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sexta-feira, 13 de novembro de 2020

O Lord our governor

 Ó Senhor, Senhor nosso, quão magnífico em toda a terra é o Teu nome! Pois expuseste nos céus a Tua Majestade.

Da boca dos pequeninos e crianças de peito suscitaste força, por causa dos teus adversários para fazerdes emudecer o inimigo e o vingador.

Quando contemplo os teus céus, obra dos teus dedos, e a lua e as estrelas que estabeleceste,

Que é o homem, que dele te lembres? E o filho do homem, que o visites? Fizeste-o, no entanto, por um pouco, menor do que Deus e de glória e honra o coroaste.

Deste-lhe domínio sobre as obras da Tua mão e sob Seus pés tudo lhe puseste: ovelhas e bois, todos e também os animais do campo;

As aves do céu, e os peixes do mar, e tudo o que percorre as sendas dos mares.

Ó SENHOR, Senhor nosso, quão magnífico em toda a terra é o Teu Nome!

Salmos, 8.




terça-feira, 10 de março de 2020

O presidente cristão

Bolsonaro é cristão. Se perguntado, Lula dirá que também é cristão. E Dilma. E Sarney. E Collor. E qualquer político brasileiro também. 

Esse cristianismo, contudo, é só um verniz, uma aparência sem forma definida, se clareza, torpe. Somente um presidente cristão de verdade poderia tomar medidas que fossem decisivas e significativas. Qualquer presidente pretensamente cristão, quando dá um passo a frente nalguma medida, noutra proporção desvia-se para a direita e para a esquerda, move-se a serviço do inimigo. Não basta a guerra cultural, kulturkampf do Bolsonarismo. Só há uma oposição ao mundo: Cristo! E o evangelho precisa entrar de vez para a política, não na forma de pastores deputados vendilhões, mas de homens de bem e de bom testemunho, que empunhem o pendão da Pátria Eterna. 

Vamos deixar o mundo!

domingo, 16 de setembro de 2018

O dia do Senhor

Talvez tenha sido até hoje Max Weber o pensador que mais tenha me marcado. Não digo apenas pela densidade e pela clareza com que enfrentou a análise de problemas sociais, mas a sua visão permeada pela religião me ajudou a conhecer melhor os fundamentos de minha própria fé cristã protestante.

Li, creio que em 2011, o livro "A ética protestante e o espírito do capitalismo". Li depois disso mais algumas obras dele. Todas me impressionaram sobremaneira. 


Max Weber


Em A ética protestante quando é tratado sobre a ideia de vocação dentro do cristianismo reformado tive a nítida compreensão do tema com relação às Sagradas Escrituras. A ideia do trabalho como um castigo pelo pecado original e a ideia de que fazendo bem o nosso trabalho estamos assim louvando à Deus.

Cito aqui um pensamento do doutor Martinho Lutero:


Um sapateiro convertido perguntou a Lutero o que deveria fazer para servir bem a Deus. Ele talvez esperasse o conselho de fechar o seu negócio e tornar-se pregador do Evangelho. Lutero respondeu: "Faça um bom sapato e venda-o por um preço justo". Ele serviria a Deus sendo um profissional competente e honesto (Michael Horton – O Cristão e a Cultura [Fonte]).


O trabalho nos é razão do enfado, do cansaço, por vezes de tristeza e tribulação mas nos será muito mais leve se não insistirmos em estarmos fora de nossa vocação. O cristão, em obediência à vontade de Deus, deve procurar conhecer a sua real vocação. Eu tive consciência da minha direção vocacional no final do Ensino Médio, quando percebi a minha inclinação clara para a comunicação, para o falar e para o explicar. O intento, mais de dez anos atrás era o de ser jornalista, mas os caminhos se voltaram para a educação e desde então sou professor. Passaria toda a minha vida feliz com minha profissão se as condições de trabalho fossem menos aviltantes. Lidar com crianças e adolescentes de hoje é muito próximo à ter que lidar com criminosos ou internados de um hospício, mesmo assim, sigo naquilo que é a preparação de Deus. Prosperar na carreira é parte da compreensão da vontade divina.


