapiranga. Aliás, não sei se o Guido Calói é considerado terminal pela SPTrans.

Isso aqui era o Terminal Largo da Batata, em Pinheiros, no final dos anos 1990. Hoje a região ficou muito valorizada e é frequentada essencialmente por moleques maconheiros.


quinta-feira, 21 de novembro de 2024

Os rumores silenciosos

Entre aqueles que são envolvidos no meio eleitoral, seja trabalhando para partidos políticos ou candidatos, seja o pessoal dos institutos de pesquisas de opinião ou ainda a imprensa, há uma expressão que, volta e meia, retorna durante uma discussão. Trata-se do fenômeno do "voto envergonhado".

É possível definir o fenômeno do voto envergonhado como aquele em que o eleitor não se manifesta à favor do candidato durante o período de campanha, não dando sinais de que irá votar naquele candidato que não tem apreço de parte das pessoas do seu convívio, porém, no secreto da urna, o eleitor deposito o seu voto naquele candidato pouco apreciado pela opinião pública. 

Eu diria que o voto envergonhado é aquele praticado pela extensa maioria da população.

O histrionismo por parte do eleitor está longe de ser novidade e é quase um sinônimo de eleições feitas para o homem massa. Os histriônicos sempre tereis no meio de vós! Ainda assim, ele não é o responsável solitário por viradas de votos. O voto é algo, normalmente, bem consolidado, pelo menos para cargos do executivo. O eleitor matuta em silêncio a sua preferência, vai lá e deposita com certeza. O mesmo não ocorre para cargos legislativos, onde a escolha é geralmente bastante irrefletida, quando não aleatória. Como mesário e depois assistente da justiça eleitoral pude ver várias vezes homens e mulheres catando um santinho na calçada para definir em quem irá votar, dois passos antes de entrar na escola. E ainda querem dizer pra mim que o voto não devia ser facultativo. Eu defendo que ele seja facultativo e censitário, não pela grana, mas pelo estudo. Tem determinado grau? Vota para vereador. Tem determinado outro grau? Vota para o resto. Como eleger juízes ou xerifes com uma massa de eleitores que vota drogada, bêbada ou simplesmente ignorante e fraca da cabeça? O poder não pode estar nas mãos da ralé. E nossa elite é uma ralé também, assinale-se.

Hoje tive um sonho lúcido, bastante lúcido. 

Me vi em algum lugar do centro de São Paulo, como perto de algum beco no Brás ou nos Campos Elíseos, sendo acossado por uma turba de vadios insidiosos, uns com caras de drogados, outros de pilantras e golpistas. Me cercaram e, ao me desdobrar tinha em mãos um microfone e uma caixa de som. Eis que quando eu começava a proferir um incisivo discurso falando em resgatar São Paulo de volta aos paulistanos, limpando a cidade dos vagabundos que nos cercam, vi que os meus inimigos se dispersavam e algumas pessoas, idosos simples, pessoas humildes olhavam aquele bravo discurso, como se fosse do Ulisses Guimarães, do Franco Montoro ou do Mário Covas na campanha das Diretas Já, na Praça da Sé. Passado rapidamente o perigo eminente, uma e outra pessoa parava ao lado e cochichava: "olha, parabéns pelo seu discurso, nós precisamos mesmo resgatar São Paulo para nós". 

Tomo o desfecho desse sonho como uma analogia ao caso do voto envergonhado.

Todo discurso político que seja considerado reacionário e radical, no sentido da restauração de uma ordem preexistente, tem acolhida, ainda que sorrateira e escondida, entre boa parte da população. Aquela frase sobre o triunfo dos maus quando os bons não se manifestam passa a fazer ainda mais sentido. 

