domingo, 23 de abril de 2017

A fé socialista e a decadência moderna

Estou muito impressionado com o livro Uma Nova Idade Média, do russo Nikolai Berdiaev.

A sua capacidade descritiva dos problemas mais profundos da sociedade ocidental moderna é impressionante. A atribuição dos males do mundo contemporâneo à degeneração do espírito renascentista para o humanismo é certeira. O liberalismo e o socialismo são dois fenômenos que somente podem existir por esse passado que se inicia no renascimento, passa pela reforma, pelo iluminismo e decaí para o humanismo, onde, na raiz disto tudo, se encontra a revolta do homem contra Deus, querendo aí eliminar a verdade divina da vida humana, em particular da esfera pública. Quando se elimina Deus da história alguém vai assumir o papel de protagonista e claro é que será o homem. 

Ele aponta também o problema do liberalismo e mostra por que o socialismo triunfa sobre esta primeira posição ideológica.

Os liberais vão ver no homem um átomo, completamente desligado dos demais átomos, sem guardar com eles nenhuma relação, colocando como verdade única o direito do indivíduo a escolher, dentro do processo democrático. Ausente de verdade há total ausência de valor, logo, concluo, a democracia burguesa é, por excelência, a democracia do ateísmo, pois exclui Aquele que é a essência de todos os positivos valores.

O socialismo, contudo, constrói uma espécie de confissão, onde os elementos presentes em sua narrativa ocupam papéis que outrora se encontravam no judaísmo e no cristianismo. Israel não mais é a nação eleita, que agora é o proletariado. Deus não é mais Deus, mas a História. O paraíso, tal como para os Testemunhas de Jeová, se dará aqui na Terra, quando o povo eleito estiver preparado para tal. O socialismo, por não ser democrático, constitui uma fé, baseada em uma verdade, logo, mais forte e resistente aos tropeços do que a democracia, em última instância. Os socialistas viram que para ter o poder este precisava ter como fonte uma autoridade superior, um deus, que desse legitimação ao exercício do poder pelo partido.

Digo que a liberdade do povo deveria ser limitada, pois é essa liberdade completamente ausente de verdades que dá ao indivíduo atomizado a autonomia para negar tudo o que é bom, tudo o que é reto, tudo o que é justo e tudo o que vem do bom senso. A democracia conduz ao socialismo e o socialismo é a negação da próprio regime democrático.

Também destaco outra ideia, que ao analisar a revolução, enquanto fenômeno tipicamente moderno, Berdiaev nos diz e alenta, que aquilo que se perde com o fervor da ação revolucionária é apenas a espuma das estruturas, o que não é eterno, mas aquilo que é efêmero. Tudo o de perene que possa ter sido perdido, pode, também, ser recuperado, pois é uma verdade e, como tal, mesmo que negada não pode ser destruída.

Há, portanto, um clamor para que um retorno de Deus ao Estado aconteça. A saída para a decadência generalizada do mundo é substituir o paganismo instaurado na modernidade pela autêntica fé Cristã, enxergando no modelo de fins da Antiguidade (decadência da Roma pagã) e início da Idade Média (época Cristã regeneradora do espírito do homem dentro da linha do tempo da história - não falo aqui da regeneração da Graça que cai individualmente sobre cada eleito) um caminho para fazer com que o Ocidente confesse seus pecados, arrependa-se de seus erros e volte a estar abrigado, em uma comunhão orgânica, sobre o poder regenerador do Todo Poderoso.

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domingo, 16 de abril de 2017

Mais um passo para o fim do mundo: o retorno do Império Turco Otomano

No último texto que apresentei neste blog falei a respeito da Guerra da Síria e de quem são os interessados reais em ver esse país sumir do mapa.

Eu já havia mostrado que a Turquia é um agente que tem o seu verdadeiro papel nesse conflito e no Oriente Médio minimizado. Fala-se sempre em um primeiro momento da disputa entre Estados Unidos e Rússia na região e, logo após, de Irã e de Israel, também inimigos, tendo os persas o auxílio russo e os judeus a ajuda norte-americana.

