Há uma renascença do pensamento conservador. Estou tomando a licença de aqui não usar a palavra conservador com um sentido unicamente político, partidário e eleitoral, antes acentuando-o como oposição ao progressismo e a liberalismo (as crenças no progresso infinito e na liberdade sem restrições).
Essa renascença conservadora é resultado de um esgotamento da sociedade com o modelo político instaurado com o fim do Regime Militar, em 1985. Nossa Constituição Federal, de 1988, que permitiu a existência de um estado provedor de bem-estar social (ao menos no papel, pois a execução do projeto social democrata foi extremamente vacilante). Somemos aqui o crescimento da intolerância da sociedade com a corrupção. As operações da Polícia Federal e da Justiça, muitíssimo em especial, a Lava Jato, só poderiam ter surgido nesse momento de nossa história institucional e cultural. Ela é sim parte da resposta conservadora.
Com esse quadro, é notável a leitura e o apreço, por minha geração, de autores como G.K. Chesterton, C.S. Lewis, Roger Scruton, Jordan B. Peterson, Nikolai Berdiaev, Oswald Spengler e vários outros, somados aos naturais da terra, como Olavo de Carvalho, J.O. de Oliveira Penna, Ricardo Vélez Rodrigues, Antônio Paim, João Camilo de Oliveira Torres e vários outros. Em comum entre todos os citados temos a profunda crítica ao marxismo e ao materialismo dialético. Todos também são ignorados pela academia.
Lendo autores brasileiro, que já haviam tido contato com alguns dos pensadores citados, hoje redescobertos, têm-se a sensação de que, no Brasil, o pensamento conservador sofreu um grande hiato, que se encontra entre as décadas de 1960 e o início dos anos 2000. Quatro décadas do mais puro progressismo hegemônico.
Vivemos, finalmente, uma nova era, amparados nos mestres que tiramos das tumbas, limpando-os da terra progressista que os cobria.
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