domingo, 26 de janeiro de 2020
terça-feira, 14 de janeiro de 2020
Uma década
Indo ao mercado de madrugada
terça-feira, 7 de janeiro de 2020
Os supermercados da minha vida
segunda-feira, 22 de abril de 2019
A ciência dos sábios não vale a alegria dos tolos
Engenheiros devem ser mais felizes do que filósofos. A maior parte dos advogados, pelo menos aqueles mais práticos também. Todos os ofícios manuais devem dar mais satisfação à quem o exerce também.
Quem tem muito apego ao porque, às necessidades de se entender a razão de tudo, vive numa angústia total e constante. Tudo aflige, tudo atribula, tudo perturba.
No Matrix já se dizia que a ignorância é uma dádiva.
No Eclesiastes já se encontra:
"Vaidade de vaidades, diz o pregador, tudo é vaidade.
E, quanto mais sábio foi o pregador, tanto mais ensinou ao povo sabedoria; e atentando, e esquadrinhando, compôs muitos provérbios.
Procurou o pregador achar palavras agradáveis; e escreveu-as com retidão, palavras de verdade.
As palavras dos sábios são como aguilhões, e como pregos, bem fixados pelos mestres das assembléias, que nos foram dadas pelo único Pastor.
E, demais disto, filho meu, atenta: não há limite para fazer livros, e o muito estudar é enfado da carne.
De tudo o que se tem ouvido, o fim é: Teme a Deus, e guarda os seus mandamentos; porque isto é o dever de todo o homem."
sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019
Republicano
A defesa da República que deve ser feita não é a da forma de governo, mas a da sua correta instauração, sob o princípio nunca observado no Brasil, de ser um governo "do povo, pelo povo e para o povo".
Para defender a República se exige que, conjuntamente, também se defenda a Federação.
terça-feira, 29 de janeiro de 2019
Renascença conservadora
segunda-feira, 14 de janeiro de 2019
Resposta ao chanceler Ernesto Araújo
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Livro de Alfredo Ellis Júnior, historiador paulista quatrocentão (por lado materno), fundador da cátedra de História da USP e separatista paulista declarado |
Objetos voadores não ideológicos
quinta-feira, 22 de novembro de 2018
Democracia cristã
Tem muita gente realmente preocupada, realmente tensa com o seu futuro profissional. O medo é de que o novo governo liberal de Bolsonaro, Paulo Guedes e equipe acabe com a estabilidade do servidor público e comece programas de demissão voluntária e, por fim, demissões compulsórias.
Esse é um temor justificado. Tenho certeza que, do que dependesse do futuro ministro da economia, isso iria ocorrer.
A mentalidade do serviço público é típica das civilizações contemporâneas. Conforme a vida urbana avança, avança ao mesmo passo o estado e a necessidade dele gerenciar a vida nas grandes cidades. O idílico liberalismo do século XIX, as vezes quase anárquico, é impossível nas metrópoles modernas. Grandes cidades, grandes populações, grandes problemas e grande estado.
Esperar alguma mudança que passe pela quase extinção do serviço público não é despropositada, vinda de pessoas que estão acostumadas apenas com o mercado financeiro. Se verdade é que o presidente é também um servidor de carreira, e isso poderia servir como algum alento, também é verdade que o poder pode cegar e envergar nossa cerviz. Teremos em Bolsonaro alguém que sirva de freio ao liberalismo ortodoxo do Dr. Paulo Guedes?
Dito isso, eis que vejo a necessidade do surgimento de uma força política que consiga unir a esquerda do trabalho e a direita dos valores. Em países ocidentais, em tempos de paz, esse papel deveria ser desempenhado pela democracia cristã. Aqui em Banânia, os demo-cristianos simplesmente não existem como força política partidária faz muito tempo. O último lampejo forte nesse sentido esteve ancorado na ala liderada por Franco Montoro, no PSDB. Com sua morte e com a morte do PSDB, a democracia cristã está desaparecida do Brasil. Ela poderia ser uma força política relevante, verdadeiramente de centro, tendendo à direita, que equilibraria o jogo partidária, dando alguma racionalidade nesse teatro que vemos agora.
Não sei quanto tempo a onda liberal vai durar. O liberalismo de Reagan e Thatcher tiverem seus limites políticos, gerando novos governos democratas e trabalhistas. O consenso burocrático entre sociais democratas de esquerda e de direita permite esse tipo de situação. O liberalismo de Guedes deverá se esgotar em pouco tempo. Se bem sucedido, ajudará Bolsonaro a se reeleger daqui quatro anos e a fazer o seu sucessor. Daí em diante prefiro já não fazer conjecturas. De toda a forma, o liberalismo do século XIX já não pode existir. Ele é um pássaro Dodô. Ave extinta. Querer recria-lo hoje é uma aventura que resultará em grandioso fracasso.
quarta-feira, 21 de novembro de 2018
Há quatro anos
Em novembro de 2014 eu vi o prenúncio de uma nova era. A nova era da direita que hoje, plenipotenciária, ocupa as manchetes dos telejornais, com seu comandante supremo e inquestionável, Jair Bolsonaro, começou faz quatro anos.
