terça-feira, 18 de fevereiro de 2025

A Europa recristianizada

 A Europa precisa de um grande avivamento, ou a veremos caída novamente nas mãos dos mouros bárbaros, como estava, até o século XV, século em que findou a reconquista da Península Ibérica. Infelizmente, neste mesmo século, Bizâncio veio cair no domínio turco. Uma pena. Algo que um dia terá que ser revertido. 

Mas, o avivamento a que me refiro é prioritariamente espiritual. A Europa é um continente de ateus. Mesmo na Europa Latina e meridional a coisa não vai nada bem. A Igreja Católica está cada dia mais desacreditada, resultado de variados fatores, entre os quais a epidemia de pedofilia e homossexualidade entre o clero (a corrupção do clero, do qual o Dr. Martinho Lutero já alertou, há um pouco mais de 500 anos). 

E, por falar em Lutero, o protestantismo na Europa se transformou em uma religião inexpressiva. No Reino Unido o Anglicanismo, crença belíssima por reunir a dogmática evangélica e a beleza estética e litúrgica da tradição católica, está tão ou mais apodrecido de que a própria Igreja Romana. Adotou o antibíblico episcopado feminino. Ordena homossexuais declarados para o seu clero (algo que também acontece, mas de forma velada, na Igreja Católica). Trata-se de uma denominação que trouxe o mundo para dentro de si e substituiu a doutrina cristã por ideologias pós modernas. Pensavam assim atrair as presentes gerações pervertidas. Não só não atraíram, como espantaram as velhas gerações de pessoas normais. 

Na Europa continental, o luteranismo perde relevância em todos os países em que foi predominante, incluindo a Alemanha -- o seu berço, e nos países nórdicos, onde é ainda, para todos os fins, religião oficial de estado. Padece, um pouco menos, é verdade, dos mesmos estigmas que o anglicanismo.

Os Metodistas, Calvinistas, Valdenses, Morávios, Pietistas e outros protestantes oriundos do movimento reformado, em maior ou menor grau, estão amarrados nos mesmos problemas. Acompanho pelas redes igrejas valdenses italianas que tem pregação abertamente antropocêntricas, onde Cristo é um adorno para um discurso de revolução social, onde o paraíso a se construir é na própria terra, por meio de justiça social e combate ao capitalismo. É a mesma ladainha da teologia da missão integral/teologia da libertação. 

Insisto, a decadência europeia, vista à quilômetros de distância, não é só espiritual, mas está é a primeira e mais importante dimensão desta crise. E é por ela que o velho continente precisa começar a resolver os seus problemas.

Um avivamento tem como um de seus pilares o reconhecimento dos erros da igreja (comunidade) até aquele momento e, com o arrependimento e a contrição, com um imenso fervor, recebe a mercê divina, uma bênção especial, que faz o estado de dormência de até então seja superado por um êxtase renovador, restaurador, capaz de dar movimento às coisas paradas, de unir carne e nervos aos ossos secos. Penso que esse renovo causado pela dispensação divinal só pode estar presente no seio do protestantismo (ou ainda de setores da Igreja Romana que tenham se protestantizado), mas, Deus tem as suas escolhas e, mediante a contrição do Seu povo distribui os seus dons e causa o avivamento onde melhor aprouver. 

Mas, sociologicamente pensando, é a variante pentecostal do protestantismo a mais propensa em promover um movimento de renovação e avivamento na Europa. O pentecostalismo não é frio, é vivo, é crente no poder total e absoluto do Deus trino. Crê absolutamente no transcendente, no poder total e operante de Deus. Na cura divina, na libertação, na batalha espiritual, na ação divina para restaurar famílias e para expulsar os demônios. E o que o velho continente mais precisa é de uma nova era de crença no transcendente, no espiritual, uma era onde o materialismo e o relativismo sejam abandonados em favor do absolutismo da ação divina potencial, do seu poder irrestrito, de sua ação direta em todos os campos da vida humana. Uma restauração de Deus na história do tempo presente como o protagonista da história. 

É isso ou a Europa será devastada. 

Quem poderá iniciar esse processo são os missionários dos principais países pentecostais do mundo: Estados Unidos e Brasil. Donald Trump deveria colocar a máquina do governo americano para promover um lobby que abrisse portas para esse movimento missionário de recristianizacão europeia. Um eventual novo mandato de Jair Bolsonaro também deveria ter um mesmo propósito. Por mais que figuras como Michele Bolsonaro não tenham grande relevância cultural ou intelectual, representa a ex-primeira dama um portento da frente pentecostal. A substituição do marido por ela na corrida pela presidência traria um grande ganho ao movimento social do pentecostalismo.

Pensar no futuro da Europa é resguardar a fonte da nossa cultura. O desafio religioso europeu é primeiramente a sua reconquista para o Cristianismo mágico e para o absolutismo divinal na história e na sociedade. Faça isso e os maometanos se curvarão. 




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