sábado, 17 de fevereiro de 2018

Fúria contra a luz que já não fulgura




“Não adentre a boa noite apenas com ternura,
A velhice queima e clama ao cair do dia,
Fúria, fúria contra a luz que já não fulgura.
Embora os sábios, no fim da vida, saibam que é a treva que perdura,
Pois suas palavras não mais capturam a centelha tardia.
Não adentre a boa noite apenas com ternura,
Fúria, fúria contra a luz que já não fulgura…”

A embaralhada corrida eleitoral pelo Palácio dos Bandeirantes

Publicamos neste blog no dia 25 de Agosto do ano passado uma análise sobre o cenário eleitoral Paulista naquela altura. Passados alguns meses, as indefinições permanecem.



Hoje, Geraldo Alckmin como presidente nacional do PSDB é a maior força política em nosso estado. A quem ele ungir como seu candidato ao governo será, muito provavelmente, eleito. As ligações dele com as prefeituras e de seu aliado muito dileto, o deputado Campos Machado, do PTB, são fortes agentes, com grande capilaridade, em todo o interior. Isso é fundamental em uma disputa desse tipo. A força da bancada de deputados estaduais e federais ligadas à Alckmin também é vigorosa e aumenta assim a sua capacidade de influenciar a política estadual.

Contudo, a política Paulista está a reboque da disputa presidencial. As candidaturas estão todas em compasso de espera, diante das indefinições em nível nacional. Se Alckmin quiser o apoio do PSB para sua campanha, certamente terá que apoiar Márcio França, seu atual vice-governador para a disputa do Governo do Estado. Um eventual apoio do MDB também ao governador Paulista dependeria, dessa vez, de um acordo que envolvesse o presidente da FIESP, Paulo Skaf.

Nesse meio de campo embolado, temos um jogador de primeira grandeza, que é a grande revelação da política brasileira em muito tempo, o prefeito João Dória. O capital eleitoral do prefeito é gigante e ele não pode dar passos erráticos na direção errada. Ao que tudo indica, o seu sonho mór é mesmo concorrer à presidência, seja por seu partido, o PSDB, seja por qualquer outro que as circunstância apontarem. Se não puder ser presidente, se contentaria em sair para governador e é nessa disputa para o governo do estado que ainda não conseguimos enxergar sem maiores nebulosidades.

A leitura que faço, como já indiquei, é a de que a fadiga geral das pessoas com a política, não deve afetar substancialmente o desempenho do PSDB no estado de São Paulo e existem algumas razões para isso. Primeiro, o perfil do eleitor Paulista é essencialmente conservador. O Paulista não quer grandes mudanças na sua política, onde o governo deve cumprir suas tarefas básicas elementares e ser o mais invisível possível, afinal, o melhor governo é mesmo aquele que menos governa, já dizia Thoreau. Segundo, a associação do PSDB com suas grandes figuras estaduais, de Franco Montoro, passando por Covas, Serra e por fim Alckmin é muito forte. Foram políticos sempre relativamente bem avaliados e com gestões moderadas, sem grandes obras, sem grandes planos, mas também realizadoras, embora, em passos de tartaruga (veja-se os exemplos das obras de maior vulto das últimas duas décadas no estado, o Rodoanel, que nunca termina e as obras do Metrô da capital, que são sempre marcadas por enormes atrasos e suspeitas de ilícitos). Por fim, o perfil de Alckmin é muito associado ao político interiorano, que passa segurança e confiança. É tucano, mas tem alma de Peerrepista. Neste sentido, Geraldo Alckmin é senhor inconteste da política Paulista.

Não consigo ver nenhum candidato que apareça em São Paulo com força para abalar as estruturas dessa eleição. Russomanno, o melhor avaliado nas pesquisas, não deverá sair. Vai buscar a reeleição para a Câmara dos Deputados e servir como puxador de votos, como sempre tem feito, desde que migrou para o PRB. Luiz Marinho, ex-prefeito de São Bernardo do Campo e apoiado por Lula, como candidato do PT terá tudo para ter o pior desempenho eleitoral de um candidato petista ao governo do estado desde a sua fundação. Fora isso, além do círculo político alckmista não há mais nada em nossa política. Até Skaf, que disputará sua terceira eleição para o governo do estado, está dentro do radar do campo tucano-emedebista.

