segunda-feira, 29 de março de 2021

Aqui jaz um Paes Mendonça

 Onde hoje é um Mercado Extra (era Supermercado até um pouco de tempo atrás) já foi o Supermercado Paes Mendonça do Ipiranga, até o fim dos anos 90.


Questão de curiosidade mesmo, onde mais haviam Paes Mendonças em São Paulo? Certeza mesmo é que havia o da Marginal Pinheiros, aberto em dezembro de 1987(onde hoje é o Extra Panamby e foi, quando inaugurado, o maior hipermercado da América Latina) e na Marginal Tietê, na Penha, aberto em 1984 com 13.500 m2 de área de vendas. Parece, pelas pesquisas de internet que havia um em Jundiaí, outro em Guarulhos e mais um na Vila Leopoldina. 











"Eu sempre dizia que São Paulo não é uma cidade, é um País" (Mamede Paes Mendonça)

quinta-feira, 25 de março de 2021

BIG é comprado pelo Carrefour

 Os supermercados estão entre os assuntos mais abordados nesse blog. Algo até meio sem propósito, mas há aqui algumas publicações a respeito do tema.

Abaixo links para esses textos:

Há necessidade de voltar ao tema, mais uma vez, para fazer o registro da aquisição do Grupo Big pelo Carrefour. 

Abaixo notícia saída no Infomoney:

Carrefour anuncia acordo para aquisição do grupo BIG Brasil em operação de R$ 7,5 bilhões

O Grupo BIG possui 387 lojas, 41 mil funcionários, presença em 19 estados brasileiros e registrou R$ 24,9 bilhões em vendas brutas em 2020

SÃO PAULO – O Carrefour Brasil (CRFB3) anunciou nesta quarta-feira (24) que entrou em acordo com a Advent International e o Walmart para a aquisição da totalidade das ações de emissão do Grupo BIG Brasil pelo montante total de R$ 7,5 bilhões, ou por um enterprise value (valor da firma, a soma dos ativos e das obrigações de uma empresa) estimado de R$ 7 bilhões.

A operação será estruturada em duas etapas: o pagamento, em dinheiro, de R$ 5,25 bilhões aos atuais controladores da empresa, o fundo de private equity Advent International e Walmart, e a incorporação dos 30% remanescentes do capital social pela subsidiária do grupo francês.

De acordo com a varejista, a aquisição ampliará a presença do Carrefour Brasil em um mercado muito dinâmico e permitirá que ofereça aos consumidores brasileiros uma gama mais ampla de produtos e serviços, a preços mais competitivos.

O Grupo BIG possui 387 lojas, 41 mil funcionários, presença em 19 estados brasileiros e registrou R$ 24,9 bilhões em vendas brutas em 2020. A combinação criará um grupo com vendas brutas de cerca de R$ 100 bilhões e aproximadamente 137 mil funcionários atuando em todos os formatos, destacou o Carrefour em comunicado.

“A aquisição do Grupo BIG expandirá a presença do Carrefour Brasil em regiões onde tem penetração limitada, como o Nordeste e Sul do país, e que oferecem forte potencial de crescimento. A rede de lojas do Grupo BIG, portanto, apresenta forte complementaridade geográfica”, destacou a varejista.

Além disso, apontou no comunicado, permite que o Carrefour Brasil expanda seus formatos tradicionais (principalmente Atacado e Hipermercados). A transação também vai reforçar a presença do Carrefour Brasil em formatos nos quais tem presença mais limitada, em particular os supermercados (99 lojas Bompreço e Nacional) e soft discount (97 lojas Todo Dia).

O Grupo Carrefour Brasil atuará em um novo segmento de mercado com o formato Sam’s Club, através de um contrato de licenciamento com o Walmart Inc.. “Este modelo de negócios único, premium e altamente rentável, voltado para o segmento B2C, é baseado em um sistema de associados, com mais de 2 milhões de membros, e tem um forte foco em produtos de marca própria”, destaca.

De acordo com o Carrefour, o pagamento da transação será realizado 70% em dinheiro e 30% por meio de emissão de novas ações do Grupo Carrefour Brasil. “O pagamento em ações do Carrefour Brasil materializa a confiança dos vendedores na valorização do Grupo Carrefour Brasil, bem como em uma captura rápida das sinergias com um risco de execução relativamente baixo. Assim que concluída a operação, o Grupo Carrefour irá deter 67,7% de participação do Carrefour Brasil (vs. 71,6% hoje) e a Península Participações 7,2%, enquanto a Advent e o Walmart terão, juntos, 5,6% de participação”, aponta.

A transação está sujeita à aprovação pelo órgão regulador (Conselho Administrativo de Defesa Econômica – CADE), à aprovação dos acionistas do Grupo Carrefour Brasil, bem como a outras condições habituais de fechamento. A conclusão da transação está prevista para 2022.