Avanço esse texto noutra direção. O dia, historicamente, que os cristãos reservaram para buscar maior intimidade com a sua fé foi o domingo. O primeiro dia da semana começa não como descanso, mas como tempo especial para dedicação exclusiva ao Senhor. Hodiernamente, a maior parte dos cristãos não observa essa dinâmica.


O domingo, sem que se volte o rosto e o coração à Deus é o mais triste e melancólico dos dias da semana. Quando estamos inclinados, totalmente, à religião nesse dia, obtemos refrigério para poder iniciar mais uma semana de labor. O labor é mais leve se o domingo é passado na igreja. É o tempo de limpeza. É o tempo de renovo. É o tempo de depositar com força as nossas assolações nas mãos de Deus e Dele obter uma resposta que nos permita seguir adiante.


Melhor seria se pudéssemos estar todos os dias dentro da casa de Deus:


1. Quão amáveis são os teus tabernáculos, SENHOR dos Exércitos!
2. A minha alma está desejosa, e desfalece pelos átrios do Senhor; o meu coração e a minha carne clamam pelo Deus vivo.
3. Até o pardal encontrou casa, e a andorinha ninho para si, onde ponha seus filhos, até mesmo nos teus altares, Senhor dos Exércitos, Rei meu e Deus meu.
4. Bem-aventurados os que habitam em tua casa; louvar-te-ão continuamente. (Selá.)
5. Bem-aventurado o homem cuja força está em ti, em cujo coração estão os caminhos aplanados.
6. Que, passando pelo vale de Baca, faz dele uma fonte; a chuva também enche os tanques.
7. Vão indo de força em força; cada um deles em Sião aparece perante Deus.
8. Senhor Deus dos Exércitos, escuta a minha oração; inclina os ouvidos, ó Deus de Jacó! (Selá.)
9. Olha, ó Deus, escudo nosso, e contempla o rosto do teu ungido.
10. Porque vale mais um dia nos teus átrios do que mil. Preferiria estar à porta da casa do meu Deus, a habitar nas tendas dos ímpios.
11. Porque o Senhor Deus é um sol e escudo; o Senhor dará graça e glória; não retirará bem algum aos que andam na retidão.
12. Senhor dos Exércitos, bem-aventurado o homem que em ti põe a sua confiança.


Salmos 84:1-12

Se não for possível estar todos os dias dentro dos átrios da Casa de Deus, o cristão deve fazer todos os esforços para estar no domingo dentro da igreja, em plena comunhão com a Esposa de Cristo. Um domingo de louvor ao Altíssimo é a promessa renovada de que o labor será menos pesado. 

domingo, 26 de agosto de 2018

Divagações sobre o passado recente do Oriente Médio

Como praticamente ninguém lê este blogue me permito aqui publicar algum pensamento que não resultará em ações práticas jamais.

Me veio a cabeça: após a segunda guerra mundial, por que não se conseguiu chegar a uma pacificação do mundo, muito em especial da região do Oriente Médio? Minhas convicções apontam para o papel negativo que o Estado de Israel desempenhou nisso. 

Primeiramente, desempenhou por meio do lobby e do controle que suas elites tinham sobre as elites políticas e econômicas dos países do Ocidente e também da URSS, que fez com que essa ideia tosca do sionismo político fosse plenamente executada como foi, com a ocupação da Palestina pelos judeus.

Segundo, essa mesma elite judaica trabalha contra o avanço do cristianismo pelo mundo, inclusive nos dias de hoje, dentro de Israel. Há mais liberdade para os cristãos no Egito ou até mesmo na Síria do que Israel. Em matéria de hostilidade ao cristianismo, o Estado de Israel é praticamente tão hostil quanto o Irã (que só reconhece os cristãos históricos de seu país e não missões evangelizadoras protestantes) e, sem dúvida, a Arábia Saudita, país wahhabita que é, curiosamente, o principal aliado israelense naquela região.

