As mães nos ensinam desde que mal pronunciamos qualquer palavra o que elas consideram educado e o que não consideram. Não só do que podemos, grosso modo, chamar de educação, mas me refiro àquilo que melhor pode ser qualificado como etiqueta. Como ser cortês, como ser fino, como ter bons modos, como entrar e como sair e, um fator importante e negligenciado: como não arrumar confusão ou como se livrar delas. Há aquelas que dizem aos filhos: se fulano mexer com você na rua ou na escola, revide, meta a porrada nele. E há aquelas que falam aos seus rebentos: não arrume confusão na rua, fuja, minta, diz que não foi com você, que você não tem nada a ver com aquilo, etc. Em suma, a minha geração cada vez mais é cheia de dedos, ou seja, cheia de bons modismos. É acostumada somente em fugir dos problemas e não em enfrentá-los. Eu mesmo sou expert em fugir de todos os meus problemas e não enfrentá-los face a face. Aliás, eu diria, eu tenho a minha personalidade afirmada na ideia de que devo resolver os meus problemas não pensando nele, nem resolvendo, mas deixando o tempo e o afastamento resolverem os meus problemas. Se eu os esqueço ou se não os vejo, pronto, voilá, não há mais problemas. O homem quando não consegue fugir desses problemas ou esquece-los, por causa da força das circunstâncias específicas daquela situação, então se vê amarrado nas dores psicológicas, como a depressão, a ansiedade, os transtornos obsessivos compulsivos, síndromes e mesmo com problemas físicos ou psicossomáticos.
Somos uma geração fraca, doente e covarde porque fomos criados como donzelos fracos, que só deviam fugir de seus problemas e não resolver as coisas na base da porrada e da força. Agora é tarde.
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