Donald Trump no poder é a chegada, aos meios conservadores, do pensamento econômico heterodoxo, que sempre esteve associado à centro-esquerda, notadamente aos partidos trabalhistas e social-democratas europeus, fortemente inspirados pelo pensamento de John Maynard Keynes.
Trump, até onde sabemos, não é nenhum dogmático de economia, mas se mostra um admirador confesso da chamada Escola Americana de Economia, de Alexander Hamilton, John Quincy Adams e mesmo Abraham Lincoln. Escola Americana é desenvolvimentista, protecionista, nacionalista. No século XX o maior defensor dela é ninguém que o ultra heterodoxo (em todos os sentidos) Lyndon LaRouche.
Uma hierarquia é a partir daqui estabelecida: primeiro o interesse nacional. Esqueça a retórica que vinha dos anos 1980 até a pouco, do liberalismo de Ronald Reagan e Margareth Thatcher. Agora, a nação e a soberania nacional voltaram a estar a frente do livre mercado. É o crepúsculo do dito "neoliberalismo".
Quanto tempo levará para os conservadores brasileiros também abrirem mão de seu ultraliberalismo, em favor da nova moda, trumpiana, que no fundo é heterodoxa? Creio que há de demorar, sempre neste terra estamos na rabeira de toda a tendência política e ideológica.
Se bem que o ex-ministro Luiz Carlos Bresser-Pereira há mais de dez anos já falava em Globalismo e retorno a um nacionalismo econômico. Profético.
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