São Paulo foi invadida no século XX, especialmente a partir da década de 60, quando o tipo de migrante e imigrante que passamos a receber passou a ser a escória de outras partes, em grande parte (não na totalidade). Escória não em termos como os mais pobres ou mais simples, mas os piores, mesmo. Aqueles que tem os piores costumes, os piores hábitos, fugitivos não da seca, mas do trabalho firme, gente que procurava aqui um troquinho mais fácil para gastar em festas e bebidas ou drogas. E é assim que as favelas se tornam um tormento para o sujeito que é miserável materialmente e que precisa ali viver. Tormento dos tormentos deve ser para um trabalhador, uma mãe de família pobre que precisa conviver com a escória que se embebeda, se droga e faz farra todo o dia. Para esse trabalhador e trabalhadora decente, honesto e honrado eu desejo toda a sorte do mundo, independente de sua origem natalícia e que ele venha a prosperar materialmente e possa sumir do convívio grotesco dessa ralé, que por razões econômicas, ele é obrigado a conviver. 

A ralé precisa ser domada, adestrada, pelas duas mãos do poder. A mão do estado, cuja fiscalização sobre o descumprimento de normas de postura deve ser severo. Severo com o pichador pego, severo com quem joga lixo em local inadequado (não só o papel de bala ou a bituca de cigarro, mas os indecentes que largam sofás velhos em esquinas ou os jogam dentro de córregos), severo com quem ouve música alta e perturba o sossego alheio. Severidade no combate à violência de todo o tipo. A outra mão, a do mercado, que pode criar valor forçando hábitos de consumo que alterem determinados padrões entre essa massa. O estado e o mercado são criadores de valores. A primeira mão, a do estado, se quiser, é a mais forte nesse jogo, sobretudo se o cérebro que comanda a mão tiver clareza de propósito (coisa que hoje falta). 

São Paulo precisa ser limpa, renovada, reurbanizada, requalificada. A preocupação ambiental urbana precisa ser levada à sério. Não pode ser aceitável que as nossas represas, rios, riachos e córregos sejam somente esgotos à céu aberto. Não se pode aceitar que nada seja feito porque temos favelas ou outras construções nas margens desses mananciais. O estado tem que planejar uma saída firme para isso, com respeito às pessoas, mas pensando na cidade. O invasor de terras, que foi beneficiário de programa público de moradia não pode ser tratado senão como pilantra, caso volte ao estado pretérito de onde foi tirado. É uma maneira de se aproveitar da coletividade. Inúmeros são os casos de pessoas que receberam um apartamento da CDHU ou COHAB e os venderam para então retornar para as favelas, torrando o dinheiro com futilidades. 

Ensinar educação financeira nas escolas é essencial. Não só sobre a virtude da poupança, o que é muito difícil em um país de baixíssima renda, como é o Brasil, mas também ensinar sobre o cumprimento das regras e posturas. Sem isso, não é possível fazer a reforma saneadora que São Paulo merece. Enquanto houver impunidade para invasor, São Paulo será terra sem dono. E, digo mais, os contrários que façam o favor de se botarem pra fora daqui.

Tudo o que aqui está dito ecoa pela cidade. Ainda que seja um eco inaudível. Mas haverá um dia em que esse rumor será ouvido em toda parte com forte alarido e São Paulo se reerguerá e será limpa em definitivo.

sábado, 29 de abril de 2023

Revisitando perguntas de doze anos atrás sobre a administração da cidade de São Paulo

 Corria o ano de 2011. São Paulo ainda era uma cidade administrada por Gilberto Kassab. O meteoro Fernando Haddad ainda não havia passado por aqui como um fogo devorador, ajudando a destruir o que ainda sobrava de não tão decrépito na capital bandeirante. 2011. Ainda se falava em Maluf, Marta, Erundina e José Serra como os grandes figurões para cargos do executivo por aqui. O PT ainda estava nacionalmente por cima da carne seca. Dilma não era ameaçada de impeachment. Não havia mobilização de massas de direita e antissistema. Só quem era do meio político ou gostava do assunto sabia quem era Fernando Haddad. Ninguém imaginaria que João Dória Júnior seria prefeito e depois governador. Ninguém levava Bolsonaro a sério como potencial candidato à presidente da república. Os nomes da "direita" para uma futura disputa, enfrentando a Dilma que iria se reeleger ficavam em torno da trinca derrotista do tucanato: Serra, Alckmin e Aécio Neves. Foi o Aécio, que roubado em 2014, acabou mudando para sempre a política desse país, desmantelando o consórcio socialdemocrata "PETUCANO". 