Mas e a Turquia, aquele país que foi por décadas a única democracia islâmica verdadeira? Quais as suas ambições?

Voltemos cem anos no tempo. Com o fim da Primeira Guerra Mundial, em 1918, os velhos impérios tiveram sua crise final: Império Alemão virou a República de Weimar, o Império Russo virou União Soviética (em 1922), o Império Austro-Húngaro se dividiu e o Império Turco Otomano virou a Turquia e perdeu outros territórios que estavam sobre o seu controle.

Os turcos foram os grandes inimigos da Europa cristã durante muito tempo, mas, na altura da Primeira Guerra Mundial, os velhos rancores foram esquecidos por parte de alemães e austro-húngaros que agora estavão unidos na Aliança para vencer a Entente nesse conflito. Turcos, Alemães e Austro-Húngaros tinham dois inimigos preferenciais do outro lado: A Rússia e a Inglaterra.

Turquia e Rússia são dois estados historicamente beligerantes. A tradição ortodoxa russa narra que o país dos czares é o herdeiro legítimo da tradição do Império Bizantino e que, em um dia no futuro da História, os moscovitas irão partir em uma Cruzada para reconquistar Bizâncio e depois Jerusalém. Pode se pensar que isso é apenas um vestígio de um pensamento medieval, mas não podemos e nem devemos diminuir a influência que a Igreja Ortodoxa tem sobre a mentalidade de Vladimir Putin.

Notícia fresca deste domingo aponta que Recep Tayyp Erdogan venceu o plebiscito onde a população turca foi consultada se queria abolir ou não o parlamentarismo. Com essa vitória, legalmente, ele poderá se manter no poder até 2029.

Erdogan é, como todo tirano sábio, um pragmático. Tem muita cautela em suas ações e sabe aproveitar o timing para impor as mudanças necessárias para aumentar o seu poder. Ao passo que mantém uma política econômica austera, defende uma ação geopolítica ativa e expansionista. O atual presidente turco é a encarnação daquilo que é chamado de neo-otomanismo, doutrina que defende um amplo protagonismo da Turquia em áreas que pertenceram no passado ao Império Turco Otomano, como o norte da África, Bálcãs e Cáucaso.

O sonho turco é reaver essa áreas, recriando o velho império Otomano, destruindo todo o secularismo e o republicanismo da República Turca, criada por Attaturk.

Na perspectiva turca, os estados que existem hoje na região como Líbano, Síria, Iraque, Jordânia devem deixar de existir e são os alvos preferenciais das investidas de Erdogan. Num segundo momento o Irã deverá também ser alvo do interesse turco.

Por que a Síria é tão importante para Moscou?

A Europa é dependente hoje do gás natural que os russos vendem. Há um interesse mútuo e a economia russa, sobretudo, é hoje dependente das vendas desse gás para o velho continente. Existem, contudo, alternativas sendo cogitadas para poder dar aos países europeus novos fornecedores dessa comodite tão importante e uma delas é trazer gás diretamente do Iraque, com um gasoduto passando pela Síria. Evidentemente a Rússia não apoia isso.

Assad é contra a passagem de gasoduto europeu-iraquiano pelo seu território e, enquanto estiver no poder, não há perspectiva de mudança nesse cenário, o que mantém a Europa quase como refém energética dos russos.

Erdogan

A Turquia tem uma perspectiva política europeia. Espera ganhar economicamente com o comércio de gás natural e pode dar a solução que a Europa quer, tirando a Síria e Assad do caminho. O que os turcos querem na verdade é agregar a quase totalidade do território sírio. Ganharia nisso a Europa e a Turquia, mas perdem a Rússia e Israel, que não pode tolerar uma ação expansionista de qualquer território na região (isso por que o movimento sionista tem o seu próprio projeto de expansão imperialista, o Eretz Israel).

