domingo, 13 de abril de 2025

A ação das sombras da inteligência na reorientação da federação.

A Abin, Agência Brasileira de Inteligência, órgão oficial civil de espionagem do estado brasileiro, publica a relação de seus agentes no Diário Oficial. Ao menos é a assim que a piada é contada. Caso seja verídico, creio que outros fatores mais específicos não estejam entre aqueles utilizados em um certame para a escolha desses agentes. Se eu sou presidente da república, e eu entendo que o presidente, apesar de todas as circunstâncias, quando tem moral, carrega em si uma autoridade quase imperial, consegue impor à administração pública a sua cara ou o seu perfil. Cito sempre um exemplo, a eleição de Jair Bolsonaro em 2018 foi tão avassaladora e colocou o estamento político em um estado de choque tão grande que, quase ninguém se tocou num detalhe, quando em 1° de janeiro de 2019 ele e seus ministros tomaram posse: aquela primeira versão do seu ministério havia sido o ministério menos nordestino da história recente. Apenas o ministro Canuto era oriundo daquela região. Mesmo sendo o Bolsonaro, que está longe de ter qualquer simpatia da imprensa, esse fato passou desapercebido e não foi questionado, apesar de ser razão para grita dos idenditarios e, é claro, das elites nordestinas. Isso não aconteceu porque a aura do poder imperial estava repousada sobre Bolsonaro naquele momento. Fosse no fim de seu governo, quando o encanto já tinha passado e ele estava nas cordas, pela ação do poder judiciário, teria sido mais um motivo para perseguição política e da mídia.

Dito tudo isso, cito outro dado. Historicamente, em razão do levante militar empreendido por São Paulo em 1932 contra o Brasil, as forças armadas brasileiras enxergam os paulistas com total desconfiança. Apesar da relevância populacional, geográfica e econômica, São Paulo não tem importância militar. As tropas instaladas aqui não tem relevância estratégica pensando em um conflito que parta daqui. A estrutura existente atualmente é pensada justamente para bloquear qualquer ânimo exaltado dos paulistas. É feita para sufocar qualquer rebelião ou insurreição paulista. Compreensível, de certa forma até, mas, é sintomático do que sempre foi a compreensão do Brasil, de colocar São Paulo contra a parede e deixa-lo amordaçado apenas pagando impostos. 

Sendo assim, considerando o que foi dito e o que já escrevi em outros textos nesse blog, onde defendo a criação de novos estados na federação brasileira, especialmente na região Sul, Sudeste e Centro-Oeste, como uma estratégia para reforçar a representação parlamentar dos estados produtores, que hoje estão em vergonhosa desvantagem perante os estados do norte e nordeste, penso que o chefe do poder executivo, desde que Paulista ou de outro estado dessas regiões, que tenha a compreensão plena desse problema e de qual pode ser a solução pacífica possível, deveria conduzir uma política de inteligência e segurança nacional para que as forças de inteligência oficiais do país, nisso incluindo a Abin e serviços reservados das Forças Armadas e Polícias estaduais para que estas sejam instrumentos para ajudar na formação das condições necessárias para que as regiões que devem se emancipar possam ter as condições sociais, culturais e psicológicas propícias para que a emancipação ocorra. 

Esse processo passa pela orientação certa na escolha do material humano que comporá esses corpos de inteligência do estado. O primeiro requisito é fazer avançar nos quadros de chefia pessoas oriundas desses estados. A outra orientação é a da doutrina. É necessário reorientar a doutrina de formação dessas instituições de inteligência para que compreendam a necessidade de uma reorientação geoespacial da federação brasileira. Por fim, tendo feito essa reorientação, tais agências começam a agir na criação de condições de fomento à ideia da emancipação dessas regiões. 

É claro que não é só esse aspecto que deve ser tratado para que a criação desses novos estados possa ocorrer. Mas, essa ação das sombras é essencial. 

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