Hoje, 2023, São Paulo é um estado governado por um absoluto desconhecido à época, o carioca Tarcísio de Freitas. A cidade de São Paulo também tem como alcaide um total desconhecido, Ricardo Nunes, um empresário da região do extremo-sul, que havia sido vice candidato de Bruno Covas, na maldita eleição de 2020, onde os paulistanos estiveram entre a "Cruz e a Caldeirinha", opondo de um lado o péssimo e moribundo Bruno Covas e o diabo socialista Guilherme Boulos. Boulos é a encarnação visível da mal (socialismo) na política. Imbecis completos são aqueles que votam nesse senhor, pensando que o discurso "pobrista", "favelista", uma reedição brasileira e adaptada de terceiro-mundismo, pode gerar alguma melhoria para a população. 

Lá em 2011 escrevi um texto com algumas considerações sobre a gestão de Gilberto Kassab como prefeito. Hoje, doze anos depois, ele, Kassab, é secretário de governo do governador Tarcísio de Freitas. É o seu principal articulador político. Kassab virou uma das eminências pardas mais relevantes da república. Não consegue ganhar uma eleição para cargo nenhum. É um fracasso eleitoral, embora não tenha sido, na somatória de tudo um mal prefeito, longe disso. Em comparação com aqueles que o sucederam, Haddad, Dória, Covas e Ricardo Nunes, a ladeira que corria para baixo parecia não ter mais fim. Nunes é um pouco melhor do que os seus antecessores. Está investindo pesado em um projeto de recapeamento de vias públicas, como há muito eu não via por aqui. Parece querer fazer disso a marca de sua primeira gestão na prefeitura, algo para habilitá-lo a poder disputar a reeleição no ano que vem. 

Hoje se pode ler na imprensa que Kassab, para apoiar Ricardo Nunes em seu projeto político, sugere ao prefeito que ele esqueça grandes obras e se concentre em zeladoria urbana. Tenho boa memória para as coisas da cidade. Kassab foi um bom zelador de São Paulo. Os seus sucessores péssimos zeladores urbanos. A zeladoria é fundamental, mas um calcanhar de Aquiles de Kassab foi justamente não investir em nenhuma grande obra como marca indelével de sua administração. Nenhuma obra de vulto se pode encontrar como marca deixada por sua gestão. Construiu alguns CEU'S, que dizem serem melhores construídos do que aqueles que a Marta fez. Não sei dizer. Fora isso, nenhum hospital, nenhuma avenida nova, nem novas pontes ou viadutos. Não teve ambição de ser um novo Maluf, tocador de obras, embora tivesse condições para isso. Agora me parece querer castrar as ideias e os propósitos do prefeito Ricardo Nunes. São Paulo precisa sim de expansão, de grandes obras, sobretudo na Zona Sul, historicamente a menos considerada pela prefeitura paulistana. Parece-me que os ex-prefeitos viam na região de Santo Amaro algum preconceito, afinal, nós que éramos um município separado até 90 anos atrás, talvez não precisássemos de investimentos paulistanos. Um erro. Duplo. Talvez devêssemos mesmo voltar a ser município separado e nos deixassem cuidar dos nossos interesses ao invés de nos boicotar. A elite política Paulista não parece aceitar muito um prefeito que não seja morador dos Jardins ou das áreas centrais da cidade. Há esse preconceito.

Espero que Ricardo Nunes siga adiante com os seus arrojados planos urbanísticos para São Paulo. Era disso que estávamos carentes.

sábado, 21 de janeiro de 2023

Eu sei como acabar com a cracolândia.