Erdogan será um novo sultão? Isso a história brevemente confirmará ou desmentirá, mas que essea perspectiva narrada aponta para um futuro tenebroso é algo que não pode ser negado. Podemos é apenas torcer para que as forças de Assad e da Rússia consigam varrer o radicalismo islâmico e que a Síria possa se reconstruir e se fortalecer como estado nacional tampão, capaz de frear o expansionismo otomano e hebreu.

Verdade turca: quando você, democraticamente, remove a democracia do seu país.


quinta-feira, 13 de abril de 2017

Quem ganha com a Guerra da Síria?



Dois são os indicados ao prêmio de maiores interessados na completa aniquilação da Síria: a Turquia e Israel.

Breve panorama do Oriente Médio

Turquia

Quem governa a Turquia hoje é Recep Tayyp Erdogan. Erdogan vem tentando e obtendo êxito em destruir a obra e o legado de Mustafá Kemal Atatürk, líder maçon do país que no começo do século passado transformou o antigo império Otomano em uma democracia liberal, laica e pró Ocidente. Erdogan é contra tudo isso: é islamita, autoritário e não é pró Ocidente (também não é a favor da Rússia por que os russos são os maiores inimigos históricos dos turcos). 

A Turquia no ano passado viu um golpe de estado, dado pelos militares contra Erdogan ser frustrado, o que só concedeu mais poder e notoriedade para o líder político do Partido da Justiça e do Desenvolvimento. Hoje presidente, acumula amplos poderes. O exército que sempre foi o fiel da balança para guardar o legado institucional de Atatürk hoje está desmoralizado frente ao poder executivo.

O que quer Erdogan nada mais é do que é fazer reviver o antigo Império Turco Otomano, morto com o fim da I Guerra Mundial, em 1918. Seus domínios passam, em um primeiro momento, sobre a Síria, Líbano, Jordânia (território também alvo da cobiço sionista) e Iraque. Um Curdistão independente ou mesmo autônomo não está no radar dos novos otomanos.

Israel

Os judeus que mantém seu estado na região desde o fim da II Guerra Mundial sonham com o dia em que verão o Eretz Israel se cumprir, com domínios estendidos entre os rios Nilo e Eufrates, contemplando todo o chamado Crescente Fértil. É a meta final do movimento sionista do ponto de vista geográfico. Para que isso ocorra é necessário sumir com a Síria, Jordânia e Iraque do mapa. Desses países o Iraque já não é mais um problema e a Síria também está deixando de ser. Quando será a vez da Jordânia se render aos caprichos das tais revoluções coloridas que tem destruído as bases de governos laicos na região para entregar o poder aos radicais islâmicos de linha Wahhabita ou à Irmandade Muçulmana? Hoje a Jordânia é um dos países mais estáveis da região e é uma monarquia islâmica moderada e pró Ocidente.

Os hebreus não tem pressa nesse sentido. Movidos por uma franca convicção de seu papel especial na História, ainda hoje muito viva e divulgada por meio dos ramos ortodoxos do judaísmo, eles tem a certeza de venceram os conflitos finais pelo domínio daquela região, livrando-a das mãos de seus molestadores islâmicos e cristãos. É claro, reconstruir o Templo de Salomão está previsto também.

Rússia, Estados Unidos e Irã

Os russos tem na Síria de Assad o único aliado confiável na região e que lhes garante uma base no Mediterrâneo. Devemos lembrar que Putin é um nacionalista russo e fortemente influenciado pela cosmovisão da Igreja Ortodoxa, que sonha com o dia que retomará Constantinopla das mãos do turcos e, para que isso um dia ocorra, é necessário expandir a influência de Moscou na região e não perder importantes aliados, como é hoje a Síria. Portanto, interessa aos russos uma maior fragmentação geográfica do Oriente Médio.