Concluo essa análise convidando o leitor a pensar sobre todo o potencial do povo de São Paulo, que não vem sendo devidamente explorado, justamente pela visão curta e falta de ambição de nossos governantes tucanos. O Paulista parece ter se acostumado com o estilo tucano de tal forma que nos leva a questionar se os políticos do PRP, na Primeira República, realmente precisavam fraudar as eleições para se manterem no cargo. A diferença dos velhos peerrepistas para os tucanos é que os primeiros defendiam até a medula todos os interesses políticos e econômicos do nosso estado, enquanto o PSDB nos submete à dominação dos interesses do governo federal em primeiro lugar, acima das necessidades Paulistas. Somos, na prática, uma colônia ou um domínio do grande imperialismo interno brasileiro e sua política neocolonialista, que insiste em manter São Paulo preso em um laço bem curto, para evitar a vocação secessionista dos Paulistas.

Luciano Huck, finalmente fora do páreo

A comparação que alguns fazem entre a situação da eleição de 1989 com a de 2018 não tem, ao meu juízo, razão de ser feita. Pelo menos não no que consiste à postulação de animadores de auditório ao cargo de presidente. 29 anos atrás, quando Silvio Santos se animou para concorrer, instigado pelo PFL (hoje, Democratas, que, curiosamente, foi, junto com o PPS, um dos partidos principais a instigar a candidatura Huck) e chegou a lançar sua campanha, pela nanica legenda de aluguel, o PMB (Partido Municipalista Brasileiro) a situação era distinta, por que o ânimo da população com a disputa era maior, dado o rescaldo da recém findada ditadura militar e por ser a primeira eleição após mais de vinte anos de eleições indiretas e escolhas palacianas. Hoje, a população está inerte, cansada dos políticos e de eleições. Silvio Santos não tinha uma mesma consciência ideológica, como Huck desenvolveu. Sim, Luciano Huck não seria apenas o candidato da mídia, um simples fantoche, mas esperava ser um real agente de transformação política, dentro dos moldes do que ele pensa, ou seja, mais do mesmo projeto liberal-social e social-democrata progressista, que o consórcio PT-PSDB já promove há mais de duas décadas no país.



Silvio Santos não tinha essa clareza ideológica. Tinha mais apelo e mais carisma do que Luciano Huck. O que os iguala é o fato de ambos serem figuras midiáticas e de serem ricos judeus. Além disso, não encontro mais semelhanças. A penetração da figura de Silvio, no fim dos anos 80 era muito maior do que é a de Huck. Silvio, com seu programa aos domingos, à noite, batia, na época, sempre a Globo. O programa de Huck, sábado à tarde, não alcança 20 pontos no Ibope. A afeição das pessoas com Silvio também sempre foi maior do que a que Huck tem.

Huck é um liberal progressista, no sentido americano da expressão. Está mais para Oprah Winfrey, que dá indícios de que pode querer disputar a presidência dos Estados Unidos, do que para Emanuel Macron ou Maurício Macri e Sebastian Piñera. Silvio Santos não era nada, ideologicamente dizendo. Seu espelho, em 89 o recém eleito Carlos Menen.

Esperamos um pouco de racionalidade nessa disputa de 2018 e a presença de um elemento alienígena, de fora do mundo da política, é desnecessária. Com isso e com a ausência de Joaquim Barbosa da disputa (por enquanto) penso que Marina Silva sai fortalecida como o nome principal do campo político progressista. 

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018

Casa do Pai

A cada dia em que passo em casa, podendo ir à igreja e não indo, acabo me sentindo vazio, devedor.

Estando na igreja não me sinto no tribunal, mas em casa. A casa do Pai é lugar de amor. De juízo e correção, mas esse é o juízo que vem de um juiz que ama aquele que julga, diferente do magistrado terreno.

