terça-feira, 18 de setembro de 2018

Contra a obrigatoriedade da escolarização!

A escola hoje é ainda um local para o ensino. Para o ensino daquilo que de pior existe na sociedade: a burla, a desordem, o jeitinho. 

A decisão do Supremo Tribunal Federal em proibir o ensino doméstico (homeschooling) foi o maior pecado que essa corte já cometeu em sua história. Se alegam que pais não tem condições de ensinar devidamente seus filhos longe das salas de aulas e alegam também que as crianças e jovens devem estar matriculados para poderem socializar, bom, então está claríssimo que nossos digníssimos magistrados e também os não menos respeitáveis pedagogos que foram citados nas decisões do Supremo simplesmente não tem a mais mínima ideia do que seja a realidade de uma sala de aula de nossos dias.

Estar na escola é ser submetido ao aprendizado da imoralidade, da delinquência, da devassidão, da desordem, do desrespeito, do ódio total pelo saber e pelo conhecimento. A escola é a maior fraude do Brasil contemporâneo. A crença na ideia de que só a educação pode tirar esse país do atraso e do lodaçal de ignomínia é o maior falso deus que por aqui já existiu.

Querem o começo de uma melhora? Acabem já com a obrigatoriedade do ensino, ou melhor dizendo, da escolarização!

domingo, 16 de setembro de 2018

O dia do Senhor

Talvez tenha sido até hoje Max Weber o pensador que mais tenha me marcado. Não digo apenas pela densidade e pela clareza com que enfrentou a análise de problemas sociais, mas a sua visão permeada pela religião me ajudou a conhecer melhor os fundamentos de minha própria fé cristã protestante.

Li, creio que em 2011, o livro "A ética protestante e o espírito do capitalismo". Li depois disso mais algumas obras dele. Todas me impressionaram sobremaneira. 


Max Weber


Em A ética protestante quando é tratado sobre a ideia de vocação dentro do cristianismo reformado tive a nítida compreensão do tema com relação às Sagradas Escrituras. A ideia do trabalho como um castigo pelo pecado original e a ideia de que fazendo bem o nosso trabalho estamos assim louvando à Deus.

Cito aqui um pensamento do doutor Martinho Lutero:

Um sapateiro convertido perguntou a Lutero o que deveria fazer para servir bem a Deus. Ele talvez esperasse o conselho de fechar o seu negócio e tornar-se pregador do Evangelho. Lutero respondeu: "Faça um bom sapato e venda-o por um preço justo". Ele serviria a Deus sendo um profissional competente e honesto (Michael Horton – O Cristão e a Cultura [Fonte]).

O trabalho nos é razão do enfado, do cansaço, por vezes de tristeza e tribulação mas nos será muito mais leve se não insistirmos em estarmos fora de nossa vocação. O cristão, em obediência à vontade de Deus, deve procurar conhecer a sua real vocação. Eu tive consciência da minha direção vocacional no final do Ensino Médio, quando percebi a minha inclinação clara para a comunicação, para o falar e para o explicar. O intento, mais de dez anos atrás era o de ser jornalista, mas os caminhos se voltaram para a educação e desde então sou professor. Passaria toda a minha vida feliz com minha profissão se as condições de trabalho fossem menos aviltantes. Lidar com crianças e adolescentes de hoje é muito próximo à ter que lidar com criminosos ou internados de um hospício, mesmo assim, sigo naquilo que é a preparação de Deus. Prosperar na carreira é parte da compreensão da vontade divina.

Avanço esse texto noutra direção. O dia, historicamente, que os cristãos reservaram para buscar maior intimidade com a sua fé foi o domingo. O primeiro dia da semana começa não como descanso, mas como tempo especial para dedicação exclusiva ao Senhor. Hodiernamente, a maior parte dos cristãos não observa essa dinâmica. 

O domingo, sem que se volte o rosto e o coração à Deus é o mais triste e melancólico dos dias da semana. Quando estamos inclinados, totalmente, à religião nesse dia, obtemos refrigério para poder iniciar mais uma semana de labor. O labor é mais leve se o domingo é passado na igreja. É o tempo de limpeza. É o tempo de renovo. É o tempo de depositar com força as nossas assolações nas mãos de Deus e Dele obter uma resposta que nos permita seguir adiante. 