Americanos são os defensores de Israel. A religião tem papel justificador importante nessa problemática. Importantes setores do protestantismo mundial são sionistas e creem que é dever dos Estados Unidos, como maior país evangélico, defender Israel diante de uma escatológica disputa dos fins dos tempos. Politicamente falando, os judeus são os maiores aliados americanos na região e recebem grande auxílio americano em verbas e tecnologia militar.

O Irã também é interessado direto nesse grande forfé que é a situação geográfica síria. Aliados de Moscou, eles também são inimigos históricos do Império Otomano. Religiosamente são o maior país xiita e veem com preocupação o avanço dos sunitas (e sobretudo do Wahhabismo) na região, o que certamente isolaria a antiga Pérsia ainda mais. Os iranianos ainda extremamente nacionalistas e orgulhosos de seu passado e história imperial, de quando dominavam toda a região, isso antes do nascimento de Cristo.

O fim dos dias

Diante do exposto há uma perigosa perspectiva e um palpite que não pode ser comprovado, a não ser com o tempo seguindo adiante.

Israel e Turquia conseguem cumprir suas metas e se tornam os dois grandes poderes geopolíticos da região. Israel demole a Mesquita de Al Aqsa, no monte em Jerusalém e começam a reconstruir o Templo. Uma nova super guerra na região eclode. É a batalha do vale de Megido, é o Armagedon que então ocorreria. Do lado hebreu estariam americanos e russos, unidos contra uma Turquia forte, com sua bandeira púrpura, anti cristã e anti judaica. É a parúsia.

É uma perspectiva, que dias mais, dia menos, a humanidade terá que enfrentar.

quarta-feira, 12 de abril de 2017

Um sindicalismo à direita

Época de crise, de transtornos políticos e institucionais no Brasil, é época de colocar reformas em pauta e é justamente isso que o presidente Michel Temer vem realizando em seu governo. Discorde-se de como as reformas tem sido realizadas, discorde-se do próprio teor do que tem sido discutido, mas ninguém pode negar que é mais do que necessário realizar uma modernização em vários campos que tem travado o desempenho econômico e institucional do pais.

Só governantes muito bem avaliados e com ampla base política ou então sem nenhuma pretensão em reeleger-se é que podem fazer as tais reformas que o país tanto necessita. Essa segunda situação é o caso do governo Temer.

A Reforma da Previdência que hoje é aquela que o governo federal mais luta para aprová-la, no meu entender, é uma reforma que vêm para sepultar o fim da vida de muita gente. Pessoas que irão se aposentar após os 70 anos, independente mesmo dos dados de estimativa de vida, estão mesmo condenadas a trabalhar até a morte, sem desfrutar um só dia do repouso. Descanso mesmo só no sono eterno dentro caixão. A verdadeira reforma da previdência, deveria, justamente, eliminar o INSS e acabar com o atual sistema, permitindo que as pessoas que quisessem se aposentar fizessem planos de previdência privada, mais customizados aos seus interesses e ao ritmo de suas vidas, mas para isso não falta coragem do governo, falta mesmo é conscientização e formação doutrinária e ideológica.

A outra Reforma que está sendo tocada pelo Parlamento nesse momento é a Reforma Trabalhista, que pode vir a melhorar as condições para a empregabilidade no país.

Só de ouvir alguém dizer que se deve mexer em pontos da atual legislação trabalhista vigente eis que muita gente salta da cadeira, com completa exasperação para gritar "não mexam nos meus direitos"!

Essa turma não tem na verdade é real noção da situação do país, onde, segundo os dados oficiais, em uma estimativa conservadora, temos 12 milhões de pessoas desempregadas. O que é melhor, trabalhar em condições não tão ideias, como aquelas que a legislação trabalhista brasileira presume ou ficar sem trabalhar?

Os sindicatos e ainda mais as centrais sindicais tem ficado com o cabelo em pé diante da perspectiva de mudanças na legislação trabalhista. O que mais tem mobilizado os sindicalistas é justamente uma proposta que deve ser apresentada pelo relator do projeto de Reforma Trabalhista, o deputado tucano (mas, curiosamente, liberal) Rogério Marinho, que prevê o fim do imposto sindical. 

