sábado, 4 de fevereiro de 2017

Resenha de A Corporação, de Nicholas Hagger



Como a história do século XX está rodeada de interesses secretos? 

Essa é a resposta que o inglês Nicholas Hagger tenta responder neste livro, que na verdade é uma continuação de sua outra obra, traduzida para o português, História Secreta do Mundo. 

É um trabalho de fôlego, amplamente referendado por fontes primárias e extensa bibliografia, onde o autor monta a tese de que a história do séculopassado foi inteiramente construída com base nos interesses de grupos (famílias) econômicos de grande poder, destacando-se Rockfeller e Rotschild. Essas duas famílias, em consórcio com outras de menor importância e que lhe são tributárias, somadas às elites politica do Ocidente, fizeram de tudo para destruir o estado nação e erigir em seu lugar os Estados Unidos do Mundo. O instrumento contemporâneo para a coordenação disso é o Clube Bilderberg e a ONU deverá ocupar no futuro o papel de centro do poder político universal. 

O livro terminou de ser escrito em 2004 antes de qualquer perspectiva realista de Donald Trump vir a ser presidente dos EUA, portanto, não leva em consideração a chegada ao poder de um elemento político aparentemente tão instável e, sobretudo, um nacionalista. 

O autor não é um crítico da ideia da nova ordem mundial em si, embora ele passe as quase 500 páginas denunciando isso, mas propõe uma outra nova ordem mundial, de caráter Cristão, em oposição ao projeto Rockfellerite/Rotschildite, de inspiração supostamente luciferiana. 

Discordo muito disso, pois um estado global, mesmo que Cristão, pacifista, jamais poderá se transformar na melhor opção, pois administrativamente ele é inviável. Só a descentralização e fragmentação dos estados não verdadeiramente nacionais em unidades menores, mais coesas étnico e culturalmente, com a consequente fragmentação do poder irá otimizar a democracia e melhorar o controle por parte da sociedade sobre seu governo. Um governo mundial é inviável por si só, independente de sua ideologia subjacente.

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