Melhor seria se pudéssemos estar todos os dias dentro da casa de Deus:


1. Quão amáveis são os teus tabernáculos, SENHOR dos Exércitos!
2. A minha alma está desejosa, e desfalece pelos átrios do Senhor; o meu coração e a minha carne clamam pelo Deus vivo.
3. Até o pardal encontrou casa, e a andorinha ninho para si, onde ponha seus filhos, até mesmo nos teus altares, Senhor dos Exércitos, Rei meu e Deus meu.
4. Bem-aventurados os que habitam em tua casa; louvar-te-ão continuamente. (Selá.)
5. Bem-aventurado o homem cuja força está em ti, em cujo coração estão os caminhos aplanados.
6. Que, passando pelo vale de Baca, faz dele uma fonte; a chuva também enche os tanques.
7. Vão indo de força em força; cada um deles em Sião aparece perante Deus.
8. Senhor Deus dos Exércitos, escuta a minha oração; inclina os ouvidos, ó Deus de Jacó! (Selá.)
9. Olha, ó Deus, escudo nosso, e contempla o rosto do teu ungido.
10. Porque vale mais um dia nos teus átrios do que mil. Preferiria estar à porta da casa do meu Deus, a habitar nas tendas dos ímpios.
11. Porque o Senhor Deus é um sol e escudo; o Senhor dará graça e glória; não retirará bem algum aos que andam na retidão.
12. Senhor dos Exércitos, bem-aventurado o homem que em ti põe a sua confiança.

Salmos 84:1-12

Se não for possível estar todos os dias dentro dos átrios da Casa de Deus, o cristão deve fazer todos os esforços para estar no domingo dentro da igreja, em plena comunhão com a Esposa de Cristo. Um domingo de louvor ao Altíssimo é a promessa renovada de que o labor será menos pesado. 

quinta-feira, 13 de setembro de 2018

Separatismo e Forças Armadas no Brasil

Um dilema. Pois é, a análise política que fazemos normalmente não é baseada unicamente na razão simples, no puro pensamento abstrato ou então na lógica, mas está muito permeada por sentimentos e por irracionalidade que não é explicada. Ainda nesse sentido, as classificações político-ideológicas ordinárias não podem fazer nenhuma referência verdadeira à realidade. Basear toda a política no critério de esquerda e direita é a coisa mais falha possível! Consulte ao Homer Simpson ou ao Peter Griffin que se diz direitista se ele não acha que o estado deve promover saúde, educação, segurança e transporte de qualidade, ou ainda se o governo não deve controlar propaganda de tabaco, álcool ou publicidade infantil ou controlar a venda de drogas e o aborto. De igual forma, inverta ao polo e vá ao auto identificado esquerdista e pergunte se ele não crê que se deva abaixar os impostos, reforçar políticas de segurança pública, ou ter penas mais duras para crimes graves. Estão vendo a confusão e como as coisas se misturam muito?

Ponto, nesse sentido para os movimentos políticos autoritários da primeira metade do século XX que não se identificavam nem com a esquerda e nem com a direita. Isso os dava a liberdade necessária para poderem empreender medidas práticas que reforçassem o seu poder e atendessem à demandas nacionais. O fascismo italiano, o nacional socialismo na Alemanha, o estado novo de Salazar em Portugal, o Franquismo na Espanha e por ai vai. A terceira posição derrotada pela força das armas provou estar a frente em matéria de pragmatismo político. E, por favor, saiam dessa neura de querer qualificar os movimentos de terceira posição ou terceira via como sendo de esquerda ou de direita apenas para com isso desqualificar os seus oponentes. Isso é ridículo e irreal.

Dito isso, falo do meu dilema, de minha incongruência. Sou um admirador das artes e das virtudes militares. O papel das classes militares ainda não foi devidamente compreendido fora do mundo do estudos internos da caserna. Alguém da Escola Superior de Guerra tem real dimensão do poder simbólico e prático dos militares, mas a extensa maioria dos cientistas sociais da academia e da mídia simplesmente desconhecem esse poder e trabalham sobre eventos históricos isolados ou, o que é muito mais comum, com seus preconceitos sobre o mundo militar. Eu tenho o mínimo de compreensão sobre o papel civilizador da guerra e o que os militares tem de poder real, que é quase todo o poder, muito maior do que o econômico ou o político.

Sei também ler com linearidade o que são as Forças Armadas na história do Brasil: o maior instrumento de promoção da brasilidade e a maior defensora da integridade do território brasileiro. Defender a integridade do território nacional é a missão número um de Marinha, Exército e Aeronáutica. Em nome dessa integridade toda a força deve ser dispensada. Em nome dessa integridade nada deve permanecer no caminho. O regime militar tinha no combate ao comunismo apenas um verniz aplicado sobre a antiga doutrina da integridade e soberania do território nacional. Não preocupava verdadeiramente a liberdade mas só a integridade do país. 