Se vier a ser aprovada, tal medida será um grande avanço para eliminar este tumor que adoece o país e que vive de sugar a já combalida classe trabalhadora. 

O imposto sindical serve para manter as infraestruturas dos sindicatos e sobretudo  das centrais sindicais. Em teoria, tais organismos deveriam existir para amparar trabalhadores e defender os seus interesses coletivos frente ao patronato e ao estado, contudo, a realidade se encontra muito longe disso. No Brasil, assim como em toda a América Latina, o sindicalismo é uma atividade político-partidária e não laboral. As principais lideranças sindicais do país: Lula, José Genoíno, Gushiken, Medeiros, Paulinho da Força e outros são há muito e muito tempo agitadores e lideranças políticas e não trabalhadores que defendem o interesse de sua categoria.

O fim do imposto sindical vai fazer minguar o dinheiro que hoje sustenta essa máquina de auxílio político da esquerda, que manipula trabalhadores incautos para o seus interesses ideológicos. 

O sindicato não é moralmente ruim, ao contrário, a sua existência se faz necessária, ainda mais em um país de mentalidade tão diabólica como é o Brasil, onde valores como a solidariedade e a verdadeira fraternidade não existem. Nós não tivemos uma base religiosa consistente que nos fornecesse isso. Se um patrão puder explorar, até a última gota de suor do seu empregado, ele vai fazer. De igual maneira, se o funcionário puder procrastinar o dia todo, também assim fará. Levar vantagem em tudo é a razão de vida de qualquer brasileiro.

Portanto, é necessário que exista uma organização que realmente venha defender o ponto de vista classista (assim como também acho extremamente válido que existam associações patronais que defendam os seus ganhos) e que não faça política ou exista para servir de apêndice para os fins ideológicos subversivos e revolucionários, como hoje é a realidade desse campo no país.

Com o fim da contribuição sindical, os sindicatos terão que correr atrás do prejuízo e tirar a ferrugem de suas engrenagens, para voltar a ser um serviço de defesa do trabalhador. Vai ser ótimo ver uma modernização no discurso sindical, nas estruturas dos sindicatos e das centrais, que tentarão atrair mais o trabalhador para que ele tenha uma efetiva participação e veja o seu interesse ser verdadeiramente defendido. Isso vai tirar o sindicalismo das mãos da esquerda, em último caso e, no primeiro momento, abrir espaço para que novas correntes de trabalhadores livres se organizem para defenderem suas causas, sem que assim sejam massa de manobra dos partidos socialistas, como PT, PC do B, PSTU, PSOL e PCO.

terça-feira, 11 de abril de 2017

A verdade sobre os que abandonam o Evangelho em favor do Catolicismo

Como uma pessoa que foi criada dentro do Protestantismo, acostumado a renegar o uso de ícones de imagens de escultura, a partir do momento em que supostamente se converte ao Catolicismo, se comporta diante da realidade inegavelmente idólatra desta denominação Cristã? Ignorará aquilo que toda vida creu, e não somente creu com as forças da fé mas compreendeu com a sua razão? 

É isso o que ocorre com aqueles Protestantes que se bandeiam para os lados do Catolicismo. Admitem, como não podem negar, a autoridade da Bíblia Sagrada, admitem que a idolatria é grave pecado, mas por força (ou fraqueza) passam a ignorar, fazer de conta de que as imagens de santos não lhe dizem respeito. Não enfrentam esse mal. Não se trata de uma discordância doutrinária ou teológica. Os católicos sinceros e honestos sabem que sua religião é, popularmente, idólatra, mas fazem vistas grossas a este fato em nome de suas doutrinas, de sua tradição e do papado. Não abrem a boca contra esse mal, por que atentar verbalmente contra qualquer dogma da Igreja é motivo para excomunhão, como se qualquer instituição humana tivesse o poder de condenar alguém ao inferno ou mandar alguém para o céu. Isso cabe a Divina Soberania de Deus e à Sua Permissão.