Ter essa alegria de estar sempre na casa de Deus é um dom, um privilégio imerecido. 

Quem foi Thomas Merton?

Quando trabalhei na biblioteca do Colégio das Filhas de São Camilo, Padre Luiz Tezza, eu li algumas orações de Thomas Merton. Merece ser lido.


Minha decepção com Olavo de Carvalho

Se um dia esse meu relato chegar aos olhos e ouvidos do jornalista e filósofo Olavo de Carvalho, acredito que a reação dele será, como foi com vários outros que, em algum momento, resolveram peitá-lo, tirar uma farinha com o velho: ser qualificado como alguém sem preparo, sem formação, incapaz de compreender o que ele diz e por fim um filho da puta, com direito a receber algum apelido jocoso, baseado no seu nome (qual viria a ser o meu apelido?).

Olavo já está na história intelectual do Brasil. Ele é o responsável por dar força ao movimento de resistência ao pensamento de esquerda neste país e por tirá-lo da fossa, desde a década de 1990. 

Responsável maior ainda por popularizar o conceito de conservadorismo no nosso meio e por diferenciá-lo, finalmente, do liberalismo. Ao colocar uma ênfase especial sobre o papel da religião na sociedade ele realocou a direita no eixo moral, retirando o debate do campo material-econômico, que a esquerda domina e, por isso mesmo, acabou arrastando os liberais para este espaço, onde perdem, não por não terem razão, mas por não terem armas distintas das dos socialistas para poder enfrentá-los. No Brasil, colocar os problemas morais como centrais no debate político, é obra de Olavo de Carvalho. 

Nossa matriz religiosa é cristã. Originalmente católica, nossa sociedade está passando por transformações importantes e irreversíveis, onde, a cada dia, o protestantismo, sobretudo o carismático e pentecostal vem ocupando um vácuo deixado pela corrupção moral e de atitudes da maior parte dos setores da Igreja Católica.

O protestantismo no Brasil poderá vir a desempenhar um papel de reordenador da sociedade, mudando valores e sentimentos de nossa sociedade, revalorizando a ética do trabalho, da responsabilidade individual, da solidariedade entre irmãos, do espírito comunitário e gregário. O catolicismo brasileiro, por ser sincrético desde que por aqui chegou, quando os jesuítas começaram a adaptar o catecismo para ensiná-lo aos índios, foi o principal responsável por não termos nesta terra valores morais mais saudáveis. A decadência da ICAR no Brasil é inegável e Olavo não nega isso.

Contudo, a atitude do pensador e de seus alunos, convertidos em discípulos que espalham pela internet a sua palavra, é de total repulsa ao protestantismo, de difamação dos reformadores, como Lutero e Calvino e a pregação de um desrespeito e hostilidade para com os protestantes. 

Nunca esperei que ele, como católico, fosse abandonar as suas convicções religiosas, mas que, como intelectual público, agisse como C.S. Lewis, procurando o mínimo de comum que há nas tradições eclesiásticas cristãs, afinal, nosso inimigo é comum: o mundo moderno, o ateísmo, o socialismo, o humanismo, enfim, o Diabo.

Ao atacar o protestantismo e aprofundando a enorme divisão já existente entre evangélicos e católicos, Olavo faz o serviço do inimigo. Por essa atitude impróprio com relação à religião é que eu deixei de acompanhar o que ele publica em sites e em redes sociais. Isso não impede que livros como A Nova Era ou o Futuro do Pensamento Brasileiro não devam ser lidos. Devem! É preciso ler e DEBATER o que ele defende e propõe. Não importa se a reação dele será a mais grosseira possível. Um ser humano pode ser mal educado e mesmo assim falar coisas sensatas. Os homens sempre falam coisas sensatas num momento e mares de boçalidades em outro. Temos que separar o joio do trigo, mesmo que isso cause reações destemperadas.

terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

Viva a Rodésia!

