sábado, 22 de dezembro de 2012

Mises e o Fascismo


Andam discutindo com certa empolgação em certos meios estudantis de nossa maior universidade, pelo que tenho acompanhado, uma sentença do eminente economista austríaco Ludwig Von Mises proferiu:

"Não se pode negar que o fascismo e movimentos semelhantes que visam o estabelecimento de ditaduras estão cheios das melhores intenções, e que sua intervenção no momento salvou a civilização europeia. O mérito que o fascismo teve, deu-lhe um reconhecimento eterno na história" (Mises)

Maior pensador da teoria econômica do Século XX, capaz de ter inspirado outros gigantes como Hayek e Friedman, faz uma defesa dos regimes fascistas. Essa sua afirmação vem a coadunar com aquilo que parte dos próprios esquerdistas vem falar, que justamente o fascismo - indentificado por alguns com o imperialismo, o seu último estágio - ou pós imperialismo, é o último estágio do capitalismo, sendo seu expoente mais duro e incisivo, resultante das transformações que ocorreriam pelo amadurecimento das condições para uma revolução socialista, de modo que a burguesia imbricaria-se a última potência com o próprio "estado burguês" para a proteção desta classe.

Confesso, não tenho conhecimento para "cagar regra" a vontade a esse respeito aqui, todavia, penso, que Mises está corretíssimo em sua afirmação. O meu senão eu coloco sobre a que fascismo ele faz referência. Pois ao referir-se a campo da civilização, portanto, a priori, ao campo da cultura, dizer que o fascismo salvou o Ocidente possa ser meio perigoso.  Se aqui, sob o viés da cultura incluir-se o Nazismo é ao meu ver um erro. Se falar de Engelbert Dolfuss não.

Eu pretendo fazer alguns comentários em breve acerca das diferenças que julgo serem necessárias, no quesito da tipificação dos regimes fascistas. Chama-se esse tipo de regime, defensor, para o Estado, do Corporativismo, de Fascismo pelo fato do regime italiano ter sido o primeiro desse tipo a assumir o poder, no ano de 1922.

Pessoalmente tenho muitas restrições ao nazismo, mas procuro analisá-lo de dois modos: como o historiador, que necessita entender o fato social, e, em segundo lugar, como indivíduo e ser político. Penso que é possível fazer certa separações epistemológicas entre o objeto de estudo e os pontos de vista políticos-pessoais.

Acredito que o regime alemão é um exemplar muito diferente. Um filho mui distinto da árvore corporativa-autoritária, tanto nos fins, como nos meios de ação. 

Portanto, o economista austríaco só não está correto em sua totalidade por que o nazismo não pode ser tido como representante do espírito Ocidental em nenhum sentido. Sua função em segurar o bolchevismo foi falha. Há mesmo historiadores que falam que Hitler é apenas uma cria de Stalin, que em certo momento resolveu criar asinhas. Se não conseguiu segurar a URSS e o Comunismo falhou - mas sabemos isso hoje, já que essa sua afirmação é dos anos 1920, portanto antes de ver o desfecho da guerra e dos regimes fascistas e do próprio Nazismo alemão. 

Eu consigo enxergar, fazendo um exercício de futurologia e perspectiva, que o fascismo italiano ou o corporativismo cristão austríaco poderiam ter tido um futuro maior, caso não estivessem ao lado da Alemanha (no caso austríaco contra a vontade de parte da população). O corporativismo Cristão de Dolfuss era a legítima e boa resposta ao Nazismo e ao bolchevismo, e que foi escanteado pelas potências ocidentais - exceção feita da Itália do próprio Mussolini. As alianças da Itália e da própria Áustria com a Alemanha não foram por conteúdos programáticos como fator determinante, mas por puro pragmatismo político e estratégico - repito: a Áustria é a grande coitada da história desde a Primeira Guerra.

Ao meu ver, o Fascismo (não o Nazismo) seria uma alternativa extremamente melhor do que o Comunismo, é se é preciso realmente apelar para esse regime de modo a conter o avanço vermelho, que assim seja.

E não me venham chamar de fascista. Penso pragmáticamente.

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