 Vejo o noticiário anunciar que a prefeitura e o governo estadual preparam o lançamento de um pacote de medidas para enfrentar a cracolândia do centro de São Paulo.

Para quem não é de São Paulo tenho certeza que não se pode ter a verdadeira dimensão do que é aquilo. As imagens mostradas são apenas um pedaço daquele drama. 

A região central de São Paulo é lindíssima e poderia ser um polo turístico maravilhoso, dada a sua arquitetura histórica do século passado. Restaurantes, museus, salões de exposições, galerias de arte, centros comerciais, estúdios, residências de alto padrão. Tudo isso poderia perfeitamente estar presente na Luz, nos Campos Elíseos ou no Glicério, mas não está. 

O mercado não deu jeito nessa região, pois não tem interesse nela. O estado também até agora não conseguiu resolver o problema.

Eu tenho a solução: é preciso impedir que a droga chegue nesses lugares. Só há o usuário porque há o produto. Elimine o tóxico e sumirá o dependente. No fim de tudo, o problema de cracolândia é essencialmente um só: segurança pública.

quarta-feira, 20 de julho de 2022

Conciliar esquerda e direita na política urbana.

 A esquerda contemporânea, essencialmente urbana, concorda com tais políticas públicas, como elenco abaixo:

  • Plante-se árvores.
  • Se construam bibliotecas públicas.
  • Invista-se na preservação e restauração do meio-ambiente.
  • Invista-se em música clássica.
  • Invista-se em museus.
  • Leis como a "Cidade Limpa" devem ser aplicadas com rigor.
  • Que se controle a construção de novos arranha-céus em bairros antigos.
  • Que regiões decadentes, como o Centro de São Paulo, sejam revitalizadas.
  • Que os prédios construídos hoje possam ser mais altos.
  • Que os novos edifícios "conversem" com o passeio público, tendo comércio no térreo.
  • Criem-se jardins verticais.
  • Criem-se parques e praças públicas.
  • Se ensine ecologia e agricultura nas escolas.
  • Apoie-se hortas e pomares urbanos.
  • Deixem a cidade bela.
Essas medidas não deveriam ser de esquerda ou de direita, porém, que fique registrado, esses temas são pautas que a direita não toca, não leva em consideração e sequer reflete sobre elas. É um erro completo. Deixam a pauta urbanística nas mãos dos meta-capitalistas das grandes construtoras, que lucram horrores com a destruição da cidade (para que eles possam reconstrui-la sempre). A direita deveria (como já fez antes) defender e cultuar o passado, mas não liga para o patrimônio histórico e arquitetônico. Fala de preservar a civilização ocidental, mas não move uma palha para propor projetos que ampliem o acesso das pessoas à cultura clássica. Para a direita que aí está mais vale Gustavo Lima do que Mozart. Depois não reclamem que está tudo perdido. A esquerda e a direita se parecem mais do que gostam de admitir. Stálin construiu as mais belas estações metroferroviárias do mundo. Aqui o regime militar construiu estações de metrô parecidas com enormes galerias de esgoto. 

Diante de tudo, apelo aos membros da esquerda sensata, lutem para fazer conservadores e liberais a adotarem uma pauta urbanística humana e restauradora. E a direita, que se esforce em trazer a esquerda sensata para o centro político, para que ela possa apoiar uma pauta pró vida, anti-ludopatia (lobby da legalização da jogatina) e descentralizadora. No mais, o que não puder se conciliado, que baste.

Esses dois outros textos me parecem que se relacionam que este aqui.


segunda-feira, 20 de novembro de 2017

Comentários sobre o filme "Doze horas até o amanhecer"

Doze horas até o amanhecer

Ano: 2006

Direção: Eric Eason

Elenco: Brendan Fraser, Yasiin Bey, Scott Glenn, Catalina Sandino Moreno, Matheus Nachtergaele, Alice Braga e Milhem Cortaz.

