quarta-feira, 2 de julho de 2025
Uma sala, um sofá e uma poltrona.
Uma sala. Um sofá e uma poltrona. Um homem assiste atentamente ao noticiário internacional. Ao seu redor poucos elementos. Uma incrível ausência de cortina permite que meu olhar invada sua morada. Na garagem um Fiesta 98 e um jardim em sequidão. Em 2025, ver cena assim é um exercício de história comparada. É como em 95 assistir uma cena sobrevivente de 1965. Eu vi isso também. Casas com móveis azuis bebê, radiolas, enciclopédias nas estantes, tv de tubo com móvel de madeira. Via carros dos anos 50 e 60. Rural e Aero Willys. Impala, Dodges, Gordini, TL, Variant, "Zé do Caixão" e toneladas de Fuscas. O menino de hoje talvez me veja e pense: esse sujeito, entrando na igreja numa noite de quarta feira, com sua Bíblia de corte dourado, com tênis antigo, com cara de velho, um mané, um sujeito do passado, com seu carro também fora de linha. Mal sabe ele o que pode lhe esperar: ser julgado, avaliado e analisado por gente que ainda sequer foi parida.
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