Pensem, o que teria sido da Líbia, ou do Iraque, se as lideranças que saíram para o domínio desses países, após a II Guerra tivessem sido convertidas ao cristianismo? Pensem no processo maciço de abertura desses países para que a liberdade e a tolerância religiosa total ali fosse implantada! O exemplo da Turquia aqui nos cabe: foi preciso um líder forte ocidentalizado, Atatürk, para que a Turquia saísse do decadente período Otomano e virasse um país mais livre e secular. Atatürk, contudo, fez esse processo não sob a influência do cristianismo, mas da maçonaria, da qual era um membro iniciado.

Pensem que o coronel Gaddafi e Saddam Hussein poderiam ter sido evitados, se as monarquias tradicionais ali estabelecidas após a II Guerra tivessem permanecido no poder com o apoio de uma crescente população cristã (no caso iraquiano isso seria ainda mais fácil, dada a grande presença de cristãos caldeus e assírios que ali até hoje existem).

A pacificação total não seria, algo certamente, alcançada , diante de um cenário como esse, até por que alguma hostilidade partindo de certas autoridades islâmicas, provavelmente, se levantariam contra a desislamização daquela região, mas, mesmo assim, teríamos um ambiente muito menos hostil, ainda mais se pensarmos na inexistência de um estado confessional e etnicamente uno como é o Estado de Israel.

Precisamos, enquanto cristãos, entender o que é Israel na prática, para além de visões teológicas que são amplamente discutíveis. Entender que o judaísmo não é aliado do cristianismo, por que a fé cristã, EM TUDO SUPERA AO JUDAÍSMO, por que o próprio Deus se fez carne e habitou entre nós para a salvação de todo aquele que Nele cresse, fosse judeu ou gentio. Ai foi abolida toda a distinção e todo o privilégio que os hebreus tiveram enquanto etnia desde Abraão. A Igreja (o corpo invisível de todos os eleitos) é o novo Israel! O martírio e o triunfo de Cristo nos fez todos iguais perante Deus.

Um judeu ortodoxo e um muçulmano fundamentalista podem chegar mais facilmente a um acordo teológico do que com um cristão, por que a nossa crença e fé se fundamenta na superação do judaísmo (e o Islã nada mais é do que uma perversão da fé judaica, associada com elementos marginais do cristianismo oriental e de fés pagãs de povos do deserto) e também do maometanismo. Se nós, cristãos, há 2000 anos já superamos o judaísmo EM TODOS OS ASPECTOS, por que achar que aqueles que se julgam descendentes de Abraão nos serão amigos e co-promotores de nossa fé? O judeu, enquanto fiel religioso da lei mosaica, dos profetas e sobretudo do perverso Talmude, jamais poderá ser, verdadeiramente, amigo do cristianismo. A barafunda que é o Médio Oriente tem por base esses problemas que aqui explicitei.

Precisamos fazer a lição de casa e reconverter primeiro as nossas próprias nações, entregues ao ateísmo e, na sequência, avançar para a expansão da fé cristã por meio de novas cruzadas evangelísticas.

Sugiro que assistam o documentário Marcha para Sião, que esclarece mais o porque o Estado de Israel é nocivo e por que o Talmud é a total perversão de uma religião superada.

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

Quem foi Thomas Merton?

Quando trabalhei na biblioteca do Colégio das Filhas de São Camilo, Padre Luiz Tezza, eu li algumas orações de Thomas Merton. Merece ser lido.


quinta-feira, 13 de abril de 2017

Quem ganha com a Guerra da Síria?



Dois são os indicados ao prêmio de maiores interessados na completa aniquilação da Síria: a Turquia e Israel.

Breve panorama do Oriente Médio

Turquia

Quem governa a Turquia hoje é Recep Tayyp Erdogan. Erdogan vem tentando e obtendo êxito em destruir a obra e o legado de Mustafá Kemal Atatürk, líder maçon do país que no começo do século passado transformou o antigo império Otomano em uma democracia liberal, laica e pró Ocidente. Erdogan é contra tudo isso: é islamita, autoritário e não é pró Ocidente (também não é a favor da Rússia por que os russos são os maiores inimigos históricos dos turcos). 

