quinta-feira, 6 de julho de 2017

Monarquia, vocação europeia.

Lendo sobre a História europeia não consigo deixar de ficar triste em ver como o continente, responsável por fazer do mundo civilizado, hoje está prostrado diante de uma decadência generalizada. A Europa precisa reencontrar o seu caminho, olhando para si, para o seu passado. A crise que passa o velho continente, já faz algumas décadas, é uma crise tipicamente moderna. É a recusa em olhar para o passado e em aceitar que no passado estavam corretos, mas, em algum momento se desviaram do caminho e nele se perderam. Manter-se nesse caminho reto é o único objetivo, sem saber para onde realmente se deva ir, contudo, ao se desviar e buscar certos atalhos, acabou-se por cair em um poço, que é este de decadência moral, relativismo, ateísmo e multiculturalismo. Não se sabe para onde vai, mas ao sair do caminho se descobre onde não quereria ter ido. A crença no progresso indefinido é a razão desse desvio europeu.

Nesse sentido, acredito que a república não faz do espírito da Europa. A monarquia é a cara e a mente dos países europeus. Ao entrarem nas aventuras republicanas acabaram sempre em profunda crise política, como é o caso francês, português, italiano e outros. Nesses países, alguma estabilidade política somente foi restabelecida, graças ao parlamentarismo ou ao semi-presidencialismo, em se tratando aqui, particularmente, do caso francês. Tais modelos são republicanos, mas tem características que são típicas de países monárquicos, o mais claro deles é a divisão de atribuições entre o chefe de estado e o chefe de governo.

No Brasil, no entanto, sou republicano. A América é muito maior que a Europa. Todos os países aqui são grandes e lamentavelmente muito diversos, o que gera dificuldades enormes para se gerenciar tudo isso. A República e a Federação são os únicos remédios para os problemas políticos americanos (foi assim que os Estados Unidos se construíram como nação sã e é assim que os demais países do continente deveriam buscar seus rumos).

Ou seja, para concluir, não vejo o sistema monárquico como ultrapassado. Na Europa, a restauração das monarquias talvez possa vir a ser um passo muito importante para que este grande continente consiga se recuperar e fazer frente aos males que hoje tanto lhe assombram e que podem ser fatais. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Novos estados na Federação Brasileira: alguns são necessários outros gerarão perigosos reflexos.

“A dimensão dramática da diferença é demonstrada no fato de que no início do século XIX a colônia espanhola dividia-se administrativamente e...