Li esses dias que há milhares de vagas de emprego no setor supermercadista de São Paulo, mas existe uma dificuldade gigantesca em suprir essas vagas, pois, considerando a remuneração baixa que é ofertada, o trabalhador em potencial desse ramo de atividade prefere manter-se na informalidade, juntando a grana que faz com bicos com o dinheiro que o governo lhe dá, via Bolsa Família. Eis ai um exemplo vivo de como a interferência do estado na economia é, quase sempre, fonte da criação de distorções piores do que a sua inação geraria. Estamos diante de uma geração de gente que se acostumou a comer das mãos do governo, a esperar que tudo venha do estado, que o poder público onipresente resolva todos os problemas da sua vida, seja a cura de um câncer, uma unha encravada ou a educação de sua prole. Não tardará e surgirá um vale ou bolsa cabeleireiro, bolsa manicure, bolsa cílios e sobrancelhas, etc. E o povo continuará esperando sempre mais e mais benefícios estatais. Horda de inúteis. Precisamos voltar ao darwinismo social.
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Tenho a mente inquieta com a criação de projetos. Projetos com os quais eu não tenho nenhuma relação ou ligação direta. Planejo cidades, bairros, linhas de ônibus, projetos de infraestrutura industrial, reformas de igrejas, criação de empresas e comércios. Nada do que planejei nesses campos, desde a infância até a presente meia-idade jamais esteve perto de se realizar e, fatalmente, até o findar do meu labor nesta vida, jamais estarão. Sou tão maluco que planejo uma reorientação geopolítica da América do Sul, pregando a dissolução do Brasil enquanto estado nacional e a criação de novas repúblicas independentes menores, se bem que neste caso particular, há um enorme grupo de pessoas que também planeja isso e se articula para que um dia a realidade geopolítica sul-americana e mundial assista o nascimento das novas repúblicas soberanas da América Portuguesa. Essas ideias jamais me causaram qualquer prejuízo. Entendo que são positivas. São o resultado da fertilidade da minha imaginação. Tolkien criou o mundo do Senhor dos Aneis. Eu tenho um mundo novo criado todos os dias na minha cabeça, que, invariavelmente, se passa na cidade de São Paulo. Ao menos, está na porta de casa.
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Lutero deu o exemplo. Estando em uma igreja, não sendo possível reformá-la, como era seu intento original, é melhor apartar-se dela. Os protestantes, no geral, entendem bem essa lógica. Não todos. Na Congregação tem existido um fenômeno desde os anos 2000, que é a saída ou afastamento compulsório de pessoas da comunhão da igreja, mas, por rancor, essas pessoas fazem de sua profissão de fé o maldizer da antiga denominação. Tivessem sabedoria sairiam e buscariam alguma outra denominação, onde a sua visão de cristianismo estivesse mais bem acolhida, ou ainda, caso fosse, que criassem uma nova denominação. Mas, nem uma coisa nem outra. A fé dessa gente é malhar a velha casa. Agora, um sujeito recentemente expulso, por negar disciplina e o código de ética do corpo ministerial, está se vendendo como vítima. Tem método, não humano, mas do adversário nisso aí. Colocar é fácil, difícil é tirar do ministério.
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