Queria ter que não escrever esse texto, ou não escreve-lo com o sentido de apresentação, pois gostaria que esse assunto já estivesse esgotado ou ao menos bem esclarecido, mas a bem da verdade isso não ocorre e então cabe a mim tecer alguns comentários acerca do que resulta do surgimento do separatismo paulista.
Não gosto e nem creio que seja adequado entrar no mérito de cultura superior ou inferior, não é esse o caso que São Paulo passa, de modo algum e em proporção nenhuma em relação à outros lugares e suas respectivas culturas, e primeiramente julgo necessário que fique claro e penso que isso é ponto passivo na mentalidade de pessoas melhor esclarecidas, mas de qualquer vamos lá : o sentimento de nacionalismo, puro, não tem intrínsecamente a questão da desvalorização de outros grupos populacionais e relação ao seu. Quando isso ocorre é uma completa deturpação do nacionalismo, como uma alta concretização dos individuais sentimentos de amor próprio e às tradições que geraram os seus costumes e crenças. Creio que São Paulo não sofrerá com as deturpações de maiores resistências xenófobas e estúpidas, mesmo que em contra-golpe.
Outro tema que é recorrente e com razão quando se fala do desmembramento de um determinado território do que hoje conhecemos como República Federativa do Brasil e mais especificamente no caso de São Paulo, que a secessão significaria o fim do Brasil soberano o que é um erro simplista de análise, pois o Uruguai já foi uma província do Brasil, se separou e nem por isso o Brasil perdeu sua soberania, o mesmo se aplica à situação de São Paulo, do nordeste, do Sul ou de qualquer outra parte que queira reivindicar seu direito de autodeterminação. Uma coisa é a mais absoluta verdade embora muito provavelmente muitos não saibam: existem movimentos separatistas em praticamente todos os estados da federação, com maior ou menor expressão, mas existem e deixem uma brecha aberta que lá estão eles (nós) os separatistas prontos para levar as ideias que deveriam ter se concretizado se Portugal não tivesse costumes políticos-administrativos que em muito diferissem de outras potências europeias no período da colonização da América.
A América espanhola se fragmentou em uma série de paises, que em maior ou menor grau se desenvolveram social e economicamente, o mesmo não ocorreu na América portuguesa, até mesmo pelo pensamento muito maior e posso afirmar inteligentíssimo de Portugal se comparado ao da Espanha. Portugal sempre quiz colocar o português nascido na colônia em um patamar mais ou menos equivalentes aos reinóis. O assunto é vasto, mas é importantíssimo para entender as atuais situações pelas quais passa o Brasil frente aos seríssimos problemas de centralização do poder.
Portugal em relação à outras nações européias era muito mais atrasado na questão do desenvolvimento de sua burguesia, o que favoreceu a ação da Coroa e seus braços sobre seus territórios. Portugal sempre foi centralista e esse costume se transferiu ao Brasil de certo modo, mas não irreversivelmente.
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