Here's the story of RhodesiaA land both fair and greatOn eleventh of NovemberAn independent stateThis was much against the wishesOf certain governmentsWhose leaders tried to break us downTo make us all repent
[Chorus]But we're all RhodesiansAnd we'll fight through thick and thinWe'll keep our land a free landStop the enemy coming inWe'll keep them north of the Zambezi'Til that river's running dryThis mighty land will prosperFor Rhodesians never die
They can send their men to murderAnd they can shout their words of hateBut the cost of keeping this land freeCan never be too greatFor our men and boys are fightingFor the things that they hold dearThat this land and all its peopleWill never disappear
We'll preserve this little nationFor our children's children tooFor once you're a RhodesianNo other land will doWe will stand tall in the sunshineWith the truth upon our sideAnd if we have to go aloneWe'll go alone with pride


Minha ideologia

Um sonho é viver numa chácara longe do barulho da cidade. Longe das pessoas. Casas grandes, mas modestas. Família grande, mas sem exagero. Armas. Educação familiar. Ir à cidade para dar aula. Voltar e ir a igreja. Sem TV. Sem pessoas. Lá fora os campos, milharal, canavial, trigal, centeio, cevada, uva. Caminhonete. Sem exageros. Em torno só o espaço vazio. A morte e o desaparecimento. Passar e ser esquecido. Ser apenas uma pedra com um nome e duas datas, no meio do espaço vazio.


segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

Arqueofilia, o amor ao passado

Boa parte, de uns tempos para cá, eu passo boa parte do tempo no YouTube assistindo a entrevistas do programa do Jô Soares. Preferencialmente aquelas mais antigas, dos anos 1990 ainda no SBT.

Aquele cenário com a cidade ao fundo me é nostálgico. Minha memória está muito associada aos fins da noite, quando poucas vezes, quando criança assistia ao programa de entrevista do velho gordo. Poucas vezes por algumas razões, primeiro por que era exibido nas altas horas da noite, já adentrando a madrugada. Segundo, por que minha mãe, que é quem controlava a TV não simpatizava com o programa do Jô. Achava-o exibido. 

Mas aquele papo moderno, cosmopolita, que imitava o que se passava nos filmes e seriados americanos, me era muito atraente. 

Essas lembranças compõem o nosso imaginário, nossa memória visual e afetiva e auxiliam na construção de nossa própria personalidade. Penoso me seria perder a memória. Não saber quem se é seria a própria morte, a perda de toda a identidade e o completo deslocamento da existência material própria.

Por essas e por outras é que tenha tão acentuada tendência ao conservadorismo. É uma tentativa desesperada de poder parar o passar do tempo. É não querer, em pequena parte, encarar desafios desconhecidos, mas, sobretudo, do amor ao passado, o espírito de arqueofilia, que nos empurra para o passado, por que não podemos deixar de ser quem somos. No fundo, é a sobrevalorização do próprio ser.

domingo, 11 de fevereiro de 2018

Considerações eleitorais sobre a disputa de 2018

Ano passado, neste blog, fiz alguns apontamentos sobre a disputa eleitoral que ocorrerá neste ano de 2018. As linhas ali traçadas apontam para um caminho que, passados alguns meses, tem se mostrado corretos.

A condenação de Lula na segunda instância poderá tirá-lo da disputa. É incrível como uma questão como essa ainda esteja em aberto! O sujeito já está condenado por tribunal superior em um dos vários processos em que responde e ainda discutimos (infelizmente, por que é uma hipótese muito viável) se um delinquente condenado pode ou não disputar a presidência da República. Aliás, se poderia disputá-la de dentro da cadeia. E se ele ganha e seus votos são impugnados depois da eleição pelo TSE? Isso ocasionaria uma tensão social enorme e aprofundaria a desconfiança de setores da população nas instituições. É um desgaste desnecessário e se a Justiça tiver um pouco de juízo ela trabalhará para evitar isso, colocando Lula no xadrez e o impedindo definitivamente de participar da disputa e forçando o PT a se renovar, lançando Jacques Wagner ou Fernando Haddad na disputa, encerrando qualquer chance de existir um terceiro governo Lula.

Já iniciamos, então, o comentário seguinte, sobre a situação do PT e das esquerdas no país.

