Há mais de um ano para as próximas eleições e tudo o que nós podemos fazer são conjecturas. Quais serão os candidatos à presidência do Bananão? Quais serão os nomes dos partidos políticos? Qual o sistema eleitoral? Haverão coligações? Tudo daqui em diante pode mudar.
Há, contudo, algumas perspectivas. Vários analistas tem apontado que uma tendência do eleitorado seria buscar um nome que oferecesse segurança institucional e estabilidade. O nome dos sonhos para esse pessoal seria Geraldo Alckmin. Nada menos empolgante pode existir do que um governo do senhor Picolé de Chuchu. Mentira, tem sim. Imaginem uma palestra do Eduardo Suplicy sobre a renda básica de cidadania. Isso sim é chato pra caramba, mas voltemos a 2018.
Se o eleitorado está realmente querendo fugir das radicalizações políticas, por que raios os dois candidatos que hoje ocupam a dianteira em todas as pesquisas, são candidatos radicais, Lula e Bolsonaro?
Lula tem feito um discurso para agradar um amplo espectro de esquerdas. Parte diminuta do esquerdismo pátrio, refugiado no irrelevante PSTU e em setores do PSOL, não aceitam o lulismo, mas no resto, há um entusiasmo sobre o retorno do sapo barbudo, quase como havia em 1989.
Bolsonaro é um fenômeno de mídias sociais e vamos ver nas próximas eleições se ele conseguirá se transformar em um fenômeno eleitoral, elevando seu patamar de chefe de militantes web para o de comandante de um país.
Só coloco hoje na disputa dois outros nomes que podem embaralhar essa polarização de Lula vs Bolsonaro: Dória e Joaquim Barbosa.
O atual alcaide paulistano também vem tendo um bom desempenho nas redes sociais, tem obtido o apoio de um bom séquito de entusiastas, é político, ao contrário do que prega em público, está em um partido grande e se lhe for negada a vaga para disputar a presidência pelo PSDB, pode ir para o MDB ou o novo DEM, que lhe abririam as portas e garantiriam espaço para tentar chegar ao Palácio do Planalto. Ele seria um nome, à "direita" para ser a alternativa mais palatável e do establishment ao nome de Jair Bolsonaro. Dória também é único presidenciável tucano cujo nome consegue chegar aos dois dígitos nas pesquisas eleitorais.
Joaquim Barbosa está fazendo manha para ingressar na carreira política. Não sei se ele quer mesmo embarcar nessa. Sinto que sim. Seu destino político seria a REDE da ex-senadora Marina Silva que, nessa situação acabaria sendo sua vice (como era para ter ocorrido em 2014 com Eduardo Campos). Barbosa seria o grande abalo político. Ele conseguiria obter apoio de grande parte de nossas classes falantes, da esquerda ao centro, e também teria um apoio popular significativo, pois a sua associação com o papel que desempenhou no judiciário, no processo do Mensalão, ainda tem forte apelo entre a sociedade.
Como disse, é cedo ainda para dar um veredicto. Não sabemos mesmo se Lula vai ou não disputar a eleição. Se vier a disputá-la, será aquele que tem as maiores chances de vencê-la. O seu peso entre o eleitorado mais humilde do nordeste será decisivo. Não é o pobre que vai eleger ele. Os pobres do centro-sul, os favelados de São Paulo, não votam nele hoje, pois não enxergam em sua figura alguém com os mesmos valores que si, de gente que quer emergir socialmente e sair da pobreza (embora durante a era Lula tenha existido grande mobilidade social). No fundo, é o messianismo o fenômeno que lhe concede forças. Só outra figura que vista a capa de Dom Sebastião é que poderá enfrentar o lulismo. Dória, Bolsonaro ou Joaquim Barbosa terão que dar ao populacho mais atrasado aquilo que sonham: o grande líder, o grande pai.
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