A Turquia no ano passado viu um golpe de estado, dado pelos militares contra Erdogan ser frustrado, o que só concedeu mais poder e notoriedade para o líder político do Partido da Justiça e do Desenvolvimento. Hoje presidente, acumula amplos poderes. O exército que sempre foi o fiel da balança para guardar o legado institucional de Atatürk hoje está desmoralizado frente ao poder executivo.

O que quer Erdogan nada mais é do que é fazer reviver o antigo Império Turco Otomano, morto com o fim da I Guerra Mundial, em 1918. Seus domínios passam, em um primeiro momento, sobre a Síria, Líbano, Jordânia (território também alvo da cobiço sionista) e Iraque. Um Curdistão independente ou mesmo autônomo não está no radar dos novos otomanos.

Israel

Os judeus que mantém seu estado na região desde o fim da II Guerra Mundial sonham com o dia em que verão o Eretz Israel se cumprir, com domínios estendidos entre os rios Nilo e Eufrates, contemplando todo o chamado Crescente Fértil. É a meta final do movimento sionista do ponto de vista geográfico. Para que isso ocorra é necessário sumir com a Síria, Jordânia e Iraque do mapa. Desses países o Iraque já não é mais um problema e a Síria também está deixando de ser. Quando será a vez da Jordânia se render aos caprichos das tais revoluções coloridas que tem destruído as bases de governos laicos na região para entregar o poder aos radicais islâmicos de linha Wahhabita ou à Irmandade Muçulmana? Hoje a Jordânia é um dos países mais estáveis da região e é uma monarquia islâmica moderada e pró Ocidente.

Os hebreus não tem pressa nesse sentido. Movidos por uma franca convicção de seu papel especial na História, ainda hoje muito viva e divulgada por meio dos ramos ortodoxos do judaísmo, eles tem a certeza de venceram os conflitos finais pelo domínio daquela região, livrando-a das mãos de seus molestadores islâmicos e cristãos. É claro, reconstruir o Templo de Salomão está previsto também.

Rússia, Estados Unidos e Irã

Os russos tem na Síria de Assad o único aliado confiável na região e que lhes garante uma base no Mediterrâneo. Devemos lembrar que Putin é um nacionalista russo e fortemente influenciado pela cosmovisão da Igreja Ortodoxa, que sonha com o dia que retomará Constantinopla das mãos do turcos e, para que isso um dia ocorra, é necessário expandir a influência de Moscou na região e não perder importantes aliados, como é hoje a Síria. Portanto, interessa aos russos uma maior fragmentação geográfica do Oriente Médio.

Americanos são os defensores de Israel. A religião tem papel justificador importante nessa problemática. Importantes setores do protestantismo mundial são sionistas e creem que é dever dos Estados Unidos, como maior país evangélico, defender Israel diante de uma escatológica disputa dos fins dos tempos. Politicamente falando, os judeus são os maiores aliados americanos na região e recebem grande auxílio americano em verbas e tecnologia militar.

O Irã também é interessado direto nesse grande forfé que é a situação geográfica síria. Aliados de Moscou, eles também são inimigos históricos do Império Otomano. Religiosamente são o maior país xiita e veem com preocupação o avanço dos sunitas (e sobretudo do Wahhabismo) na região, o que certamente isolaria a antiga Pérsia ainda mais. Os iranianos ainda extremamente nacionalistas e orgulhosos de seu passado e história imperial, de quando dominavam toda a região, isso antes do nascimento de Cristo.

O fim dos dias

Diante do exposto há uma perigosa perspectiva e um palpite que não pode ser comprovado, a não ser com o tempo seguindo adiante.

Israel e Turquia conseguem cumprir suas metas e se tornam os dois grandes poderes geopolíticos da região. Israel demole a Mesquita de Al Aqsa, no monte em Jerusalém e começam a reconstruir o Templo. Uma nova super guerra na região eclode. É a batalha do vale de Megido, é o Armagedon que então ocorreria. Do lado hebreu estariam americanos e russos, unidos contra uma Turquia forte, com sua bandeira púrpura, anti cristã e anti judaica. É a parúsia.