Lula é, historicamente, o maior líder das esquerdas nacionais. Maior não por sua consistência ou firmeza ideológica (simplesmente porque estás não existem nele) mas por que foi o único a conseguir chegar ao poder e a dominá-lo (Dilma Rousseff é uma extensão do Lula que quis se afastar do padrinho e se deu mal). A esquerda já vem discutindo e articulando maneiras de poder superar o lulismo, por mais que setores fortes dentro do PT, claro, e não tão surpreendentemente dentro de outras legendas se neguem a isso. A memória positiva do período do segundo mandato do líder sindical à frente da presidência da República é ainda muito forte, mas muitos não entendem que a bonança daquele período pouco se deve à Lula, mas sim à conjuntura econômica internacional da época.

Manuela D'Ávila, do PC do B colocou seu nome para a disputa. Não deve se sustentar. Penso que ela é candidata à vice e, colocando seu nome no show das pré-campanhas, tenta justamente é se cacifar para compor chapa com outro candidato mais competitivo. Joaquim Barbosa, pelo PSB, não é uma hipótese que possa ser descartada, embora informações nos apontem que é soberbo ex-ministro do STF só sai se os socialistas estiverem totalmente unidos em torno de sua campanha, coisa que, dificilmente, deve acontecer, já que a legenda é rachada entre aqueles que esperam poder apoiar Lula ou quem ele indicar, os que querem apoiar Alckimin, os que querem Barbosa e aqueles que apoiam uma candidatura da casa, como Beto Albuquerque (ex-vice da Marina Silva em 2014) e Aldo Rebelo. Há ainda os que pensam e defendem que o PSB não lance e não apoie ninguém para presidente. 

Ciro Gomes, creio, é aquele que tem o maior potencial na esquerda para poder chegar ao poder. O fato de ser um coronel nordestino e conhecer bem os gostos eleitorais daquele público tende a fortalece-lo, na ausência do sapo de Garanhuns. O PDT, em 2016, cresceu eleitoralmente, em grande parte ocupando o vácuo deixado pelo desgaste do PT. Sozinho, o partido teria não muito tempo de TV, mas Ciro é um velho político, que entende bem da arte do "comício e do cochicho", como diziam as raposas do antigo PSD mineiro. Pode levar para sua chapa outros partidos médios, como o próprio PC do B, talvez PHS, PROS e AVANTE.

Marina Silva é outra que se fortalece com a possível saída de Lula da disputa. Ela é a candidata mais insossa dessa disputa e isso não é novidade. Disputando a presidência pela terceira vez (e pelo terceiro partido), Marina hoje já não tem o mesmo fôlego de campanhas anteriores, mas, ainda sim tem um recall muito forte na cabeça do eleitor. Não deve ter muito tempo de TV na campanha e pouca possibilidade de ampliação desse tempo.

O PSOL tende a lançar o líder provocador e agitador social Guilherme Boulos. Ele é a apontado como o novo Lula do futuro! Chefe do MTST, Movimento dos Trabalhadores sem Teto,vem ganhando algum espaço na mídia, sobretudo em jornais como a Folha de SP e na Globonews. Se ele não decidir por sua candidatura, o PSOL que é uma das legendas que mais ganha com o declínio do PT irá decidir em convenção o seu futuro. Hoje, além de Boulos, a legenda de extrema esquerda tem como postulantes ao cargo de presidente os professores Nildo Ouriques, Plínio de Arruda Sampaio Júnior e a liderança indigenista Sônia Guajajara. 

O Centro está desbarato. Não sabe que caminho tomar, embora esteja consciente de que essa eleição tem tudo para ser vencida por um candidato com o perfil centrista.

Geraldo Alckmin, do PSDB, não tem arrancado nenhum suspiro, ao contrário, tem chamado a atenção as sérias dificuldades que vem tendo para poder subir nas pesquisas. Não chega aos dois dígitos nem por reza. Isso já aumentou e muito os ânimos de partidos que em eleições passadas nem sonhariam em lançar candidatos, já que a posição de apoio à candidatos do PSDB ou do PT lhe eram muito cômodas. Falo aqui sobre as pré-candidaturas possíveis de Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados pelo renascido DEM (ex-PFL), do Ministro da Fazenda Henrique Meirelles, do PSD e do próprio presidente Michel Temer, pelo PMDB.