O filme foi rodado e se passa em São Paulo. Essa foi a principal razão que me levou a assistir esse filme, que descobri por acaso vendo um vídeo da cena de abertura, que passa um belo skyline de capital Paulista em um tom azul, ao cair da noite.

Atenção SPOILER!


A película narra a história de uma família desestruturada, onde Brendan Fraser é filho (e sócio) de Scott Glenn em um prostíbulo no Centro de São Paulo, que mantém ainda por cima uma relacionamento as escondidas com sua madrasta. Pai e filho resolvem encontrar um meio para resolver seus problemas financeiros mais imediatos traficando um maleta cheia de cocaína, em direção ao Porto de Santos, contudo, é aí que os problemas se tornam mais fortes: a "mula" (o entregador das drogas) era um nigeriano, que acaba morrendo com uma parada cardíaca no momento de uma cópula e os traficantes internacionais em Santos são africanos e só aceitam negociar com quem fale Iorubá. Nisso, o cozinheiro da zona, vivido por Yasiin Bey entra em cena, para substituir a "mula" original.

Uma série de tentativas frustradas de golpes e tramóias são dadas sem que nenhum dos envolvidos consiga encontrar uma saída que atenda às suas expectativas iniciais. Nesse sentido, o filme trabalha com uma sequência de frustrações e decepções. 

O filme é interessante pela exploração da paisagem paulistana como um cenário perfeito para todo o tipo de trama o que mais uma vez demonstra o enorme potencial de nossa cidade como locais para gravações e que é subutilizado nisso.

No geral, o filme é lento, sem expressão e sem grandes novidades. É um filme ruim, para televisão.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

De volta aos supermercados

Voltando a esse tema depois de mais de três anos (http://lusosp.blogspot.com.br/2009/11/saudades-dos-supermercados-noventinos.html), pois eu sinceramente não sei o que me acontece, já que muitas de minhas lembranças de infância passada em São Paulo, sempre tem como um elemento da paisagem os supermercados.

Eu me lembro de uma cena, lá em 1996, quando num determinado dia, após ter ido em um protético na Avenida Morumbi, para tirar um molde para um aparelho dentário móvel, que pouco usei, pois jamais me adaptei àquele treco, aliás outra coisa: ainda se fazem moldes de gesso dos dentes das pessoas quando se vai fazer um aparelho? Enfim, saindo do protético com meus pais, a bordo de um belo Santana, descemos a avenida rumo a Marginal Pinheiros e fomos ao mercado da Rede Peralta, que segundo o que me consta, ficava na Avenida Morumbi mesmo.

Lembro, se não estiver redondamente enganado, que este Peralta tinha dois andares, como o Extra da Brigadeiro Luís Antônio também tem. No segundo andar daquele chique supermercado ficava a área de vestuário, muito bem organizada, melhor do que qualquer setor de vestuário de outro mercado que já tenha ido, seja Wal-Mart, Extra ou Carrefour. Ah, sim, lembro também que vendiam uns blazers daqueles que hoje estão meio fora de moda, mas que eu acho chiquerrimos, que são aqueles paletós que fecham entrecruzado, deixando todo mundo (ou quase) com cara de inglês. Tenho um desses azul.

A outra lembrança que tenho do Peralta era da sacolinha: amarela, escrita Peralta em azul, na transversal. Acho que tinha também algum símbolo, mas não tenho certeza disso.

Procurando na internet, li no site do Pão de Açúcar, que a rede foi incorporada ao Grupo do Abílio Diniz  em 1999
1999 – Em fevereiro de 1999 foi adquirida a rede Peralta de Supermercados, composta por 37 supermercados e 1 hipermercado. Em agosto do mesmo ano, associou-se ao Grupo francês Casino, adquirindo 24,5% do controle (faturamento em 2006 de €$ 35.064 milhões).
E assim continuo com esse negócio de supermercados.

sábado, 13 de agosto de 2011

Estranhezas do senhor prefeito

Eu votei em 2008, no segundo turno, no atual prefeito Gilberto Kassab. O período que ele havia gerido a cidade depois de que José Serra saiu para concorer a presidência pareceu-me a época ser bastante satisfatório, por suas ações, entre as mais destacadas, a chamada lei "Cidade Limpa".