“A aquisição do Grupo BIG marca um grande passo em nosso desenvolvimento, ampliando a nossa presença geográfica em certos estados, expandindo a nossa atuação em formatos, além de adicionar um modelo muito promissor e que ainda não operamos – Sam’s Club. Juntos, nossa oferta será ainda mais atrativa, completa e competitiva, beneficiando o poder de compra dos consumidores brasileiros e adicionando milhões de clientes ao nosso ecossistema. Com muita satisfação, nós damos as boas-vindas aos times do Grupo BIG, que desempenharam um excelente trabalho, iniciando a transformação da companhia nos últimos anos. Este é com certeza um marco muito importante na história do Grupo Carrefour Brasil, e aponta para uma forte aceleração do crescimento nos próximos anos”, destacou Noël Prioux, CEO do Grupo Carrefour Brasil.

Sobre o anúncio, Abilio Diniz, Presidente do Conselho de Administração da Península Participações, afirmou em nota: “Em mais de seis décadas atuando no varejo, posso dizer que este é um dos movimentos mais importantes na história do mercado brasileiro. Já era fã do Carrefour desde que era seu concorrente, e a aquisição do BIG permitirá à companhia oferecer mais serviços de qualidade em mais regiões do país num momento de profunda transformação do setor, que abre muitas oportunidades. Tenho muito orgulho de fazer parte dessa história e contribuir, como conselheiro e acionista relevante, para o crescimento do Carrefour no Brasil.”

De acordo com a XP Investimentos, a notícia é positiva, pois acelera de forma relevante a expansão do Grupo Carrefour, enquanto há muita sinergia a ser capturada, principalmente através da melhora das margens do Grupo BIG (hoje em 4% versus Carrefour entre 7% e 8%) e expansão do Banco Carrefour para os clientes BIG.

Não muito tempo atrás, o gigante varejista americano, o Wal Mart, havia vendido as suas operações no Brasil para o Grupo Big, pertencente ao fundo de investimentos Advent. A própria marca Wal Mart deixou de ser usada no Brasil para diminuir os custos com o pagamento de royalties. A ligação com os donos americanos originais se manteve com a continuidade do clube de compras Sam's Club. Agora, as lojas Big (nome pertencente originalmente ao grupo português Sonae) e todas as suas demais bandeiras noutras regiões do país serão integradas dentro do conglomerado gigantesco do Carrefour.

BIG Socorro Santo Amaro
Esse era o BIG original do Socorro, quando ainda era do grupo Sonae (começo dos anos 2000). Depois que as lojas do BIG foram adquiridas pelo Walmart Brasil, essa loja foi vendida, tendo nesse local ainda sobrevivido por algum tempo uma Telhanorte e um supermercado Futurama (que antes era na Adolfo Pinheiro e foi deslocado por causa das obras da estação Adolfo Pinheiro do Metrô). 

 


terça-feira, 23 de março de 2021

A gambiarra existencial brasileira

 Quando eu adentrei esse grande monstro chamado direita, identificar-se com esse campo político significava automaticamente ser nazista, ou integralista, votar no Paulo Maluf ou, in extremis, ser da UDR, se você fosse do campo. Me lembro quando no ensino médio, querendo entender o que era tudo aquilo e achando mesmo um tanto fascinante ser dissidente do que era o status do momento, ou seja, a esquerda. Minhas referências eram os livros didáticos e a imprensa (estava a sair do ensino médio). Nisso, Maluf e Plínio Salgado viraram Reagan e Milton Friedman para mim. Perguntei a um professor em 2006 quem ele via como sendo de direita no Brasil. A resposta foi Geraldo Alckmin. E redargui querendo saber quem estava na extrema direita e ele citou a União Democrática Ruralista. Quando passei a ter computador e internet em casa, pesquisar o que era a tão maligna UDR foi uma frustração pra mim. Por que fazendeiros que queriam manter aquilo que era seu contra invasores baderneiros poderiam ser tão malvados? As presentes gerações não terão esse tipo de sofrimento. Tudo pra eles em matéria de informação está disponível. O liberalismo político, Smith, Malthus, Bentham, Stuart-Mill, Spencer, o liberalismo econômico radical, como Mises, Hayek, Friedmann, toda a Escola Austríaca. O Conservadorismo em todas as suas vertentes europeias e americanas. A economia social de mercado. Muita coisa está aí. E o Brasil escolheu não ser absolutamente nada. É uma mistura de muitas coisas e acaba sendo só uma lastimável orgia das piores características de uma civilização decadente. Aliás, o próprio Claude Levi-Strauss disse que o Brasil caminhava da barbárie para a decadência sem ter passado pela civilização. Ele estava certo. Os dados estão aí. As informações estão aí. Vamos ficar pra sempre com essas monstruosidades morais, modelos políticos e econômicos híbridos e toscos (gambiarras mesmo) e com lideranças políticas igualmente escrotas? Vamos sim.

Novos estados na Federação Brasileira: alguns são necessários outros gerarão perigosos reflexos.

“A dimensão dramática da diferença é demonstrada no fato de que no início do século XIX a colônia espanhola dividia-se administrativamente e...