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sábado, 16 de dezembro de 2023

Anotações sobre o pensamento autoritário no Brasil

 E lembra que Benito Mussolini exprimiu uma vez, de modo lapidar, essa missão do estadista revolucionário, dizendo que "não bastava ter coragem para reformar, mas era preciso também a coragem de conservar".

O autoritarismo colocado em um local especial, divorciado do conservadorismo, pois, antes de tudo, carrega consigo um apelo francamente revolucionário. É uma posição que busca conciliar a preservação de aspectos do passado, impedindo a tomada do poder pela turba socialista e anarquista, ao mesmo tempo que propõe uma ruptura da dominação das estruturas do estado pelo grupos oligárquicos conservadores, que pretendem impedir mudanças modernizadoras, sobretudo na economia e nas relações de trabalho. Entendo que esse fenômeno é decorrente de uma sociedade industrial ou em industrialização, necessariamente urbana. É a resposta na tentativa de promover mudanças, conforme a nova realidade de proletários urbanos e industrialização, frente o desejo de imobilismo das classes conservadoras (agrárias e exportadoras) e a ânsia anárquica revolucionária dos comunistas, no século XX. Mudança com ordem, hierarquia e autoridade, provindas do estado, liderado por um chefe forte que encarne as necessidades pátrias. Essencialmente, me parece, um déspota esclarecido.

Um possível fato que me parece curioso e sobre o qual poderia ser feita uma pesquisa mais profunda, já na década de 1930 parecia que era algo asqueroso dizer-se simpático ou inspirado pelo fascismo italiano. Por mais que aproximações ou mesmo imitações de diversos aspectos do fascismo tenham ocorrido nos círculos de pensamento autoritário no Brasil via de regra não se lê que tal autor, abertamente, se dizia fascista. Isso entre os integralistas e também entre os demais autoritários não alinhados aos Camisas-Verdes, casos, por exemplo, de Afonso Arinos e Azevedo Amaral. O mesmo vai valer para os trabalhistas que daí acabam derivando, como Alberto Pasqualini. (Vide artigo)

sexta-feira, 1 de janeiro de 2021

Laboratore, oratore e bellatore

Mani sapienti, crine arruffato, pelle bruna e corpo squadrato
Uomo di terra, dimmi chi sei e al tuo signore cosa donerai?
Sono fratello alla terra bruna, curo i miei campi seguendo la luna
Del mio padrone io so il fiero volto, per sua grandezza anche io ho il mio raccolto
Per la mia terra e il suo colore, il mio sudore in pegno darò!


Barba canuta, occhi incavati, mani sottili e gesti pacati
Uomo di Dio, dimmi chi sei e al tuo signore cosa donerai?
Sono vassallo, ma solo di Dio, anche se nulla posseggo di mio
Con i miei fratelli lavoro in silenzio, siamo i custodi di antica sapienza
So che il mio seme mai darà frutto, questo è il tributo che in pegno darò!


Biondi capelli, occhi splendenti, alta statura, spada lucente
Uomo di guerra, dimmi chi sei e al tuo signore cosa donerai?
Nobile è chi sa di bosco e di fiume, guerriero chi non attende la fine
Mai le mie chiome saranno bianche, mai le mie membra cadranno stanche
Amo il coraggio, la forza e la vita ed il mio sangue in pegno darò

Amo il coraggio, la forza e la vita ed il mio sangue in pegno darò!




segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020

O desafio do estado

Vejo pelas redes sociais até hoje (e talvez ainda mais hoje) muita gente brigando para se mostrar mais ou menos de direta ou mais ou menos de esquerda e, alguns bem poucos, ao centro político.

Faz tempo que considero a simples divisão entre esquerda e direita como insuficientes para poder explicar a grande complexidade do mundo político.

Existem grupos políticos ou doutrinas políticas que, por certos aspectos, podem ser classificadas ora na direita, ora na esquerda. Vejamos os movimentos de perfil nacionalista do século passado. O nacional socialismo, o fascismo, o salazarismo, o franquismo, o integralismo, o peronismo, o varguismo e outros, mas paremos por aqui.

Na economia, o caminho que esses movimentos seguiram pode ser colocado mais à esquerda, sem contudo ser considerado marxista. No aspecto social, eles estão mais a direita, propondo a manutenção ou a restauração de aspectos morais e sociais que acabaram perdendo forças com as dinâmicas sociais do fim do século XIX em diante.

E mesmo entre eles as diferenças são muitas e inconciliáveis. Como associar o nacional socialismo com o integralismo? Um é racista, anti-miscigenação, anti-cristão, imperial. O outro é a favor da miscigenação, nada racista, católico ultramontano e municipalista. Apesar de poderem ser classificados dentre de um mesmo conjunto de movimentos políticos que possuem algo em comum (o repúdio ao liberalismo político e econômico e ao marxismo e a defesa do estado corporativo) ainda assim as diferenças entre eles são enormes.