O discurso que pode ser chamado de soberanista tem obtido força na segunda década dos anos 2000. A ascensão de líderes auto identificados na esquerda e na direita em parte está explicada pela defesa da soberania nacional contra o fenômeno da globalização. Vimos isso de Hugo Chavez até Donald Trump. Não digo que isso esteja errado. O ataque às soberanias nacionais é um projeto muito bem articulado pelos grandes magnatas internacionais, os donos do poder econômico e investidores do caos em várias partes do mundo, que tem o objetivo de colocar os governos nacionais unicamente ao seu serviço. Eu também defendo a soberania nacional, mas como encará-la quando tratamos de um país que, embora seja formalmente soberano não constitui uma nação, sendo antes um país plurinacional?

Esse é o caso do Brasil. A República Federativa do Brasil não é uma nação. O processo histórico que temos passado desdo o Império vem, justamente, no sentido de se construir um senso de brasilidade. Se é preciso que um governo seja o arquiteto de uma nacionalidade então não temos uma nação, mas pessoas que se identificam de maneira forçada com um governo e com uma estrutura político-jurídica, um estado soberano. 

Esse é o problema pelo qual todo nacionalismo no Brasil sempre deve ser encarado puramente como chacota e macaquice. O Integralismo de Plínio Salgado, Gustavo Barroso e Miguel Reale, embora recheado de ideias interessantes, era por fora uma galinha adornada, sempre tosco e com um ar de pura cópia dos nacionalismos europeus (esses sim autênticos). O nacionalismo de esquerda, dos "generais nacionalistas" conseguia ser pior ainda: é um nacionalismo geográfico manco (culto ao tamanho do país), um nacionalismo de fronteira (coisa de gaúchos) e é também idólatra do estado e de empresas públicas que encarnam a soberania do estado frente ao mundo (idolatria da Petrobrás e da Cia Vale do Rio Doce, por exemplo). Como levar esse tipo de coisa a sério? Como ser nacionalista em país tão prenhe de incoerências como o Brasil?

Enquanto este for um país uno só vejo no liberalismo político e econômico como uma saída honesta para a promoção da dignidade e do bem comum possível. Nacionalismo no Brasil só o regionalismo! A divisão do país é uma meta que deve estar no horizonte, que não pode ser esquecida. Só assim poderemos ter algum soberanismo que faça sentido e tenha razão prática de existir. Essa tendência desagregadora só poderá se tornar mais visível se os maiores guardiões da integridade do território brasileiro forem enfraquecidos: as Forças Armadas.

Daí o meu dilema: adoraria ser cidadão de um país com um exército poderoso, uma marinha e uma aviação que colocassem pavor nos demais países, mas o meu país e minha nação não é o Brasil e não consigo ver senão as FFAA como sendo o grande entrave para a independência de todos os estados brasileiros e realização da plena liberdade política com a preservação das culturas tradicionais da América Portuguesa. Sinto, Forças Armadas, mas vocês nunca contarão com meu apoio.


Dois homens bons dessa finada res publica: Júlio Prestes e Washington Luís

sexta-feira, 7 de setembro de 2018

Tudo estranho nesse atentado sofrido por Bolsonaro

Sai de casa um pouco depois do meio dia. Fui no mercado comprar algumas babujas: requeijão do norte, cerveja, linguiça, um docinho. Os dias tem se sucedido assim, mais ou menos. Um após outro, uma aflição por dia, um docinho por dia pra compensar.

Quando era por volta das duas e quebrados eu me deitei um pouco com o celular e ouvi umas entrevistas velhas do Jô Soares Onze e Meia no Youtube. Adormeci e me levantei pouco antes das seis para ir tomar uma chuveirada e pegar o carro pra ir pra escola. Quando saio do banheiro minha mãe comenta com meu irmão que haviam esfaqueado o Bolsonaro. Fiquei espantado com o que ouvi e minha reação foi pegar o celular pra ver as redes sociais.

Ora, passadas 24 horas do atentado muito já foi dito. O tema do atentado monopolizou a imprensa. Dizem que o Jornal Nacional praticamente só falou disso. A internet também só fala sobre. A direita está em total frenesi com o ocorrido, uns por comoção real com o fato outros pela emoção que o ocorrido traz ao pleito eleitoral. Pessoas normais que são de esquerda acham tudo o que ocorreu um grande risco. Nota-se que foram pegos de surpresa como todo mundo e que estão ainda digerindo todo o forfé.

