sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Perspectivas eleitorais para o Governo de São Paulo


Mais do que a eleição para a presidência da República, o que me preocupa é saber quem haverá de ser o próximo governador do Estado de São Paulo. 2018 será uma eleição marcante e tem tudo para trazer um divisor de águas na política estadual, pois ao que tudo indica, nenhum nome "histórico" do PSDB deve disputar o posto: nem Serra, nem Aloysio Nunes.

Para entender esse jogo é preciso esperar, pois muita coisa está indefinida. Por exemplo, não creio que João Dória não disputará a presidência da República. No meu entender ele já está com a campanha nas ruas do Brasil, como também estão fazendo Lula, Bolsonaro, Ciro e Alckmin. Se o prefeito disputasse o governo do estado, creio que seria imbatível e levaria no primeiro turno.

Do ninho tucano qualquer arranjo pode sair. Hoje se fala que Alckmin tem a perspectiva de querer emplacar um nome novo, como fez com Dória ano passado. Esses nomes seriam do secretário de saúde, doutor David Uip e o recém filiado ao PSDB, o cientista político Luiz Felipe D'Ávila. Essas duas candidaturas viriam para defender o legado tucano. Representariam a continuidade do projeto de poder que ocupa o palácio dos Bandeirantes desde 1994 (se contarmos desde a época do Montoro, estaremos falando do ano de 1983! Só o PRP na Primeira República conseguiu tal façanha). Recomendo que assistam a entrevista que D'Ávila deu ao Roda Viva da TV Cultura cerca de um mês atrás. É um nome esclarecido. Tem ótimas ideias a respeito de uma reforma política e das instituições. Fala bem. Mas é um total desconhecido do público (nisso David Uip leva uma minúscula vantagem, pois está a frente de uma secretaria importante e seu nome sempre apareceu na imprensa, tratando de temas ligados à saúde).

Como disse, não creio que o PSDB vá lançar José Serra, que esteve com seu nome envolvido em esquemas de corrupção recentemente (sem falar naqueles outros esquemas da época em que foi ministro do Planejamento e da Saúde nos governos FHC) e seu nome também está de certa forma atrelado ao atual governo Michel Temer, o que pode ser usado pela oposição como um fator negativo.

Aloysio Nunes deve disputar a reeleição ao senado. Hoje é o chanceler do Brasil e um dos mais ardorosos defensores do governo de Temer. Não é tucano "raiz". Sua alma é comunista e seu chão político foi o MR8 e o Quercismo. Estar em um governo do MDB para ele é como estar em casa. Se disputar o senado deve levar uma das vagas novamente (em 2018, são duas as vagas em disputa ao senado).

Paralelo aos nomes do próprio PSDB temos outras alternativas, que são ligadas muito fortemente ao governador Geraldo Alckmin: Márcio França, do PSB e Gabriel Chalita, hoje no PDT.

Se Alckmin sair para disputar a presidência terá que se descompatibilizar do governo do estado, deixando o controle de São Paulo nas mãos do socialista Márcio França. Ex prefeito da cidade mais antiga da América Portuguesa, São Vicente, França é muito próximo de Alckmin e controla o PSB em São Paulo. Não é um socialista de fato, apesar da legenda. É mais um centrista. Tendo a máquina do governo nas mãos poderia ser um candidato muito forte, usando esse potencial para fazer costuras com vistas a aumentar o tempo de TV, por meio de coligações.

O outro nome, Chalita, poderia vir a ser um candidato muito forte. Ex secretário municipal e estadual da Educação, é ligado à Renovação Carismática da Igreja Católica. Também é um alckmista de primeira hora. Hoje no PDT, já foi do PSDB, PSB e PMDB. Legendas não parecem ser um problema para o moço de Cachoeira Paulista. Se sair candidato ao governo poderá vir a ter em seu palanque até possíveis presidenciáveis, a depender das configurações políticas que se derem, como Ciro, Alckmin ou mesmo Lula. É um coringa política. Agrada ao voto conservador do interior, por ser católico, agrada setores moderados da esquerda por ter sido um secretário considerado "progressista". Vejo ele com um forte potencial, caso venha disputar. O PDT que sempre teve em São Paulo o seu sepulcro, por que era o partido do malquisto Brizola, poderia ter o seu avanço mais substancial na história eleitoral do estado.

Por fim, um candidato do PT. Não se sabe se o PT realmente irá lançar um candidato ao governo do estado. Talvez hoje o nome mais forte desse partido seja o do ex prefeito de São Bernardo do Campo e ex ministro do Trabalho Luis Marinho. Marinho, sindicalista, representa um PT mais tradicional, "old school", típico do ABC. Outros nomes poderiam ser citados, como Alexandre Padilha ou Emídio de Souza. Outra possibilidade seria a de dar apoio à candidatura de Chalita. Está tudo em aberto. Mas certeza é que solo, o PT não consegue fazer o governador de São Paulo.