Não querem e não podem admitir os seus erros práticos e doutrinários por que uma tradição diz que apontar os erros do Papa e da Igreja é pecado grave. Se a Igreja disser ao fiel que 2 + 2 são 5 deverá ele acreditar sem questionar, mesmo que isso fira claramente as Sagradas Escrituras. O Protestante neo converso sabe que isso é ilógico, mas ignora para poder se adaptar à sua nova realidade comunitária e mesmo ideológica.

Protestantes que deixam suas denominação ingressam no Catolicismo ou nas igrejas Ortodoxas em busca de tradições de homens, belas, inquestionavelmente, do ponto de vista estético, mas mortas, pois não refletem a imagem de Cristo. A púrpura e o ouro das catedrais, as vestes longas são sinais de uma beleza existente, mas cujo conteúdo interno é muito divergente, sendo composto de pura devassidão e imoralidade, pois, conhecedores da Verdade e da Palavra de Deus, abrem mão para se apegarem aos hábitos, costumes, tradições e vaidades das instituições humanas. A Igreja de Cristo, por ele fundada, é a comunidade invisível de todos os Seus Eleitos, não um prédio, uma instituição humana com regras anti-bíblicas e nem com tradições. Quem deixa o Evangelho por isso não tem o perfil nem as marcas externas de um verdadeiro filho de Deus, mas eis que, o pródigo filho pode ao Seu Pai voltar.

A Lava Jato não conseguirá mudar o Brasil

Quem estuda a História do Brasil sabe que todo o tipo de mudança já foi aplicada na política desse país: monarquia e república, república velha, nova e novíssima, ditadura civil e militar, sociólogo e operário. Todas as alternativas um dia aqui já foram um dia aplicadas e se mostram um completo e irrestrito fracasso.

O PT tem em sua história três grandes escândalos: o primeiro a morte de Celso Daniel, ocorrida em circunstâncias ainda não esclarecidas, passadas quase duas décadas; na sequência temos o Mensalão e, por fim, o Petrolão. São esses dois últimos que cabe aqui fazer uma interpretação mais específica.

Em comum tanto no Mensalão quanto no Petrolão está  figura do papel que o poder judiciário vem desempenhar nesses dois escândalos. Joaquim Barbosa foi o primeiro a encarar o personagem de vingador negro a defender a ética, contra um sistema corrupto, quase como Batman em Gotham, ao enfrentar seus adversários. Hoje, com a Lava Jato, quem é o Harvey Dent do Brasil é o paranaense Sérgio Moro.

O povo, incitado pela mídia e pelas redes sociais, passa a acreditar nesses indivíduos, como sendo portadores de toda a luz e toda a verdade. Enxergam na República de Curitiba uma esperança de que esse país venha finalmente deixar de ser o eterno país do futuro, de um futuro que nunca chega. O povo precisa desses heróis que representem a luta eterna dos bons contra os maus, daquele que não só represente isso, mas que na prática sejam eles mesmos, a própria encarnação da ética e do bem.

É lamentável, mas a verdade histórica mostra que esse comportamento é enganoso. O indivíduo cria expectativas patrióticas com a esperança de que um, finalmente, esse país possa um dia deixar esse seu lodaçal no qual chafurda desde sempre. 

Não há ou haverá juiz, promotor, político, padre ou pastor, ser humano qualquer capaz de fazer com que esse país possa realmente andar para a frente, deixar para trás esse mar de pecados que condenam esse país à perdição. Haveria que mudar o próprio povo, coisa que não é possível, logo, como uma sina, esse país caminha para sucumbir e ser esquecido pela história.

quinta-feira, 6 de abril de 2017

Bolsonaro e seus limites

Conforme as eleições de 2018 vão ficando a cada dia mais perto, mais a imprensa tem se interessado em ouvir, de maneira séria, o deputado Jair Bolsonaro. Ocupando hoje na maior parte das pesquisas o segundo lugar, sempre atrás de Lula, Bolsonaro se consolida como um pré candidato sério, pelo menos sério na pretensão em disputar a presidência.

