quinta-feira, 22 de julho de 2010

As Cruzadas, a Jihad e certos professores

Ótimo texto.


Percival Puggina
No email que me endereçou, a jovem estudante mostrava-se indignada com a Igreja por causa das Cruzadas. Fiquei pensando se respondia ou não. Afinal, de que adianta gastar meu latim com esse tipo de bobagem? Que poder teriam algumas palavras minhas contra a ação de um professor mal intencionado, o ano inteiro, dentro da sala de aulaDecidi por uma estratégia mais longa e retornei uma pergunta curta: "Teu professor, ao falar sobre as Cruzadas, mencionou alguma vez a palavra Jihad ou o expansionismo islâmico?" Ela me respondeu que nunca ouvira falar disso e se mostrou surpresa por eu saber que ela fora introduzida  tema das Cruzadas por um professor. A menina deve ter me considerado um gênio...
Tem-se aí excelente exemplo de algo que já foi objeto de outros textos meus: a malícia de tantos professores que se valem da cadeira de História para seus fins ideológicos, usando o ataque insidioso à religião como meio para agir. Afastam os jovens da Igreja e da palavra de Deus e os introduzem, com gravíssimo prejuízo, nos ritos e devoções do materialismo, do marxismo e do relativismo. Daí para o hedonismo é um passo de dedo. Desmancham com os pés da mentira e da mistificação o que os pais tenham ensinado em casa. Espinafram a Igreja por causa das Cruzadas do século 12, mas jamais mencionam os cem milhões de mortos pelo comunismo no século passado. Decorrerão algumas décadas até que esses jovens, já maduros, percebam, na experiência da vida, o engodo a que foram conduzidos pelos falsos mestres. Quem não tem relatos semelhantes?

A primeira Cruzada iniciou no ano de 1096 e a nona terminou em 1272. A palavra refere, portanto, uma série de episódios que se encerraram há 738 anos, envolvendo a retomada de Jerusalém. Veja agora, leitor, se é possível falar honestamente sobre as Cruzadas sem mencionar a Jihad. Jerusalém, no início do século 7, integrava o Império Romano do Oriente, sob o domínio de Bizâncio. Era uma cidade cristã, portanto, até ser conquistada pelos sassânidas (persas) e, em seguida, pelos seguidores de Maomé. Este personagem surgira na cena histórica alguns anos antes, havia estabelecido as bases religiosas do Islã e dera início à Jihad e à Guerra Santa. Em apenas oito anos, formara um Estado árabe sob seu comando. Em 622, conquistara Iatrib (Medina), passando na espada os judeus da cidade. Em 630 retomara Meca, de onde fora expulso por suas ideias monoteístas. E morrera em 632. Seis anos mais tarde, seu sucessor Omar entrava em Jerusalém. Um século mais tarde, o Islã já estendia seus domínios sobre a Pérsia, a Palestina, boa parte do Império Bizantino, o norte da África, a Península Ibérica e atacava a Europa por vários flancos. É possível mencionar as Cruzadas, com seus episódios grotescos, e nada contar sobre isso?

Mas as coisas não pararam aí. Quando o Papa Urbano II, no concílio de Clermont-Ferrand (1095) convocou a Primeira Cruzada, Jerusalém havia sido tomada pelos otomanos, que instalaram um regime de intolerância à presença dos cristãos, até então respeitada nos termos ajustados com Bizâncio durante a conquista da cidade em 636. Clermont-Ferrand fica próxima ao centro geográfico da França. Pois enquanto ali se realizava o concílio, ainda fumegavam, no centro da atual Espanha, os destroços deixados pela guerra que retomara a região de Toledo para os cristãos e para o reino de Castela. Os muçulmanos estavam ali havia três séculos e levariam outros 400 anos para abandonar toda a península. Mas disso, nas aulas de história, fala-se pouco, muito pouco, quase nada. E quando se menciona a Tomada de Constantinopla, em 1453, o assunto é tratado como fato isolado, perfeitamente normal, e não como um ato de suprema violência e ganância imperial, geradora de um massacre que durou três dias e três noites, que coroou investidas iniciadas 800 anos antes e que encerrou mil anos de esplendor cristão naquela que foi a mais impressionante cidade de seu tempo! E nada, absolutamente nada se diz sobre o fato de que esse expansionismo, ainda insatisfeito, prosseguiu na direção oeste, sob o mesmo impulso, até a derrota final dos otomanos, diante dos muros de Viena, na batalha de 1683. Mas insistentes, violentas, conquistadoras e descabidas foram as Cruzadas...