Quando Dilma Rousseff venceu o segundo turno contra Aécio Neves algo novo se descortinou na política do Brasil. A primeira vitória da Nova Direita brasileira foi sobre os separatistas de São Paulo. Foi uma vitória da organização contra a desorganização. Uma vitória dos contatos sobre os passos em falso. Foi também uma vitória de Pirro da traição.
Naquele momento o lema era "ou a Dilma cai ou São Paulo sai". Méritos por esse lema ao senhor Paulo Batista, corretor de imóveis no interior de São Paulo e, naquele ano, candidato liberal derrotado ao parlamento paulista. Ele criou um mega evento no Facebook, prenunciando o poder que as redes sociais viriam a desempenhar nos quatro anos seguintes, que reuniu mais de um milhão de pessoas. A conclamação para ir às ruas se assentava sobre a ideia, mesmo que remota, da independência de São Paulo, diante de mais uma vitória petista ter sido obtida graças ao voto de cabresto do nordeste subdesenvolvido.
No dia daquela manifestação os separatistas foram traídos. Fomos traídos por que eu mesmo havia falado, por telefone, com o "raio privatizador", alinhavando o apoio separatista. Chegando ao ápice, ao dia da manifestação, o carro de som estava repleto de nacionalistas brasileiros, como Eduardo Bolsonaro (sendo franco, Eduardo me pareceu a figura mais sensata e honesta naquele momento), Bene Barbosa (odiento anti separatista), além do cantor e ex-cocainômano Lobão, recém convertido, à época, as hostes do olavismo cultural. Os separatistas foram proibidos de subir ao carro de som. Durante, a manifestação fomos hostilizados, não pelos populares, mas pelos bodes patriotas que estavam em evidência no caminhão.
Naquele dia muitas pessoas passaram a apoiar a causa paulista e deixaram de ser apenas direitistas.
Naquele momento ainda havia muita expectativa pelo bom desempenho que o derrotado Aécio havia tido na eleição. Pouco tempo depois ele haveria de ser esmagado por sua própria sujeira.
Naquele tempo o jornalista Reinaldo Azevedo ainda era um ícone da direita reacionária e hidrófoba. Hoje, num canto da Rede TV, é uma sombra do símbolo que foi. Tornou-se um mostruário do jornalismo mais escroto que há, que sobrevive do puxassaquismo dos donos do poder, especialmente do MDB.
Jair Bolsonaro já era uma figura em total ascensão na internet, que gestava a niobosfera, que dita a nova era dos dias de hoje.
Olavo de Carvalho, ideólogo geral da nova direita, já era esse elemento controverso, inteligente, maquiavélico e prepotente que é até hoje. Quem começou a conhecer o sujeito nos anos iniciais do True Outspeak sabe ver bem a decadência moral do sujeito, que de analista cáustico e coerente passou a tratar a todos que discordavam dele como sendo inimigos mortais.
A inteligentsia neo direitista ainda não trabalhava em emissoras de rádio, em jornais de grande circulação e não dava pitacos em emissoras de TV.
Luiz Felipe Pondé só era admirado por uma pequena quantidade de leitores que liam sobre "jantares inteligentes" na Folha. Ele ainda não havia sido deglutido pela esquerda pós moderna, que não havia compreendido o liberalismo do filósofo judeu-baiano.
2018 vai chegando ao fim e eu mesmo não acreditaria, se me contassem quatro anos atrás, que tudo isso iria acontecer. Como Chesterton falou, a única lei da história é o imprevisto. A direita hoje se prepara para assumir o controle do país. Será bom. Será bom por que, como separatista, sei que não há ideologia ou doutrina política que possa curar o Brasil. Quando os remédios da direita se provarem, não só ineficazes, como também nocivos, assim como os da esquerda, muita gente vai cair na real, vai aderir ao ceticismo que a causa paulista defende.
Ps.: Paulo Batista, que traiu os separatistas, de figura ascendente da política direitista de 2014, acabou sendo traído por seus pupilos, em especial Kim Kataguiri e cia, que fundaram naquele mesmo dia o MBL, chutando o traseiro de Batista para fora. Hoje Kim e seus parceiros estão eleitos, todos pelo DEM e Batista continua na internet, com menos importância do que tinha em 14. De traidor a traído, apenas um passo.
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