Sejamos francos e realistas, a vida na grande metrópole não pode ser democrática, pois, considerando o império do número e do volume, não se pode esperar democracia real. Eleições não significam democracia. Na cidade de São Paulo com mais de dez milhões de moradores não pode haver democracia, pois por seu gigantismo e dinâmica da vida, não pode haver participação do indivíduo nas decisões do estado. A única coisa popular em grandes metrópoles e que realmente é fruto das decisões individuais é o comércio, o mercado. A única manifestação de democracia na metrópole está contida no desditoso livre mercado.
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Populismo: o que começa em fúria termina em fadiga.
Não causaria nenhum espanto que após tanta grita e conflito entre o populismo bolsonarista e o populismo petista um novo governo aparecesse, com um sujeito anêmico, tísico, esquálido, cinza, sem sal e açúcar, que não entusiasmasse, antes passasse desapercebido da opinião pública. Um Eduardo Leite ou um Zema.
Até que não é má ideia passar um lustro de tédio.
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Leio notícia de que os antigos proprietários da Tok & Stok (não confunda com Tik Tok) compraram a Mobly, que, atualmente, era a controladora da própria Tok & Stok.
O varejo passa por uma crise gigantesca.
A margem de lucro dos supermercados, por exemplo, gira em torno de 1,5%, ao ano. Baixíssima. É ramo de risco, ainda que todos dependam dos mercados.
No ramo de bazar a coisa vai pior ainda. Com a internet se mostrando mais e mais confiável como local para se fazer compras, magazines e lojas de departamento servem mais como mostruário ou como local onde se compra algo quando se está com muita pressa e não se pode esperar o que foi comprado pela internet ser entregue.
Essa mudança na maneira de se comprar as coisas tem afetado a paisagem urbana.
Regiões de comércio cada vez mais se veem dominadas por placas de aluga-se. Esse é o grande empreendedor da vez. Andando no Centro de São Paulo o que mais se vê são estabelecimentos comerciais fechados e para alugar. As regiões centrais precisarão ser reinventadas, sobretudo restaurando o império das moradias e o comércio de dia a dia: padarias, vendas, farmácias, quitandas, cabeleireiros, tinturarias, avícolas, etc.
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Yakov Chernikhov. "Architectural Fictions," 1933. |
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Eu estou convencido que a população mundial do século XXI é obesa e tem outras tantas novas doenças por que estamos sendo envenenados com comida geneticamente modificada, planejada para criar doenças ou mutações genéticas que moldem um homem novo. Um velho italiano que morreu nos anos 1950 passou a vida comendo macarrão todo dia e nunca teve problema com glutem. Bebíamos leite gordo (A ou B) todo dia e não tínhamos intolerância à lactose. Não existia uma epidemia de autistas ou pessoas com Tdah. O que era borderline?
E, digo mais, não me consta que essa galera que se acha fitness seja mais saudável do que os velhos e velhas do carteado na praça. Podem fazer muito exercício e acharem que comem saudável, mas, se enganam. Não confio nessas coisas que se dizem orgânicas. Pra mim é tudo enganação para uma seita de fanáticos veganos comunistas. Querem comer coisas naturais? Saiam das cidades grandes, voltem para o campo e plantem suas hortas e criem suas galinhas caipiras, com ovos de gemas super amarelas. Ai começamos a conversar.
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Sempre desconfiei. |
Em algum momento fui levemente simpático à Igreja Presbiteriana do Brasil.
Se fui, não sou mais.
Hoje tenho mais simpatia por todas as demais igrejas históricas: luteranos, anglicanos, morávios, metodistas, salvacionistas, batistas e tais.
Apesar de crer que ideia da soberania absoluta divina, nisso incluindo a questão da predestinação das almas eleitas para a salvação, tal como eles calvinistas presbiterianos dizem crer, vejo a Igreja Presbiteriana como uma denominação que não procura manter um diálogo aberto com as demais denominações. Como dão muita ênfase ao estudo teológico, numa época de grande vaidade intelectual onde não é cult ser pentecostal, acabam atraindo evangélicos de outros ramos pelos encantos e vaidades da retórica. Azar o daqueles que se deixam atrair por esse falso brilho (como aqueles que procuram o catolicismo pelo esplendor litúrgico ou arquitetônico, ou os que procuram as igrejas ortodoxas pelo tom soturno de seus rituais).
O calvinismo é sinônimo de presbiterianismo. Não sou calvinista.
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