Agora me responda o leitor: a derrota do grão-vizir Kara Mustafa Pasha em Viena decretou o fim das guerras santas? Encerravam-se, ali, as campanhas militares empreendidas pelos muitos impérios, dinastias, governos e províncias muçulmanas, ao longo desses mil anos iniciados com a Hégira e a tomada de Iatrib? Não, claro que não! O que são Al Qaeda, Hamas, Hizbolah, Fraternidade Islâmica e o amigo de Lula, Ahmadinejad, se não jihadistas que afirmam seguir as determinações de sua fé? Não eram jihadistas os tresloucados que se arremessaram contra as Torres Gêmeas? E se alguém, leitor, lhe opuser que Jihad, no sentido religioso, é coisa diversa, que designa uma conquista pessoal interior, de natureza espiritual, saiba que isso é sublime e verdadeiro. Como também é verdadeiro, sem ser sublime, que Maomé II estava tão a serviço de sua Jihad em versão violenta quanto quem, hoje, veste um colete de bombas ou faz explodir uma estação de metrô em Londres. A imensa maioria dos muçulmanos são amantes da paz e vivem sua religiosidade de um modo sereno e harmonioso com as demais crenças e religiões em seu entorno. No entanto, é a pequena minoria violenta que mais uma vez, neste momento, se expressa de modo assustador nas páginas da história.

Escrevo todas estas linhas, bem além do habitual nestes textos semanais, para destapar a imensa fraude praticada por tantos professores de história. Para desmerecer o Cristianismo e a Igreja, eles se fixam nos episódios das Cruzadas, como algo sem causa e com as terríveis consequências que apontam. Algumas aulas mais tarde, porém, tratam da Tomada de Constantinopla como fato isolado, sem origem que mereça menção e tendo como consequência as Grandes Navegações. Convenhamos!
Nota do autor: esta é a mensagem que estou enviando à jovem estudante mencionada nas primeiras linhas deste texto.
 Mídia a mais

sábado, 17 de julho de 2010

Fotos do mês

Mais uma vez estive presente ao desfile em memória da gloriosa Revolução Constitucionalista de 1932 no Parque do Ibirapuera em São Paulo.

Tirei várias fotos, mas duas em especial são dignas neste momento de serem apresentadas:
1º - Soldado veterano

http://api.ning.com/files/fowlmFWI*02dRnIRXEvapuFwdKK2BYUs-QFRyvHL*0qfvFbqUnhhGfKqusWnyKd7l8CD2jxxhILFPf1O2RFCJDHDolTBl3dY/camara200.jpg?width=737&height=552

2º - Encontro com o deputado federal Paes de Lira
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Não se trata certamente de um político como outros que nós temos por aí em nossos parlamentos, temos na figura do deputado Paes de Lira a presença de um verdadeiro defensor das leis e dos interesses verdadeiramente populares. Foto com os amigos do MRSP.

Dando seguimento ao fetichismo

Prosseguindo com suas taras e fetichismos para com Simón Bolivar, o ditador Hugo Chavez tenta esclarecer um ponto polêmico da história: provar que Bolivar não morreu de tuberculose, como hoje se crê, mas sim vítima de uma conspiração política que mandou assassiná-lo.

Já que gosta tanto de Simón Bolivar, bem que ele poderia se inspirar nesta frase de "El libertador" : "Somente a democracia, no meu conceito, é suscetível de uma liberdade absoluta"

É bom, de vez em quando, ver somente o lado bom das pessoas e tomar cuidado para não se idolatrar e adorar a quem não merece.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

Sempre avante

Relendo breves e não tão breves textos escritos por mim no ano de 2008 em blogs que já não mais estão disponíveis ao público(porque eu os fechei) deu para notar como minha escrita e minha linha de raciocínio permanecem de certo modo bastante inalterados. Me refiro aqui ao modo de escrever e não sobre os assuntos ou como abordá-los.

Certamente, se trata de uma característica cuja natureza não sei neste momento precisar, mas fico feliz em ver que mantenho-me fiel a mim, sem fazer uso de nenhuma revolução, apenas pequenas e pontuais reformas.

Ok, que uma vez bronco sempre bronco, pero sempre avante no desenvolvimento, pelo menos no espírito dessa palavra, porque senão seu sentido pouco valeria, e o que iria restar nada além seria de conformação e consumação do tempo.

Urbano e não urbano

No último dia 18 de junho eu completei vinte anos de idade, talvez bem vividos, ou não, até hoje nunca parei para fazer uma reflexão deste tipo, mas nestas minhas duas décadas de vida eu sempre senti certa atração pelos costumes e pela graça metropolitana, atração que talvez se justifique por sempre ter morado na cidade de São Paulo, e em especial no extremo sul da mesma.

Entretanto, não posso negar que tive e ainda tenho uma certa queda pelas paisagens rurais. Jamais esquecerei uma imagem que vi, certa vez há uns sete anos atrás quando passei em uma estrada deserta que ficava exatamente no meio de uma plantação de girassóis, lá pelas bandas que levam ao oeste do Estado Bandeirante, região de Itapetininga, Capão Bonito et al. Vivo, esperançoso e divino são os adjetivos que posso classificar aquilo, e algo que só posso ver longe da cidade grande, logo ela que também tanto me agrada.

Gostaria de não ter de abdicar na prática das duas faces.

Novos estados na Federação Brasileira: alguns são necessários outros gerarão perigosos reflexos.

“A dimensão dramática da diferença é demonstrada no fato de que no início do século XIX a colônia espanhola dividia-se administrativamente e...