Vamos deixar as coisas mais claras: Bolsonaro é um sujeito de visão política muito limitada. De formação nacional desenvolvimentista (que é parte da formação de todo oficial militar brasileiro) ele flertou, todavia, com o liberalismo econômico. A alma de Bolsonaro não é liberal, é nacionalista. Ele buscou uma aproximação com o lobby pró Israel e o que vem recebendo? Hostilidades da maior parte da comunidade judaica, sempre ressabiada com políticos extremamente autênticos.

Bolsonaro, embora pré candidato a presidência ano que vem, ainda sequer tem um partido definido para disputar: aventam-se muitas hipóteses, desde o PR, de Valdemar Costa Neto, passando pelo PRB da Igreja Universal, além de Muda Brasil (partido em formação, criado também por Valdemar, que não agregaria tempo de TV nem fundo partidário para a campanha de 2018) e o PTN (que está mudando de nome para Podemos e é dominado pela família Abreu, dona de vários meios de comunicação, como rádios e tvs em São Paulo).

Se fosse um pouco mais "ligeiro" politicamente falando, Bolsonaro há muito já controlaria um partido, mas lhe faltou visão para isso. Tudo com ele parece ser sempre muito amador, feito de improviso, em cima da hora, de qualquer jeito, mesmo que seja certo ou venha dar certo é um risco que ele corre, de jogar fora a única oportunidade real que ele terá para ocupar a presidência. Se ele não levar este posto em 2018 não o levará em outra disputa, isso é um claro prognóstico. Caberia ai então preparar o filho Eduardo Bolsonaro para ocupar o lugar do pai, tal como a Frente Nacional da França fez com Jean Marie Le Pen e com Marine Le Pen.


quarta-feira, 5 de abril de 2017

Elton John cale a boca !

Em entrevista a revista norte-americana Parade, o música britânico Elton John, 62 anos, disse acreditar que Jesus era gay. "Acho que Jesus tinha muita compaixão, era um homem gay superinteligente que entendeu os problemas da humanidade".

Por Redação Yahoo! Brasil

"Jesus queria que nós amássemos e perdoássemos. Eu não sei o que faz as pessoas serem tão cruéis. Tente ser uma lésbica no Oriente Médio - é melhor estar morto", completou.

Na entrevista, Sir Elton John também contou como conheceu seu companheiro, David Furnish, 47 anos. "Senti-me atraído por David imediatamente. Ele estava muito bem vestido, era muito tímido. Na noite seguinte, nós jantamos. Depois disso, nos apaixonamos muito rápido", contou.


Elton John não foi a primeira estrela do mundo da música a proferir considerações não muito cristãs. Há 44 anos, John Lennon declarou que os Beatles eram mais populares que Jesus. No começo da década de 90, Madonna também causou polêmica ao beijar um santo no videoclipe da música "Like a Prayer"



OPINIÃO

O que tem haver ser lésbica no médio Oriente, ser gay ou ainda a maldade humana com os mandamentos caridosos de Cristo Jesus serem gaysistas ?  Não li a reportagem diretamente na revista para poder analisar melhor a declaração de Elton, porque me parece muito infundada essas ideias que ele relaciona. Não sei se a turma do Yahoo se enganou na análise ou na tradução

É triste ver como a deturpação na cabeça de uma pessoa acaba sendo tão alta. Uma afirmação totalmente infundada e infeliz do "sir" Elton John, que com sua extraodinária voz deveria usá-la somente para cantar - o que faz muito bem - e deixar os comentários sobre religião para o seu íntimo.


Partidos

Esta postagem foi pensada inicialmente para tratar somente do tal PSD - Partido Social Democrático, que o atual prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab está montando, e que deve estar plenamente legalizado em pouco mais de dois meses, segundo o que notícia a imprensa, mas, resolvi espichar um pouco a abordagem.