A ideia dessa lei realmente é muito boa. A Cidade de São Paulo estava com sua paisagem urbana muito suja, cheia de outdoors e afins por toda a parte. Todavia, esta lei, do jeito que foi planejada e eecutada mostrou-se ser no mínimo recheada de um certo exagero.


A Prefeitura deveria, ao meu ver, regular algumas modalidades de propaganda, como, por exemplo, aquelas que existiam nos vidros traseiros dos ônibus, bem como nos abrigos dos pontos de ônibus e no interior mesmo dos próprios coletivos, onde até hoje há alguma propaganda, mas não sei se a municipalidade ganha algum com aquilo. O valor arrecadado com essas propagandas, poderia, muito bem ser utilizado para turbinar a verba da secretaria de transportes ou a SPTrans, mas o radicalismo da lei impediu isto.


Outra coisa em que o prefeito Kassab realmente deixou a desejar foi, ainda dentro da área dos transportes, a construções de vários quilômetros de corredores de ônibus urbanos, bem como a revitalização de partes de alguns deles, como é o caso de parte do corredor existente na Avenida Santo Amaro. Pois bem, a prefeitura alega que, parte desses projetos de corredores foram alterados para projetos de monotrilho, que também não sairam do papel, diga-se de passagem.

A ideia do monotrilho me agrada. Acho que realmente em alguns casos este modal de transportes é mais eficiente, mediante as necessidades atuais da cidade (esse tema monotrilho da uma postagem sozinha), e louve-se o prefeito por trazer a tona projetos desse tipo, entretanto, os prazos estão mais do que vencidos, fazendo o cidadão paulistano padecer mais e mais.


Ponto que muito me agradou nesta gestão foi a proibição da circulação de caminhões em várias vias da cidade durante o dia, medida que realmente deu alguma ajudinha na melhora do trânsito.


Outra proibição muito polêmica foi a dos chamados ônibus fretados. O prefeito restringiu que essa modalidade de transporte fosse usada por parte da população, aliás, uma parcela da população que com certeza não é a mais pobre e miserável desta cidade, mas também não é com absoluta certeza formada por moradores exclusivos do Morumbi. O grosso dos usuários desses ônibus era a classe média baixa. Este medida não agradou nadica de nada esse pessoal que usava os fretados, e para mim, o prefeito mostra coragem, assim como também teve para restringir os caminhões pesados e para fazer a lei Cidade Limpa, mas o caso dos fretados também poderia ter outra solução.


Acredito que você já deve ter percebido pela cidade alguns ônibus acinzentados, geridos pela EMTU, que fazem trajetos de cidades da região metropolitana de SP para algumas regiões da capital. Pois bem, o que são esses ônibus se não a mesma modalidade de ônibus fretados que a prefeitura proibiu ? Custava a prefeitra ter regulado melhor essas empresas que prestavam os serviços de fretados de modo que esses não viessem a atrapalhar o trânsito ? Parece que o prefeito acha que boa parte dessas pessoa que andavam de  fretados mudaram de uma hora para outra para os busões convencionais super lotados, sujos e quentes, sobretudo nos dias quentes. Evidente que grande parte dos usuários de fretados voltaram para o pleno conforto de seus carros..


Outro catatau de coisas eu poderia facilmente aqui citar sobre outras obras e medidas que esta atual gestão da cidade fez, mas penso que os exemplos aqui citados já são suficientes para provar que o prefeito Kassab faz uma administração no mínimo confusa. Ele poderia ter se consagrado como um dos melhores prefeitos dos últimos tempos nessa cidade, mas pecou por excessos.

O paulistano eterno

 Me identifico com o paulistano que mora na casa que restou numa rua em dissolução. É como o velho morador de Pinheiros, que habitava uma ca...