quarta-feira, 12 de abril de 2017

Um sindicalismo à direita

Época de crise, de transtornos políticos e institucionais no Brasil, é época de colocar reformas em pauta e é justamente isso que o presidente Michel Temer vem realizando em seu governo. Discorde-se de como as reformas tem sido realizadas, discorde-se do próprio teor do que tem sido discutido, mas ninguém pode negar que é mais do que necessário realizar uma modernização em vários campos que tem travado o desempenho econômico e institucional do pais.

Só governantes muito bem avaliados e com ampla base política ou então sem nenhuma pretensão em reeleger-se é que podem fazer as tais reformas que o país tanto necessita. Essa segunda situação é o caso do governo Temer.

A Reforma da Previdência que hoje é aquela que o governo federal mais luta para aprová-la, no meu entender, é uma reforma que vêm para sepultar o fim da vida de muita gente. Pessoas que irão se aposentar após os 70 anos, independente mesmo dos dados de estimativa de vida, estão mesmo condenadas a trabalhar até a morte, sem desfrutar um só dia do repouso. Descanso mesmo só no sono eterno dentro caixão. A verdadeira reforma da previdência, deveria, justamente, eliminar o INSS e acabar com o atual sistema, permitindo que as pessoas que quisessem se aposentar fizessem planos de previdência privada, mais customizados aos seus interesses e ao ritmo de suas vidas, mas para isso não falta coragem do governo, falta mesmo é conscientização e formação doutrinária e ideológica.

A outra Reforma que está sendo tocada pelo Parlamento nesse momento é a Reforma Trabalhista, que pode vir a melhorar as condições para a empregabilidade no país.

Só de ouvir alguém dizer que se deve mexer em pontos da atual legislação trabalhista vigente eis que muita gente salta da cadeira, com completa exasperação para gritar "não mexam nos meus direitos"!

Essa turma não tem na verdade é real noção da situação do país, onde, segundo os dados oficiais, em uma estimativa conservadora, temos 12 milhões de pessoas desempregadas. O que é melhor, trabalhar em condições não tão ideias, como aquelas que a legislação trabalhista brasileira presume ou ficar sem trabalhar?

Os sindicatos e ainda mais as centrais sindicais tem ficado com o cabelo em pé diante da perspectiva de mudanças na legislação trabalhista. O que mais tem mobilizado os sindicalistas é justamente uma proposta que deve ser apresentada pelo relator do projeto de Reforma Trabalhista, o deputado tucano (mas, curiosamente, liberal) Rogério Marinho, que prevê o fim do imposto sindical. 

Se vier a ser aprovada, tal medida será um grande avanço para eliminar este tumor que adoece o país e que vive de sugar a já combalida classe trabalhadora. 

O imposto sindical serve para manter as infraestruturas dos sindicatos e sobretudo  das centrais sindicais. Em teoria, tais organismos deveriam existir para amparar trabalhadores e defender os seus interesses coletivos frente ao patronato e ao estado, contudo, a realidade se encontra muito longe disso. No Brasil, assim como em toda a América Latina, o sindicalismo é uma atividade político-partidária e não laboral. As principais lideranças sindicais do país: Lula, José Genoíno, Gushiken, Medeiros, Paulinho da Força e outros são há muito e muito tempo agitadores e lideranças políticas e não trabalhadores que defendem o interesse de sua categoria.

O fim do imposto sindical vai fazer minguar o dinheiro que hoje sustenta essa máquina de auxílio político da esquerda, que manipula trabalhadores incautos para o seus interesses ideológicos. 

O sindicato não é moralmente ruim, ao contrário, a sua existência se faz necessária, ainda mais em um país de mentalidade tão diabólica como é o Brasil, onde valores como a solidariedade e a verdadeira fraternidade não existem. Nós não tivemos uma base religiosa consistente que nos fornecesse isso. Se um patrão puder explorar, até a última gota de suor do seu empregado, ele vai fazer. De igual maneira, se o funcionário puder procrastinar o dia todo, também assim fará. Levar vantagem em tudo é a razão de vida de qualquer brasileiro.

Portanto, é necessário que exista uma organização que realmente venha defender o ponto de vista classista (assim como também acho extremamente válido que existam associações patronais que defendam os seus ganhos) e que não faça política ou exista para servir de apêndice para os fins ideológicos subversivos e revolucionários, como hoje é a realidade desse campo no país.

Com o fim da contribuição sindical, os sindicatos terão que correr atrás do prejuízo e tirar a ferrugem de suas engrenagens, para voltar a ser um serviço de defesa do trabalhador. Vai ser ótimo ver uma modernização no discurso sindical, nas estruturas dos sindicatos e das centrais, que tentarão atrair mais o trabalhador para que ele tenha uma efetiva participação e veja o seu interesse ser verdadeiramente defendido. Isso vai tirar o sindicalismo das mãos da esquerda, em último caso e, no primeiro momento, abrir espaço para que novas correntes de trabalhadores livres se organizem para defenderem suas causas, sem que assim sejam massa de manobra dos partidos socialistas, como PT, PC do B, PSTU, PSOL e PCO.

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