Não há menor dúvida de que o criminoso era uma pessoa afinada com as pautas da extrema esquerda. Foi filiado ao PSOL. Seu Facebook está repleto de publicações com teor esquerdista. Contudo, chama também a atenção para o conteúdo anti-maçônico que se encontram em outras tantas postagens do sujeito.

A maçonaria, a partir do governo Dilma, passou a dar mais a cara a tapa, publicamente. Ninguém que não seja afetado mentalmente desmerece todo o poder que ao longo da história essa seita teve e permanece tendo. A maçonaria é, talvez, a principal rede de contatos políticos que existe no mundo. Mais forte em seus intentos do que a Igreja Católica. O número de maçons em cargos de eminência no mundo é incontável: governantes, ministros, executivos de grandes corporações, membros do poder judiciário e forças armadas, artistas, elementos do clero. A maçonaria realmente é quase onipresente, embora eu duvide muito da capacidade do coesa plena e total da mesma.

Mas aqui no Bananão os maçons, depois de controlarem total e diretamente, a política do país no Império e na Primeira República, parecem que se afastaram da política miúda, das disputas eleitorais periódicas. Coloco o período da década de 1960 até a atual década como o momento de reclusão da maçonaria brasileira. Ao ver a instabilidade geral e a falta de perspectiva política, a classe dos seguidores de GADU no Brasil aparente ter despertado, saído de sua dormência. É notório o papel desempenhado por relevantes setores e membros da maçonaria em nossa década, contra o governo petista, sobretudo. Um dos mais destacados movimentos de rua que participaram dos protestos contra Dilma Rousseff foi o Avança Brasil Maçons-BR. Nosso atual presidente é maçon adormecido e, rezam as lendas, que é dos graus mais elevados (não digo que ele seja grau 33, o mais alto da seita, por que este, normalmente, é reservado aos grãos mestres). Boa parte dos mais próximos assessores do candidato Jair Bolsonaro é formado por maçons: o princípe Luiz Phellippe de Orleans de Bragança, Major Sérgio Olímpio Gomes, o General Hamilton Mourão, o também General Augusto Heleno. Estas são figuras publicamente maçônicas. Certamente há outros homens da maçonaria no casting de Bolsonaro. Não seria equivocado dizer que, embora não oficialmente, Jair Bolsonaro é o candidato da maçonaria brasileira à presidência da república.

Adélio Bispo de Oliveira, obscuro personagem que apareceu de sopetão no dia de ontem, em seu Facebook se coloca como um anti-maçon. O que teria gerado esse anti-maçonismo dele? Teria ele não sido convidado a participar de alguma loja? Teria sido alvo de algum complô de bairro de maçons contra ele (parece que sim)? A verdade é que muitos podem achar estranho um sujeito que seja anti-maçon e de algum modo religioso ser membro de uma legenda de extrema esquerda, como é o PSOL. As tendências conspiratórias são fortes tanto na esquerda quanto na direita e mesmo fora delas.

Bom, nesse texto, a maior parte do que escrevi são conjecturas. A verdade, acho difícil que venhamos a conhece-la. A imprensa está desbaratinada e preocupada apenas com o alcance eleitoral do evento e com os pontos de audiência que a cobertura do caso podem lhe render. As informações são desencontradas e não irão investigar isso como se deve: não irão, por exemplo, atrás do dinheiro do tal Adélio (desempregado, morador de Santa Catarina, que passava temporada em Juiz de Fora), assim como não me parece que estão interessados em saber se ele agiu sozinho ou em conluio (o ministro Raul Jungmann, da segurança pública, disse em entrevista, que acredita ter sido ação de um lobo solitário). A versão do lobo solitário é aquela que tende a ganhar mais força, apesar da verdade.

Bolsonaro sai mais forte disso tudo. Sai vivo. Não sabemos ainda se ele poderá se dedicar a campanha. Se terá o seu restabelecimento a tempo de pegar a reta final da disputa. Por enquanto tudo está em compasso de espero. Penso que até segunda feira mais coisas devem se aclarar. Tanto sobre o estado físico de Jair Bolsonaro, quanto sobre a corrida eleitoral. O resto, porém, não se aclarará.

Os rumores silenciosos

Entre aqueles que são envolvidos no meio eleitoral, seja trabalhando para partidos políticos ou candidatos, seja o pessoal dos institutos de...