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quinta-feira, 8 de abril de 2010

Desabante

Já em umas duas vezes eu vi uma coisa que me deixa meio bobo, embora também não me comova na medida que eu gostaria que comovesse. Chego em casa da faculdade por volta da 0h30 e nas imediações de Santo Amaro já duas vezes vi meninos de sete ou oito anos neste horário vendendo doces ou mendigando.

É uma coisa com a qual todos nós deveríamos ficar pasmados, mas isso não ocorre nesta proporção.

Deus sabe de todas as coisas, inclusive desses pobres meninos.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

A gorda da Santa Cruz

Outro dia eu peguei o ônibus no metrô Santa Cruz para ir até Santo Amaro, isso em uma segunda-feira, lá prás 8h da noite. Felizmente esperei poucos minutos até que ele chegasse à Santa Cruz e partisse rumo à Santo Amarro. O fato curioso daquela viagem, motivador deste pequeno relato será explicado a partir de agora.

Como faço de costume, sempre que posso procuro sentar nos bancos que ficam no fundo do coletivo, pois estes, em alguns modelos, são mais espaçosos e arejados, e nesta noite como era um dos primeiros  da pequena fila que se fez paralela ao ponto, tinha então eu a chance de escolher em que lugar do ônibus sentar. Sentei no fundo; ao lado da janela direita; com uma bruta fome; pouco tempo antes de partir ao seu destino, uma senhora “bastante cheinha” sentou na mesma fileira de bancos que me encontrava, ficando entre eu e ela somente um assento.

Ora, não esperava eu ir da Santa Cruz à Santo Amaro sozinho no ônibus, é claro que alguém ia sentar próximo de mim, ou até mesmo (o que tinha mais chance de acontecer) de ir alguém ao meu lado, até aí tudo na Santa Paz de Deus, entretanto esta gorda tinha consigo uma enorme vontade de provocar a azia alheia, estomacal e psicológica.

O primeiro feito da rechonchuda madame a me incomodar foi o de tirar de uma sacola plástica comum de supermercado uma generosa porção de yakissoba, que pelo odor exalado ardia em shoyu, me deixando em situação de por os bofes para fora. Juro. Não sei como uma pessoa consegue comer tal alimento dentro de um ônibus, recheados pelos ventos pouco poluídos da Avenida Ibirapuera, ainda se fosse um salgadinho, uma bolacha, biscoito de polvilho ou algo do gênero, que desfrute de sequidão intrínseca. Detalhe importante e enriquecedor da história: ela não comeu o bendito yakissoba; mexeu, mexeu e comer que é bom nada.

Se não bastasse a desagradável situação provocada pela iguaria típica da Terra do Sol Nascente, já adotada pelos tradicionais contemporâneos Paulistanos, a gorda após degustação mental por ela realizada, saca de sua bolsa (um modelo típico de R$ 19.90 de lojas de Largo 13, Lapa ou São Miguel Paulista, daquele tipo “Lua Luana”) um celular, desses modernos Made in China, de marca barbante, que dispõe de TV embutida. Porque essa dona tinha que ter uma tralha dessas? Preciso dizer para qual finalidade aquele telefone multiuso foi usado? Claro foi usado para irritar a mim e a mais um casal que estava na outra extremidade da fileira.

A mulher me tira de dentro do aparelho uma anteninha e começa a assistir na Band a “Escolinha do Magal” ou qualquer coisa que o valha, qualidade discutível ou não da programação não importa, o que importava era poder ver a programação da TV, algo que não foi possível, pois a TV tinha chuvisco.

Me deu vontade de dizer: "o gorda, vai comer yakissoba com sua tevezinha lá pro meio do inferno”, mas sou um rapaz bastante compreensivo e educado. Permaneci calado.

No primeiro ponto da Vereador José Diniz ela desceu, espero que pelo menos ela não tenha desperdiçado o tal yakissoba, seria o mínimo que ela podia fazer a humanidade naquela noite. Cacete! Pagou R$ 7,00 pela bagaça, atormentou uns pobres manés no ônibus…-Ô gorda, vê se não aporrinha mais essa noite.

