terça-feira, 22 de abril de 2025

Geração de frutas

 As mães nos ensinam desde que mal pronunciamos qualquer palavra o que elas consideram educado e o que não consideram. Não só do que podemos, grosso modo, chamar de educação, mas me refiro àquilo que melhor pode ser qualificado como etiqueta. Como ser cortês, como ser fino, como ter bons modos, como entrar e como sair e, um fator importante e negligenciado: como não arrumar confusão ou como se livrar delas.  Há aquelas que dizem aos filhos: se fulano mexer com você na rua ou na escola, revide, meta a porrada nele. E há aquelas que falam aos seus rebentos: não arrume confusão na rua, fuja, minta, diz que não foi com você, que você não tem nada a ver com aquilo, etc. Em suma, a minha geração cada vez mais é cheia de dedos, ou seja, cheia de bons modismos. É acostumada somente em fugir dos problemas e não em enfrentá-los. Eu mesmo sou expert em fugir de todos os meus problemas e não enfrentá-los face a face. Aliás, eu diria, eu tenho a minha personalidade afirmada na ideia de que devo resolver os meus problemas não pensando nele, nem resolvendo, mas deixando o tempo e o afastamento resolverem os meus problemas. Se eu os esqueço ou se não os vejo, pronto, voilá, não há mais problemas. O homem quando não consegue fugir desses problemas ou esquece-los, por causa da força das circunstâncias específicas daquela situação, então se vê amarrado nas dores psicológicas, como a depressão, a ansiedade, os transtornos obsessivos compulsivos, síndromes e mesmo com problemas físicos ou psicossomáticos. 

Somos uma geração fraca, doente e covarde porque fomos criados como donzelos fracos, que só deviam fugir de seus problemas e não resolver as coisas na base da porrada e da força. Agora é tarde.

domingo, 13 de abril de 2025

A ação das sombras da inteligência na reorientação da federação.

A Abin, Agência Brasileira de Inteligência, órgão oficial civil de espionagem do estado brasileiro, publica a relação de seus agentes no Diário Oficial. Ao menos é a assim que a piada é contada. Caso seja verídico, creio que outros fatores mais específicos não estejam entre aqueles utilizados em um certame para a escolha desses agentes. Se eu sou presidente da república, e eu entendo que o presidente, apesar de todas as circunstâncias, quando tem moral, carrega em si uma autoridade quase imperial, consegue impor à administração pública a sua cara ou o seu perfil. Cito sempre um exemplo, a eleição de Jair Bolsonaro em 2018 foi tão avassaladora e colocou o estamento político em um estado de choque tão grande que, quase ninguém se tocou num detalhe, quando em 1° de janeiro de 2019 ele e seus ministros tomaram posse: aquela primeira versão do seu ministério havia sido o ministério menos nordestino da história recente. Apenas o ministro Canuto era oriundo daquela região. Mesmo sendo o Bolsonaro, que está longe de ter qualquer simpatia da imprensa, esse fato passou desapercebido e não foi questionado, apesar de ser razão para grita dos idenditarios e, é claro, das elites nordestinas. Isso não aconteceu porque a aura do poder imperial estava repousada sobre Bolsonaro naquele momento. Fosse no fim de seu governo, quando o encanto já tinha passado e ele estava nas cordas, pela ação do poder judiciário, teria sido mais um motivo para perseguição política e da mídia.

Dito tudo isso, cito outro dado. Historicamente, em razão do levante militar empreendido por São Paulo em 1932 contra o Brasil, as forças armadas brasileiras enxergam os paulistas com total desconfiança. Apesar da relevância populacional, geográfica e econômica, São Paulo não tem importância militar. As tropas instaladas aqui não tem relevância estratégica pensando em um conflito que parta daqui. A estrutura existente atualmente é pensada justamente para bloquear qualquer ânimo exaltado dos paulistas. É feita para sufocar qualquer rebelião ou insurreição paulista. Compreensível, de certa forma até, mas, é sintomático do que sempre foi a compreensão do Brasil, de colocar São Paulo contra a parede e deixa-lo amordaçado apenas pagando impostos. 