É uma perspectiva, que dias mais, dia menos, a humanidade terá que enfrentar.

terça-feira, 11 de abril de 2017

A verdade sobre os que abandonam o Evangelho em favor do Catolicismo

Como uma pessoa que foi criada dentro do Protestantismo, acostumado a renegar o uso de ícones de imagens de escultura, a partir do momento em que supostamente se converte ao Catolicismo, se comporta diante da realidade inegavelmente idólatra desta denominação Cristã? Ignorará aquilo que toda vida creu, e não somente creu com as forças da fé mas compreendeu com a sua razão? 

É isso o que ocorre com aqueles Protestantes que se bandeiam para os lados do Catolicismo. Admitem, como não podem negar, a autoridade da Bíblia Sagrada, admitem que a idolatria é grave pecado, mas por força (ou fraqueza) passam a ignorar, fazer de conta de que as imagens de santos não lhe dizem respeito. Não enfrentam esse mal. Não se trata de uma discordância doutrinária ou teológica. Os católicos sinceros e honestos sabem que sua religião é, popularmente, idólatra, mas fazem vistas grossas a este fato em nome de suas doutrinas, de sua tradição e do papado. Não abrem a boca contra esse mal, por que atentar verbalmente contra qualquer dogma da Igreja é motivo para excomunhão, como se qualquer instituição humana tivesse o poder de condenar alguém ao inferno ou mandar alguém para o céu. Isso cabe a Divina Soberania de Deus e à Sua Permissão.

Não querem e não podem admitir os seus erros práticos e doutrinários por que uma tradição diz que apontar os erros do Papa e da Igreja é pecado grave. Se a Igreja disser ao fiel que 2 + 2 são 5 deverá ele acreditar sem questionar, mesmo que isso fira claramente as Sagradas Escrituras. O Protestante neo converso sabe que isso é ilógico, mas ignora para poder se adaptar à sua nova realidade comunitária e mesmo ideológica.

Protestantes que deixam suas denominação ingressam no Catolicismo ou nas igrejas Ortodoxas em busca de tradições de homens, belas, inquestionavelmente, do ponto de vista estético, mas mortas, pois não refletem a imagem de Cristo. A púrpura e o ouro das catedrais, as vestes longas são sinais de uma beleza existente, mas cujo conteúdo interno é muito divergente, sendo composto de pura devassidão e imoralidade, pois, conhecedores da Verdade e da Palavra de Deus, abrem mão para se apegarem aos hábitos, costumes, tradições e vaidades das instituições humanas. A Igreja de Cristo, por ele fundada, é a comunidade invisível de todos os Seus Eleitos, não um prédio, uma instituição humana com regras anti-bíblicas e nem com tradições. Quem deixa o Evangelho por isso não tem o perfil nem as marcas externas de um verdadeiro filho de Deus, mas eis que, o pródigo filho pode ao Seu Pai voltar.

sábado, 23 de outubro de 2010

Lewis, C. S.



“Nestas conversas eu tive que dizer bastante sobre oração. E antes de entrar no meu assunto principal hoje à noite, eu gostaria de lidar com a dificuldade que certas pessoas encontram com toda a idéia de oração. Alguém chegou a mim dizendo: ‘Eu posso acreditar em Deus, mas o que eu não posso engolir é esta idéia de que Ele atenda centenas, milhões de humanos que estão todos se dirigindo a Ele no mesmo momento’. E eu encontro muitas pessoas que sentem essa dificuldade. Bem, a primeira coisa a se notar é que o problema surge com as palavras “no mesmo momento”. Muitos de nós podemos imaginar Deus atendendo a vários peticionários, se somente eles viessem um por um, e se Ele tivesse um tempo infinito para atendê-los. Então o que está realmente por trás da dificuldade é esta idéia de Deus ter de consertar muitas coisas em um único momento. É isso, evidentemente, que acontece conosco. Nossa vida nos vem momento a momento. Um momento desaparece antes que o outro chegue, e em cada um deles cabe pouquíssima coisa. É assim que funciona o tempo. E é claro que você e eu temos como certo que essa série temporal, esse arranjamento entre passado, presente e futuro não é apenas o modo que a vida vem a nós mas o modo como todas as coisas existem.