Nome que não consta na imagem e que não sabemos se irá ou não disputar o governo é o do presidente da FIESP, Paulo Skaf, do PMDB, que já disputou o cargo em 2010 e em 2014. Skaf teria a vantagem de já ser relativamente conhecido. É um nome que não podemos dizer estar fora da política, afinal, tudo o que ele faz na FIESP é política, mas talvez conseguisse deslanchar sem um nome tucano tradicional. Não sei se disputará o governo. O partido não ajuda muito a alavancar sua candidatura.

Outras possibilidades não podem ser descartadas. Somente torço para que São Paulo possa ser governado por um homem justo e comprometido, unicamente, com o interesse do nosso povo. Que se preocupe menos com Brasília e menos com a presidência da república e mais com os Paulistas. Que tenha coragem de falar de igual para igual com o presidente e buscar mais recursos e investimentos para nossa terra. Não quero um governador separatista, mas quero, pelo menos, alguém que tenha coragem, coisa que falta ao atual ocupante do Palácio dos Bandeirantes.

quinta-feira, 24 de agosto de 2017

Quem será o próximo presidente do Brasil?

Há mais de um ano para as próximas eleições e tudo o que nós podemos fazer são conjecturas. Quais serão os candidatos à presidência do Bananão? Quais serão os nomes dos partidos políticos? Qual o sistema eleitoral? Haverão coligações? Tudo daqui em diante pode mudar.

Há, contudo, algumas perspectivas. Vários analistas tem apontado que uma tendência do eleitorado seria buscar um nome que oferecesse segurança institucional e estabilidade. O nome dos sonhos para esse pessoal seria Geraldo Alckmin. Nada menos empolgante pode existir do que um governo do senhor Picolé de Chuchu. Mentira, tem sim. Imaginem uma palestra do Eduardo Suplicy sobre a renda básica de cidadania. Isso sim é chato pra caramba, mas voltemos a 2018.

Se o eleitorado está realmente querendo fugir das radicalizações políticas, por que raios os dois candidatos que hoje ocupam a dianteira em todas as pesquisas, são candidatos radicais, Lula e Bolsonaro?

Lula tem feito um discurso para agradar um amplo espectro de esquerdas. Parte diminuta do esquerdismo pátrio, refugiado no irrelevante PSTU e em setores do PSOL, não aceitam o lulismo, mas no resto, há um entusiasmo sobre o retorno do sapo barbudo, quase como havia em 1989.

Bolsonaro é um fenômeno de mídias sociais e vamos ver nas próximas eleições se ele conseguirá se transformar em um fenômeno eleitoral, elevando seu patamar de chefe de militantes web para o de comandante de um país.

Só coloco hoje na disputa dois outros nomes que podem embaralhar essa polarização de Lula vs Bolsonaro: Dória e Joaquim Barbosa.

O atual alcaide paulistano também vem tendo um bom desempenho nas redes sociais, tem obtido o apoio de um bom séquito de entusiastas, é político, ao contrário do que prega em público, está em um partido grande e se lhe for negada a vaga para disputar a presidência pelo PSDB, pode ir para o MDB ou o novo DEM, que lhe abririam as portas e garantiriam espaço para tentar chegar ao Palácio do Planalto. Ele seria um nome, à "direita" para ser a alternativa mais palatável e do establishment ao nome de Jair Bolsonaro. Dória também é único presidenciável tucano cujo nome consegue chegar aos dois dígitos nas pesquisas eleitorais.

Joaquim Barbosa está fazendo manha para ingressar na carreira política. Não sei se ele quer mesmo embarcar nessa. Sinto que sim. Seu destino político seria a REDE da ex-senadora Marina Silva que, nessa situação acabaria sendo sua vice (como era para ter ocorrido em 2014 com Eduardo Campos). Barbosa seria o grande abalo político. Ele conseguiria obter apoio de grande parte de nossas classes falantes, da esquerda ao centro, e também teria um apoio popular significativo, pois a sua associação com o papel que desempenhou no judiciário, no processo do Mensalão, ainda tem forte apelo entre a sociedade.

Como disse, é cedo ainda para dar um veredicto. Não sabemos mesmo se Lula vai ou não disputar a eleição. Se vier a disputá-la, será aquele que tem as maiores chances de vencê-la. O seu peso entre o eleitorado mais humilde do nordeste será decisivo. Não é o pobre que vai eleger ele. Os pobres do centro-sul, os favelados de São Paulo, não votam nele hoje, pois não enxergam em sua figura alguém com os mesmos valores que si, de gente que quer emergir socialmente e sair da pobreza (embora durante a era Lula tenha existido grande mobilidade social). No fundo, é o messianismo o fenômeno que lhe concede forças. Só outra figura que vista a capa de Dom Sebastião é que poderá enfrentar o lulismo. Dória, Bolsonaro ou Joaquim Barbosa terão que dar ao populacho mais atrasado aquilo que sonham: o grande líder, o grande pai.

Novos estados na Federação Brasileira: alguns são necessários outros gerarão perigosos reflexos.

“A dimensão dramática da diferença é demonstrada no fato de que no início do século XIX a colônia espanhola dividia-se administrativamente e...