Francamente, penso que é impossível iniciarmos o ano de 2019 sendo governados por Temer, Maia ou Meirelles. Essa divisão no Centro e a inexistência de uma candidatura nesse campo que consiga obter fôlego eleitoral, pode acabar dando o segundo turno para Jair Bolsonaro e alguém da esquerda, como Ciro ou Marina. Mesmo assim, se for apontar para um centrista, todas as fichas deveriam ser colocadas em Geraldo Alckmin.

Essa inexistência de um forte nome pelo centro tem trazido, novamente, à tona o nome de Luciano Huck. Essa semana muito se falou sobre o seu nome. Fernando Henrique Cardoso parece ser a figura mais entusiasmada com a possibilidade do animador sair candidato. Huck, por mais que não seja candidato à presidente, não deixará de se fazer presente nesta eleição, por meio do dinheiro que será investido por ele e outros ricassos progressistas em campanhas de deputados ligados aos grupos Renova BR e Agora.

A ausência de um nome forte pelo centro chegou ao extremo de trazer de volta ao centro das atenções o ex-presidente Fernando Collor de Melo, que lançou a sua pré-candidatura pelo PTC, justamente com o mote de candidato centrista. O que Collor realmente quer é uma icógnita. É carta fora do baralho, mas pode deixar a disputa do primeiro turno ainda mais acentuada e embaralhada, favorecendo a ida para o segundo turno de candidatos com baixa votação individual.

Me parece que há apenas hoje um nome que se consolida como pré-candidato sólido e com um pé no segundo turno: Jair Bolsonaro. O ex-capitão do exército tem inúmeros defeitos, que vem sendo, sistematicamente e exaustivamente explorados pela imprensa, mas, mesmo assim, não desaba nas pesquisas. A força dele na internet é assustadora e supera a de qualquer outro candidato. Seu partido futuro, o PSL, é nanico e com poucos segundos de TV. Deverá fazer uma boa bancada de deputados, puxados pela associação ao nome de Bolsonaro. Se ele vai conseguir manter o fôlego para firmar sua candidatura e chegar ao segundo turno não sabemos e eu não apostaria nada.

Infelizmente, diante de um quadro tão horrendo quanto este, fico mais uma vez emputecido com a passividade da população, que assiste a tudo bovinamente. Não que eu esperasse uma revolução ou coisa do gênero, mas esse desprezo das pessoas pela política não é um desprezo total, indiferente. Esses mesmos que estão com ar blasé a desprezar todos os ladrões, por que todos se equivalem, no dia eleição irão lá votar naquele nome que estiver em primeiro lugar nas pesquisas ou no candidato que a grande imprensa ungir como seu. É uma falsa indiferença. Se essa se mostrasse como abstenções, nulos e brancos, ai sim teríamos uma grande vitória eleitoral.


Hitler e Lênin

Foto de Hitler e Vladimir Lênin jogando xadrez.



Qual terá sido a razão desse encontro, além do jogo?

quinta-feira, 1 de fevereiro de 2018

A Conspiração Aberta, H G Wells

Tempos atrás eu li "A Máquina do Tempo". Achei uma obra fundamental para entender o tipo de patologia social que os maníacos por poder tem (H G Wells é profeta desse movimento de dominação mundial e governo global).

A obra dele, de ficção, é bem escrita e bem traduzida.

Estou lendo, com muito custo, "A Conspiração Aberta", traduzido pelo Flávio Quintela, da Vide Editorial. Não pesquisei, mas a leitura é horrível. Impossível desenvolver fluidez aqui.

A obra realmente traz diagramas de uma nova ordem mundial que ele relatou, como um panfleto da Sociedade Fabiana, da qual era membro.


Os rumores silenciosos

Entre aqueles que são envolvidos no meio eleitoral, seja trabalhando para partidos políticos ou candidatos, seja o pessoal dos institutos de...