Nós tendemos a assumir que todo o Universo e até o próprio Deus estão sempre mudando do passado ao futuro, como nós fazemos. Mas muitos homens estudados não concordam com isso. Eu penso que foram os teólogos quem primeiro começaram com a idéia de que algumas coisas não estão submetidas ao tempo. Mais tarde, os filósofos assumiram essa idéia e agora alguns cientistas estão fazendo o mesmo. Quase certamente, Deus não esta no tempo. Sua vida não consiste de momentos seguidos por outros momentos. Se um milhão de pessoas ora para Ele às dez e meia da noite, Ele não precisa ouvi-las todas no pequeno instante que chamamos de dez e meia. Dez e meia, ou qualquer outro momento desde a criação ao fim do mundo, é sempre o presente para Deus. Para dizê-lo de outra maneira, Deus tem toda eternidade para ouvir a brevíssima oração de um piloto cujo avião está prestes a cair em chamas. Isso é difícil, eu sei. Vou tentar dar outro exemplo, não sobre a mesma coisa, mas de algo um pouco parecido. Suponha que eu esteja escrevendo um romance. Eu escrevo: “Mary fechou o livro. No momento seguinte veio uma batida na porta”. Para Mary, que vive no tempo imaginário da minha história, não há intervalo entre fechar o livro e ouvir a batida na porta. Mas eu, o criador dela, entre escrever a primeira sentença e a segunda, posso ter saído por horas para uma caminhada e ficar certo tempo pensando sobre a Mary. Eu sei que não é um exemplo perfeito, mas ele talvez dê uma noção do que eu quero dizer. O ponto em que eu quero chegar é que Deus tem uma atenção infinita, uma medida infinita reservada para cada um de nós. Ele não quer nos tratar como a uma massa. Você esta sozinho na companhia D’Ele como se fosse o único ser que ele tivesse criado. Quando Cristo morreu, Ele morreu por você, individualmente, como se você fosse o único homem na Terra.

Agora vou voltar ao meu objetivo principal. Eu estava mostrando da última vez que a vida cristã é simplesmente um processo de ter o seu caráter natural transformado em um caráter de Cristo e que este é um processo continuo por dentro. Os desejos mais privados, e pontos de vista de alguém são as coisas que tem que ser mudadas. É por isso que incrédulos reclamam que o Cristianismo é uma religião muito egoísta. “Não é muito egoísta, é ate mesmo mórbida”, eles dizem. “Estar sempre pensando apenas no seu próprio umbigo, ao invés de pensar na humanidade.” Agora, o que um Sargento diria a um soldado que tinha um rifle sujo e quando mandaram limpá-lo, respondeu: ‘Mas Sargento, não é muito egoísta, até mesmo mórbido, estar limpando o interior de seu próprio rifle, ao invés de pensar nas Nações Unidas?”Bem, não precisamos nos preocupar com o que o Sargento diria na verdade. Você entende? O homem não será muito útil para as Nações Unidas se seu rifle não estiver pronto para atirar. Da mesma maneira, pessoas que ainda estão agindo pelos seus antigos caracteres naturais não farão um bem real e permanente as outras pessoas. Deixe-me explicar isso. A História não e apenas a história de pessoas más fazendo coisas ruins. É na maior parte uma história de pessoas tentando fazer coisas boas. Mas de alguma maneira algo deu errado. Veja a expressão “tão frio quanto caridoso”. Como assim dizemos isso? Da experiência. Nós aprendemos o quão antipáticas, autoritárias, conceituadas, pessoas caridosas freqüentemente são. E ainda, centenas e milhares delas começaram realmente ansiosas para fazer o bem. E quando elas fizeram isso, de alguma forma não foi tão bom quanto deveria ter sido. Uma macieira que não pode produzir maçãs comestíveis. A velha estória: “O que você é resulta o que você faz.” Enquanto o caráter antigo estiver la, sua mancha estará sobre tudo o que fizermos. Nós tentamos ser religiosos, e nos tornamos Fariseus, tentamos ser agradáveis, e nos tornamos autoritários. Serviço social termina em formalidade burocrática, altruísmo se torna uma forma de se exibir. É claro que eu não quero dizer que nós devemos parar de progredir e tentar ser o melhor que podemos. Se o alimento do soldado é o bastante para entrar na batalha com um rifle sujo, ele não deve fugir. Mas eu quero dizer que a cura real é a mais profunda. Fora de nós mesmos, mas em Cristo, nós devemos ir.