Montar um partido no Brasil é uma tarefa muito dificil. Ouve-se por toda a parte políticos das agremiações mais diversas entre si, falando àqueles que tem ouvidos, que no Brasil os partidos são fracos, "fisiológicos", sem ideologia ou conteúdo programático claro, o que para mim é bastante inverídico. Vejamos.

Sugiro ao leitor que leia, por exemplo, os pontos doutrinários de alguns partidos brasileiros, pegue PRP, PSL, PRB, PTN, PR, PRTB, PHS, entre outros. É evidente que estes partidos defendem ideais, alguns muito semelhantes, bastante populistas. Defendem mais emprego, mais educação, melhores salários, melhor saúde pública, soberania nacional, valorização da liberdade humana, etc, etc, etc. Tudo isso não passa de uma retórica oficial, cartorária, sem muito aprofundamento sistemático das ideias. Entretanto, mesmo que essas ideias sejam repetitivas no papel, isto não significa que partidos pequenos não tenham suas "ideologias", suas doutrinas, muito pelo contrário, eles tem e elas são bem claras. O problema reside no fato de que o papel no defende ninguém, nem nenhuma ideia, ele apenas as registra, quem defende são as pessoas, e são essas que andam se furtando de fazer o que mandam os princípios de seus partidos.

Um caso interessante é o do PP. O partido que era a Arena durante o período militar, foi PDS, PPR, PPB, e de volta a sigla PP hoje era um partido que contou com pessoas com o nível intelectual de Roberto Campos, defendia um liberalismo tupiniquim (ou seja, liberalismo/conservadorismo qualquer coisa, por maioria de votos) e hoje é base do governo do PT. Como explicar isso ? Puro problema em se firmar em ideias mais sólidas e amplas e então segue-se com o governo para onde este queira levar o país.

O que é o PMDB senão um balaio de gato (como este texto também o é) que tinha pessoas como Quércia e cretinos como Sérgio Cabral ? O PSD de Kassab é o PMDB do B, nada além. Já não bastava esse país ter um grande partido centrista, que segue conforme os ventos, era necessário outro

O neo conservadorismo tem aproximado seu discurso da heterodoxia econômica

Donald Trump no poder é a chegada, aos meios conservadores, do pensamento econômico heterodoxo, que sempre esteve associado à centro-esquerda, notadamente aos partidos trabalhistas e social-democratas europeus, fortemente inspirados pelo pensamento de John Maynard Keynes.

Trump, até onde sabemos, não é nenhum dogmático de economia, mas se mostra um admirador confesso da chamada Escola Americana de Economia, de Alexander Hamilton, John Quincy Adams e mesmo Abraham Lincoln. Escola Americana é desenvolvimentista, protecionista, nacionalista. No século XX o maior defensor dela é ninguém que o ultra heterodoxo (em todos os sentidos) Lyndon LaRouche.

Uma hierarquia é a partir daqui estabelecida: primeiro o interesse nacional. Esqueça a retórica que vinha dos anos 1980 até a pouco, do liberalismo de Ronald Reagan e Margareth Thatcher. Agora, a nação e a soberania nacional voltaram a estar a frente do livre mercado. É o crepúsculo do dito "neoliberalismo".

Quanto tempo levará para os conservadores brasileiros também abrirem mão de seu ultraliberalismo, em favor da nova moda, trumpiana, que no fundo é heterodoxa? Creio que há de demorar, sempre neste terra estamos na rabeira de toda a tendência política e ideológica.

Se bem que o ex-ministro Luiz Carlos Bresser-Pereira há mais de dez anos já falava em Globalismo e retorno a um nacionalismo econômico. Profético.

Os rumores silenciosos

Entre aqueles que são envolvidos no meio eleitoral, seja trabalhando para partidos políticos ou candidatos, seja o pessoal dos institutos de...