Sendo assim, considerando o que foi dito e o que já escrevi em outros textos nesse blog, onde defendo a criação de novos estados na federação brasileira, especialmente na região Sul, Sudeste e Centro-Oeste, como uma estratégia para reforçar a representação parlamentar dos estados produtores, que hoje estão em vergonhosa desvantagem perante os estados do norte e nordeste, penso que o chefe do poder executivo, desde que Paulista ou de outro estado dessas regiões, que tenha a compreensão plena desse problema e de qual pode ser a solução pacífica possível, deveria conduzir uma política de inteligência e segurança nacional para que as forças de inteligência oficiais do país, nisso incluindo a Abin e serviços reservados das Forças Armadas e Polícias estaduais para que estas sejam instrumentos para ajudar na formação das condições necessárias para que as regiões que devem se emancipar possam ter as condições sociais, culturais e psicológicas propícias para que a emancipação ocorra. 

Esse processo passa pela orientação certa na escolha do material humano que comporá esses corpos de inteligência do estado. O primeiro requisito é fazer avançar nos quadros de chefia pessoas oriundas desses estados. A outra orientação é a da doutrina. É necessário reorientar a doutrina de formação dessas instituições de inteligência para que compreendam a necessidade de uma reorientação geoespacial da federação brasileira. Por fim, tendo feito essa reorientação, tais agências começam a agir na criação de condições de fomento à ideia da emancipação dessas regiões. 

É claro que não é só esse aspecto que deve ser tratado para que a criação desses novos estados possa ocorrer. Mas, essa ação das sombras é essencial. 

sábado, 12 de abril de 2025

A falência inglesa.

Aprendi lendo alguma coisa por aí com a turma do Lyndon LaRouche, que é defensora da chamada "Escola Americana de Economia", que o liberalismo de tipo inglês, elaboração do escocês Adam Smith, é um instrumento para a o avanço do processo de riqueza dos países industrializados sobre os não industrializados. Isso porque os primeiros têm mais condições de avançar na tecnologia e nos preços, já que dominam a cadeia produtiva, enquanto aos segundos cabe entrar com a compra dos industrializados e fornecer matéria prima. Com alguma sorte e extrema competência desenvolver algum ramo da indústria nativamente e nisso se especializar. 

Poderia dizer que há muita ironia na história. Se a Inglaterra foi o primeiro país a se industrializar em larga escala e ser a terra em que o ideário liberal smithniano foi aplicado como dogma, hoje vemos esse país não ter uma indústria automobilística nativa de porte, nem indústria nacional de caminhões ou ainda padece em produzir aço para a construção de um novo submarino para sua armada, restando recorrer aos suecos e franceses nesse campo. 

Afinal de contas, os ingleses caíram na ladainha de Smith? Especializaram sua economia e viram quais as suas vantagens competitivas? Não é isso, é que estamos mesmo assistindo a destruição final do centro daquele que foi o maior império em extensão territorial de toda a história. A Inglaterra como império desapareceu com a Segunda Guerra Mundial, embora essa saída do cenário geopolítico de primeira importância já estivesse prescrito com o fim da I Guerra Mundial, quando os americanos saíram como os fiadores da Pax Mundial de então. Depois disso, só ladeira abaixo. Pós Mag Tatcher o liberalismo afundou ainda mais o país, ao contrário do que a direita neo-con adora veicular. Ainda que tenha determinados pressupostos coerentes, esse liberalismo econômico adotado no fim dos anos 70 e que perdura até hoje, é pensado milimetricamente para ser um solvente dos estados nacionais soberanos. É a ação econômica neoliberal de uma banda e a ação do marxismo cultural de outra. É o binômio da destruição de uma nação. A Inglaterra, controlada por muçulmanos e indostânicos, um país de ateus que não fazem filhos, um país abertamente em desindustrialização e desagregação política, que vive apegado às ilusões nababescas de uma vetusta monarquia. A Inglaterra, que no jargão futebolístico moderno, pode ser chamada de "ex-império em atividade". Essa mesma Inglaterra não sairá facilmente do atoleiro liberal modernista em que se meteu, assim como quase toda a Europa. 

Adendo: defendo que o Brasil, ou ainda, a América do Sul "compre" a Inglaterra. Explico. Baseado no poderia econômico atual sul-americano, especialmente da América Portuguesa, natural é que se invista noutros países. Para nós seria ótimo comprar a expertise do que sobrou de decente na indústria inglesa, especialmente nas áreas de infraestrutura, farmácia, química, varejo e todo o mais que for lucrativo. Dirão que é maluquice, mas não é. A JBS-Friboi, AmBev e Kfraft-Heinz estão aí para reforçar a minha tese. 

O contador

 "Papai em 80 mudou-se da capital para cá, quando passou no concurso de procurador da câmara municipal. Ele e mamãe já estavam juntos h...