A mudança não acontecerá de repente para a maioria de nós, e eu devo admitir que para a maioria dos cristãos será apenas o começo e continuará ate o fim de nossas vidas presentes. Mas há alguns que vão adiante até mesmo antes destes longe o bastante para que se possa ver isto. Seus rostos e vozes são diferentes. Quando você se encontra com eles você sabe que está competindo com algo que, de certa forma, começa Onde você pára. Algo mais forte, mais calmo, mais feliz, mais vivo que a humanidade comum."

quinta-feira, 22 de julho de 2010

As Cruzadas, a Jihad e certos professores

Ótimo texto.


Percival Puggina
No email que me endereçou, a jovem estudante mostrava-se indignada com a Igreja por causa das Cruzadas. Fiquei pensando se respondia ou não. Afinal, de que adianta gastar meu latim com esse tipo de bobagem? Que poder teriam algumas palavras minhas contra a ação de um professor mal intencionado, o ano inteiro, dentro da sala de aulaDecidi por uma estratégia mais longa e retornei uma pergunta curta: "Teu professor, ao falar sobre as Cruzadas, mencionou alguma vez a palavra Jihad ou o expansionismo islâmico?" Ela me respondeu que nunca ouvira falar disso e se mostrou surpresa por eu saber que ela fora introduzida  tema das Cruzadas por um professor. A menina deve ter me considerado um gênio...
Tem-se aí excelente exemplo de algo que já foi objeto de outros textos meus: a malícia de tantos professores que se valem da cadeira de História para seus fins ideológicos, usando o ataque insidioso à religião como meio para agir. Afastam os jovens da Igreja e da palavra de Deus e os introduzem, com gravíssimo prejuízo, nos ritos e devoções do materialismo, do marxismo e do relativismo. Daí para o hedonismo é um passo de dedo. Desmancham com os pés da mentira e da mistificação o que os pais tenham ensinado em casa. Espinafram a Igreja por causa das Cruzadas do século 12, mas jamais mencionam os cem milhões de mortos pelo comunismo no século passado. Decorrerão algumas décadas até que esses jovens, já maduros, percebam, na experiência da vida, o engodo a que foram conduzidos pelos falsos mestres. Quem não tem relatos semelhantes?

A primeira Cruzada iniciou no ano de 1096 e a nona terminou em 1272. A palavra refere, portanto, uma série de episódios que se encerraram há 738 anos, envolvendo a retomada de Jerusalém. Veja agora, leitor, se é possível falar honestamente sobre as Cruzadas sem mencionar a Jihad. Jerusalém, no início do século 7, integrava o Império Romano do Oriente, sob o domínio de Bizâncio. Era uma cidade cristã, portanto, até ser conquistada pelos sassânidas (persas) e, em seguida, pelos seguidores de Maomé. Este personagem surgira na cena histórica alguns anos antes, havia estabelecido as bases religiosas do Islã e dera início à Jihad e à Guerra Santa. Em apenas oito anos, formara um Estado árabe sob seu comando. Em 622, conquistara Iatrib (Medina), passando na espada os judeus da cidade. Em 630 retomara Meca, de onde fora expulso por suas ideias monoteístas. E morrera em 632. Seis anos mais tarde, seu sucessor Omar entrava em Jerusalém. Um século mais tarde, o Islã já estendia seus domínios sobre a Pérsia, a Palestina, boa parte do Império Bizantino, o norte da África, a Península Ibérica e atacava a Europa por vários flancos. É possível mencionar as Cruzadas, com seus episódios grotescos, e nada contar sobre isso?