Saudades dos supermercados noventinos.

Me recordo que desde pequenino um dos lugares que mais gostava de ir eram os supermercados; tradição esta que conservo até os dias de hoje, além da vontade de ser dono de um no futuro.

Nunca gostei de shoppings-centers, como a grande maioria de meus contemporâneos gostam, não consigo definir claramente porque, acho que a amplitude dos corredores, o excesso de gente extremamente fútil, o que nos supermercados, mesmo entre os hipers ou os mais elitistas é diminuído sensivelmente.

Mas hoje cada vez mais as pequenas e médias redes de supermercados estão desaparecendo.  e Reimberg são dos que sumiram,que mais marcaram a minha infância.

O Reimberg, rede de médio porte da Zona Sul Paulistana (a minha querida Zona Sul, onde nasci e moro até o presente) foi, acho que em 1998 ou 1999, adquirida pelo Pão-de-Açúcar e transformado em Barateiro. Existiam Reimberg’s em Embú Guaçú, Jardim São Bernardo, Grajaú, Vila São José, Piraporinha, na Avenida Sabará, além do grande Reimberg do Casa Grande, que se comparado com qualquer Wal-Mart da vida é armazém, mas para a família Reimberg e seus clientes eram o maior que existia, além do melhor.

Não coincidentemente outro mercado que sumiu, que também foi incorporado pelo grupo Pão-de-Açúcar foi o Sé. Agora não sei precisar se era o Sé ou o Barateiro (mais uma rede comprada pelo Pão de Açúcar que depois de alguns anos, mudou o nome para Compre Bem, se porventura você está na capital Bandeirante ou arredores, deve ter um aí por perto da sua casa) foi começado por uma família de Japoneses, que vendiam já seus produtos nas feiras de ruas convencionais.

A unidade do Sé da qual tenho mais recordações era a de uma pequena  unidade que existia em Santo Amaro, de esquina, atrás do pronto-socorro municipal e e do teatro Paulo Eiró. Esta loja foi construída no final dos anos 1990 e durou (creio eu,se estiver errado alguém que me corrija) pouco menos de dez anos, mudando, após a sua venda, a bandeira para Compre-Bem (memore que as pequenas lojas do Sé viraram Compre-bem e as grandes lojas Extra ou Pão-de-Açúcar, variando de acordo com a região da cidade) e por volta de 2006 fechou de vez, virando Igreja Universal do Reino de Deus (que também não vingou) e hoje o prédio foi demolido e está sendo construído no local alguns edifícios de luxo, devido a super-valorização dos arredores da avenida Adolfo Pinheiro (que já foi Adolpho) por causa da ampliação da linha 5 do metrô.

Ia com meu pai lá, com certa frequência, depois que mudei para os arredores de Santo Amaro, dizia ele (meu pai) que tinha carnes de ótima qualidade no Sé. Não afirmo nem duvido, pois não como carne, mas facto é facto, que aquele mercado era um brinco, isso era.

Não se pode dizer que os serviços oferecidos actualmente nos supermercados Paulistas são inferiores aos de dez anos atrás. Os problemas de falta de variedades de marcas e outras praticidades para quem não é grande consumidor e para quem não vai de carro continuam a existir como existiam na época dos finados mercados.

Isso somente me leva cada vez mais a acreditar que nós vivemos o que temos de viver e que cada coisa, sendo as mais doces, singelas ou tristes acontecem com razão e motivos bem definidos, ou seja para provocar a vida através dos sentimentos advindos da saudade, despertando o sentido e os questionamentos de seu verdadeiro papel na existência.

Espero que no futuro outros supermercados sumam, para que esta reflexão apareça na cabeça de novas pessoas.

Em memória:Sé, Reimberg, Tulha, Coper leve, Peralta, Apoio, Barateiro e outros que não conheci.
Para a memória futura: Futurama, Pastorinho, Mambo, Sonda, Bergamini e o meu futuro supermercado.

O paulistano eterno

 Me identifico com o paulistano que mora na casa que restou numa rua em dissolução. É como o velho morador de Pinheiros, que habitava uma ca...