Agora, no Brasil de hoje, o estado tem uma atuação ainda muito forte. Mussolini no Brasil seria um liberal! A carga tributária e a maneira como os impostos são arrecadados e gastos são vergonhosas. É uma verdadeira expropriação dos indivíduos e das empresas. Receio que nenhum dos regimes de tipo "fascista" tivesse uma arrecadação de impostos tão inadequada como essa que existe no Brasil. E a nossa esquerda fecha completamente os olhos para esse problema e só vê a completa espoliação como saída, inventando agora a descabida e ineficiente tributação de heranças e grandes fortunas (um ideário claramente marxista-reformista).

Não há jeito, o Brasil precisa acabar! O estado brasileiro é o maior promotor de injustiças desde Pôncio Pilatos!








sábado, 22 de dezembro de 2012

Mises e o Fascismo


Andam discutindo com certa empolgação em certos meios estudantis de nossa maior universidade, pelo que tenho acompanhado, uma sentença do eminente economista austríaco Ludwig Von Mises proferiu:

"Não se pode negar que o fascismo e movimentos semelhantes que visam o estabelecimento de ditaduras estão cheios das melhores intenções, e que sua intervenção no momento salvou a civilização europeia. O mérito que o fascismo teve, deu-lhe um reconhecimento eterno na história" (Mises)

Maior pensador da teoria econômica do Século XX, capaz de ter inspirado outros gigantes como Hayek e Friedman, faz uma defesa dos regimes fascistas. Essa sua afirmação vem a coadunar com aquilo que parte dos próprios esquerdistas vem falar, que justamente o fascismo - indentificado por alguns com o imperialismo, o seu último estágio - ou pós imperialismo, é o último estágio do capitalismo, sendo seu expoente mais duro e incisivo, resultante das transformações que ocorreriam pelo amadurecimento das condições para uma revolução socialista, de modo que a burguesia imbricaria-se a última potência com o próprio "estado burguês" para a proteção desta classe.

Confesso, não tenho conhecimento para "cagar regra" a vontade a esse respeito aqui, todavia, penso, que Mises está corretíssimo em sua afirmação. O meu senão eu coloco sobre a que fascismo ele faz referência. Pois ao referir-se a campo da civilização, portanto, a priori, ao campo da cultura, dizer que o fascismo salvou o Ocidente possa ser meio perigoso.  Se aqui, sob o viés da cultura incluir-se o Nazismo é ao meu ver um erro. Se falar de Engelbert Dolfuss não.

Eu pretendo fazer alguns comentários em breve acerca das diferenças que julgo serem necessárias, no quesito da tipificação dos regimes fascistas. Chama-se esse tipo de regime, defensor, para o Estado, do Corporativismo, de Fascismo pelo fato do regime italiano ter sido o primeiro desse tipo a assumir o poder, no ano de 1922.

Pessoalmente tenho muitas restrições ao nazismo, mas procuro analisá-lo de dois modos: como o historiador, que necessita entender o fato social, e, em segundo lugar, como indivíduo e ser político. Penso que é possível fazer certa separações epistemológicas entre o objeto de estudo e os pontos de vista políticos-pessoais.

Acredito que o regime alemão é um exemplar muito diferente. Um filho mui distinto da árvore corporativa-autoritária, tanto nos fins, como nos meios de ação. 

Portanto, o economista austríaco só não está correto em sua totalidade por que o nazismo não pode ser tido como representante do espírito Ocidental em nenhum sentido. Sua função em segurar o bolchevismo foi falha. Há mesmo historiadores que falam que Hitler é apenas uma cria de Stalin, que em certo momento resolveu criar asinhas. Se não conseguiu segurar a URSS e o Comunismo falhou - mas sabemos isso hoje, já que essa sua afirmação é dos anos 1920, portanto antes de ver o desfecho da guerra e dos regimes fascistas e do próprio Nazismo alemão. 

Eu consigo enxergar, fazendo um exercício de futurologia e perspectiva, que o fascismo italiano ou o corporativismo cristão austríaco poderiam ter tido um futuro maior, caso não estivessem ao lado da Alemanha (no caso austríaco contra a vontade de parte da população). O corporativismo Cristão de Dolfuss era a legítima e boa resposta ao Nazismo e ao bolchevismo, e que foi escanteado pelas potências ocidentais - exceção feita da Itália do próprio Mussolini. As alianças da Itália e da própria Áustria com a Alemanha não foram por conteúdos programáticos como fator determinante, mas por puro pragmatismo político e estratégico - repito: a Áustria é a grande coitada da história desde a Primeira Guerra.

Ao meu ver, o Fascismo (não o Nazismo) seria uma alternativa extremamente melhor do que o Comunismo, é se é preciso realmente apelar para esse regime de modo a conter o avanço vermelho, que assim seja.

E não me venham chamar de fascista. Penso pragmáticamente.

O paulistano eterno

 Me identifico com o paulistano que mora na casa que restou numa rua em dissolução. É como o velho morador de Pinheiros, que habitava uma ca...