Mas as coisas não pararam aí. Quando o Papa Urbano II, no concílio de Clermont-Ferrand (1095) convocou a Primeira Cruzada, Jerusalém havia sido tomada pelos otomanos, que instalaram um regime de intolerância à presença dos cristãos, até então respeitada nos termos ajustados com Bizâncio durante a conquista da cidade em 636. Clermont-Ferrand fica próxima ao centro geográfico da França. Pois enquanto ali se realizava o concílio, ainda fumegavam, no centro da atual Espanha, os destroços deixados pela guerra que retomara a região de Toledo para os cristãos e para o reino de Castela. Os muçulmanos estavam ali havia três séculos e levariam outros 400 anos para abandonar toda a península. Mas disso, nas aulas de história, fala-se pouco, muito pouco, quase nada. E quando se menciona a Tomada de Constantinopla, em 1453, o assunto é tratado como fato isolado, perfeitamente normal, e não como um ato de suprema violência e ganância imperial, geradora de um massacre que durou três dias e três noites, que coroou investidas iniciadas 800 anos antes e que encerrou mil anos de esplendor cristão naquela que foi a mais impressionante cidade de seu tempo! E nada, absolutamente nada se diz sobre o fato de que esse expansionismo, ainda insatisfeito, prosseguiu na direção oeste, sob o mesmo impulso, até a derrota final dos otomanos, diante dos muros de Viena, na batalha de 1683. Mas insistentes, violentas, conquistadoras e descabidas foram as Cruzadas...

Agora me responda o leitor: a derrota do grão-vizir Kara Mustafa Pasha em Viena decretou o fim das guerras santas? Encerravam-se, ali, as campanhas militares empreendidas pelos muitos impérios, dinastias, governos e províncias muçulmanas, ao longo desses mil anos iniciados com a Hégira e a tomada de Iatrib? Não, claro que não! O que são Al Qaeda, Hamas, Hizbolah, Fraternidade Islâmica e o amigo de Lula, Ahmadinejad, se não jihadistas que afirmam seguir as determinações de sua fé? Não eram jihadistas os tresloucados que se arremessaram contra as Torres Gêmeas? E se alguém, leitor, lhe opuser que Jihad, no sentido religioso, é coisa diversa, que designa uma conquista pessoal interior, de natureza espiritual, saiba que isso é sublime e verdadeiro. Como também é verdadeiro, sem ser sublime, que Maomé II estava tão a serviço de sua Jihad em versão violenta quanto quem, hoje, veste um colete de bombas ou faz explodir uma estação de metrô em Londres. A imensa maioria dos muçulmanos são amantes da paz e vivem sua religiosidade de um modo sereno e harmonioso com as demais crenças e religiões em seu entorno. No entanto, é a pequena minoria violenta que mais uma vez, neste momento, se expressa de modo assustador nas páginas da história.

Escrevo todas estas linhas, bem além do habitual nestes textos semanais, para destapar a imensa fraude praticada por tantos professores de história. Para desmerecer o Cristianismo e a Igreja, eles se fixam nos episódios das Cruzadas, como algo sem causa e com as terríveis consequências que apontam. Algumas aulas mais tarde, porém, tratam da Tomada de Constantinopla como fato isolado, sem origem que mereça menção e tendo como consequência as Grandes Navegações. Convenhamos!
Nota do autor: esta é a mensagem que estou enviando à jovem estudante mencionada nas primeiras linhas deste texto.
 Mídia a mais

terça-feira, 20 de abril de 2010

"Nem que seja pelas crianças"

"Este mundo está cheio de ódio, ele precisa vir logo antes que seja tarde, porque definitivamente nós não conseguimos por nossa conta" (Hélio Ribeiro - A voz do rádio)



A sensibilidade é sua e a rádio é Bandeirantes

O paulistano eterno

 Me identifico com o paulistano que mora na casa que restou numa rua em dissolução. É como o velho morador de Pinheiros, que habitava uma ca...